Dilma Rousseff durante instalação da Comissão da Verdade | Foto: Antônio Cruz / ABr |
A presidenta Dilma Rousseff receberá indenização de R$ 20 mil do
governo do Rio de Janeiro por ter sido interrogada e torturada no estado
durante a ditadura militar. O valor, que deve ser pago até o fim de
junho, será doado para o Grupo Tortura Nunca Mais. As informações foram
prestadas nesta sexta-feira pelo porta-voz da Presidência da República,
Thomas Traumann.
Dilma Rousseff é uma das cerca de 120 pessoas que tiveram os
processos aprovados pela comissão especial que analisa casos
relacionados à ditadura no estado, mas que ainda não receberam a
indenização do governo fluminense. De acordo com a Secretaria de
Assistência Social do Rio de Janeiro, um total de 895 pessoas foram
reconhecidas como vítimas do regime militar no estado.
O Tortura Nunca Mais, que vai receber o valor da indenização da
presidente, foi fundado em 1985 por ex-presos políticos que passaram por
tortura durante o regime militar. Conta também com a participação de
familiares de mortos e desaparecidos políticos. O grupo atua na defesa
dos direitos humanos e na luta pelo esclarecimento das circunstâncias de
morte e desaparecimento de militantes políticos.
Dilma Rousseff participou da militância política contra o regime
militar, foi presa em 1970 e ficou dois anos e meio na prisão – a maior
parte do tempo no Presídio Tiradentes, em São Paulo.
No começo desta semana, Dilma Rousseff deu posse aos sete nomes que
integrarão a Comissão da Verdade, encarregada de apurar os abusos contra
os direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, com foco no período
que abrange a ditadura militar. “O Brasil não pode ficar sem a
totalidade da sua história. A ignorância não é pacífica. A sombra e a
mentira não são capazes de prover a concórdia”, discursou na ocasião,
acrescentando que “nas sombras somos todos privados da verdade, mas não é
justo que continuemos apartados dela durante o dia”.
Com informações de Agência Brasil e G1
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