quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O papel dos "sem papel"


Minha intuição me diz que toda a grande campanha eleitoral (e até mesmo algumas pequenas) tem pessoas "sem papel". Não costumam constar nos documentos oficiais de regsitro, não possuem funções definidas... enfim... não existem. Essas pessoas sem papel cuidam do "trabalho sujo". Pagam cabos eleitorais por fora, negociam dobradinhas ou apoios, frequentam ambientes que os candidatos ou candidatas não podem frequentar, ameaçam, constrangem, arregimentam e, por vezes, vão pegar um dinheirinho para ajudar.
É comum que sejam pesoas afáveis, amáveis com os poderosos que os acolhem, por vezes carrascos com os considerados inferiores. São úteis e, em consideração ao que fazem, passam a participar de eventos, recepções etal. Desde que não façam muito alarde. Isso é difícil, pois eles costuma ser muito festivos e festeiros.
Dificilmente essas pessoas ocupam cargos importantes no governo. Às vezes ganham um empreguinho simbólico para si ou um parente, ou levam uma "beirinha" em algum contrato público. São pessoas das sombras. O espírito público é nulo e não se adaptam a uma vida exposta e regrada. É comum, também, que tenham pouca insturção formal, pois dedicaram-se muito tempo às atividades das sombras.
Se um dia a coisa estoura, eles perdem o que obtiveram, reagem. Começam a denunciar, usam o material que guardaram, tornam-se perigosos. Aí, os que os acolheram fazem-se cruéis e colocam os seres das sombras "nos seus devidos lugares". São inconfiáveis, magoados, enfim "nunca tiveram um papel importante".
Quem desejar saber qual o coração e o estômago de uma campanha e como será o mandato, procure saber quem são as pesoas "sem papel".
Ah sim, isso tudo é fruto da minha intuição privilegiada.

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