domingo, 16 de outubro de 2011

Indignados desgrenhados x faxineiros arrumadinhos

Aonde vai esse ajuntamento?
Por razões que não vêm ao caso, não pude dar uma olhadinha na(s) caminhada(s) do 15 de outubro. Por conta disso, fico com os depoimentos e imagens de segunda mão. O Sul 21 fez uma matéria interessante sobre o(s) acontecimento(s) - de onde tirei as fotos, que são de Ramiro Furquim. Munido deste relato e de minha fabulosa intuição, vou arriscar minha singela opinião.
Prefiro aquele pessoal meio desgrenhado e gritão, falando mal da esquerda e da direita, do que aquela gente arrumadinha, vestida de preto, reclamando da decadência moral dos outros.
Todos são idiotas, menos o dono do cartaz
Precupam-me os movimentos que repudiam a presença de partidos políticos. Não que nossos partidos sejam grande coisa, mas não são piores que a sociedade em que estão inseridos. Os "indignados" ao menos são, mais tolerantes com a presença dos partidos. Já o pessoal das vassourinhas (que, felizmente, não foram utilizadas na caminhada) adoram dizer que têm nojo da política.
poderia tecer muitos comentários estritamente políticos sobre o 15/10 que, em Porto Alegre, combinou a turma da OAB (representante da categoria mais ética do Brasil) com os herdeiros do maio de 68. Mas prefiro arriscar um chute mais longo. Esses movimentos avessos a partidos e à política do modo como a conhecemos hoje, têm um potencial inovador no discurso e na prática política. São moviemntos que precisam ser acomapanhados e entendidos por quem deseja algum tipo de tranformação nas relações sociais. Todavia, o "autonomismo" de sem pátria, sem patrão, sem partido e tudo o mais que o prenda a algum tipo de institucionalidade, gera um movimento sem efetividade e que, com o tempo, acaba absorvido pelo sistema que eles tanto combatem. Mais ou menos como os yuppies que usam calça jeans, ou outras apropriações da rebeldia da década de 60. Visitem o Democracia Real e conheçam umpouco mais do que esse pessoal tá pensando.
Tenho simpatia pelos indignados. Eles nos ajudam a refletir sobre a coerência entre o que vivemos e o que pregamos e sobre a nossa moralidade. Ao seu modo eles ajudama empurrar o mundo pra frente. Se houver uma outra caminhada dessas prometo que vou assistir.
O que me preocupa são os arrumadinhos vestidos de preto, com nariz de palhaço e de vassoura na mão. Esses se consideram os guardiões da moral. Esses são perigosos. Se houver outra marcha deles, me avisem; vou passar bem longe.

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