quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

No tengo dicha ni calma y a veces me hace llorar y me duele tanto el alma, que no puedo ni resollar

Em ação surpresa, Polícia Civil reprime com bombas dependentes na Cracolândia

SÃO PAULO - Policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Policia Civil, fizeram uma operação nesta quinta-feira, 23, sem comunicar a Prefeitura nem a Polícia Militar, na Cracolândia, região central de São Paulo, palco da Operação Braços Abertos, aposta do prefeito Fernando Haddad para reabilitar os dependentes de crack.
Por volta de 16h, cerca de dez viaturas cercaram os dependentes de crack que não estão inseridos no programa assistencial e estavam concentrados na Rua Barão de Piracicaba. Os policiais civis atiraram balas de borracha e jogaram diversas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo na multidão, que correu a esmo e revidou jogando pedras. O quarteirão estava lotado de dependentes.
Agentes da Secretaria de Saúde e de Assistência Social, que também não sabiam da ação, ficaram no fogo cruzado. A ação ocorreu pouco tempo depois de policiais civis à paisana terem feito uma prisão de um dependente no local. Nesta primeira ação, uma dependente acabou ferida na cabeça com bala de borracha.
A reportagem apurou que a avaliação inicial da Prefeitura é que o programa Braços Abertos, que contava justamente com a ausência de repressão dos dependentes, foi prejudicada e terá dificuldades para prosseguir.
Estado estava no local na hora da ação e viu a surpresa de guardas-civis, oficiais da PM e até do próprio secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto. Hoje completa uma semana que os dependentes que aderiram ao programa começaram a trabalhar e a equipe estava fazendo um balanço do período.

Foi possível testemunhar a prisão de ao menos cinco pessoas que foram também agredidas pelos policias civis ao serem obrigadas a entrar na viatura.
Entre os dependentes, o clima foi de revolta. Muitos gritavam desesperados, chorando diante da ação surpresa. "Que hotel que nada, eles querem é matar a gente", disse uma dependente grávida que corria da polícia.
Veja vídeo da ação da Polícia Civil:

Hotel. O policiamento está reforçado na Cracolândia e um casal de dependentes que preferiu não se identificar disse que a polícia entrou no hotel da operação Braços Abertos na Rua Triunfo. "Eu estava dentro do banheiro coletivo no corredor e, quando saí, eles pediram identidade. Pedi para pegar meu bebê recém nascido e tive que esperar eles levantarem se eu era fichada do lado de fora antes de amamentar o 'neném'. O bebê tem apenas 2 meses. "Nós estamos reconstruindo a vida com esse programa. Não vimos as bombas porque estávamos no curso"
O dependente J.P., que tem deficiência em uma das mãos, disse que foi agredido por policiais civis com um cassetete cromado de ferro e não está escutando com o ouvido direito por causa de uma bomba. "Estourou do meu lado. Mesmo sendo deficiente eles me agrediram. Sou usuário e não traficante" disse ele que está com cortes nos braços e nas costas.
Uma fonte próxima da Prefeitura, que preferiu não se identificar, disse que o que aconteceu não foi uma ação de inteligência e que a Prefeitura não estava sabendo. Ele disse que a orientação da polícia não era essa. "Pelo contrário" acrescentou.
Um dependente identificado como M.H.J., de 54 anos, disse que desde a manhã a Polícia Civil estava rondando o local. "Nós que estávamos no submundo sabíamos que isso ia acontecer. O clima já estava tenso", disse. Ele conta que os verdadeiros traficantes não estão sendo presos. "Traficante que é traficante não vem aqui, eles tão prendendo vapor e avião"

Lila Downs participa de campanha pela educação de jovens indígenas e defende legalização da marijuana


Lila Downs, compositora. Foto: Fernando Gutiérrez Juárez
Lila Downs, compositora.
Foto: Fernando Gutiérrez Juárez
LEGALIZACIÓN DE LA MARIGUANA ACABARÍA CON LA DOBLE MORAL: LILA DOWNS


OAXACA, Oax. (apro).- La cantante Lila Downs se pronunció este miércoles a favor de la legalización de la mariguana y cuestionó a los gobiernos “hipócritas” y de “doble moral” que se oponen a este tema, cuando en otros países, agregó, “vamos cambiando poco a poco”.
“¿Quién no se echa su cigarrito de vez en cuando? No seamos hipócritas”, subrayó la ganadora del Grammy 2013.
Al terminar el acto en el que dio inicio la campaña “Tu donativo cambia su vida”, realizado por el Fondo Guadalupe Musalem, que tiene como objetivo recaudar un millón 500 mil pesos para becar a 22 mujeres indígenas que cursan el bachillerato, la reconocida intérprete insistió: “Yo pienso que debe ser (legalizada la mariguana) y con eso empezamos una cosa positiva, ya que habría menos descaros”.
Downs destacó que “es muy difícil ver y tener presente que vivimos en una época de guerra, que hay una hipocresía de parte de los gobiernos, sin embargo, poco a poco van cambiando las cosas. La mariguana ya es legal en Colorado y Michigan (Estados Unidos), no todo está tan dartking, ahí vamos”, puntualizó.
Es necesario, dijo, legalizar la mariguana para que se acabe esta doble moral, y porque además va a solucionar ciertos problemas relacionados con el crimen organizado.
Al preguntarle su opinión sobre las reformas estructurales impulsadas por el presidente Enrique Peña Nieto, respondió que es “un tema complejo”, pero cada que pasa por las casetas de peaje en la carretera Oaxaca-México, siempre se pregunta: “¿Quién estará cobrando esta lanita? Y te hace pensar en lo mismo con el petróleo”.
Adelantó que la temática de sus composiciones para su nuevo disco gira en torno de los muertos, y para ello se ha adentrado en lecturas del arqueólogo Alfredo López Austin, que toca temas del Tlalocan, conocido como el inframundo.
Añadió:
“El de los muertos es un tema que nos toca y pocos nos atrevemos a mirarlo de frente. Me ha tocado un poco personalmente, por eso es importante acercarme al tema de los muertos de ahora, de la tradición, de las ofrendas, lo que representa y lo que significa en el México prehispánico y por qué sobrevive hasta ahora y mirar las variaciones en el norte, en la península y en América”.
Lila Downs también habló de los inmigrantes centroamericanos, para quien pidió respeto, porque “hay que tomar en cuenta que los mexicanos tenemos poca conciencia y conocimiento de ese problema”, dijo.
Subrayó:
“La realidad en México es que queremos taparnos los ojos a eso. Hay que mirar a nosotros mismos y cómo lidiamos con nuestra propia migración que se ha ido incrementando”.
Antes, la intérprete de éxitos como Tengo miedo de quererteEstrella oscuraLa líneaLa lloronaLa cumbia del moleOjo de culebra, entre otros, invitó a la sociedad mexicana a acercarse y conocer el proyecto educativo con las indígenas.
“Este proyecto (de becas) es una demostración de lo positivo que se puede hacer por el país en tiempos tan difíciles. Invito para que conozcan al Fondo Guadalupe Musalem y vean cómo las semillas van creciendo para después dar frutos”, mencionó.
Asimismo, informó que como parte de su contribución, el próximo 9 mayo ofrecerá un concierto en el Teatro “Macedonio Alcalá”, cuyos ingresos serán canalizados a las indígenas becarias.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Luiza Trajano envia e-mail para Mainardi com dados de inadimplência

Empresária agradece a fãs o apoio após discussão com jornalista do programa Manhattan Connection, que perguntou quando ela vai vender o Magazine Luiza para a Amazon
SÃO PAULO - A empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, cumpriu a promessa e encaminhou um e-mail ao jornalista Diogo Mainardi, do programaManhattan Connection, da Globo News, com dados que comprovam a queda da inadimplência no varejo brasileiro.

Os dados do Instituto do Desenvolvimento do Varejo (IDV) comprovam a afirmação da empresária de que a economia está melhorando no varejo. O jornalista perguntou à empresária quando ela vai vender o Magazine Luiza para a Amazon, ao criticar o desempenho do varejo nacional e os preços altos.
A empresária foi contestada no programa por dizer que a imprensa tende a mostrar 'apenas a metade vazia do copo', sem falar da parte que vai bem na economia.
Os dados apresentados pela empresária, no e-mail, mostram que o nível de inadimplência das pessoas físicas fechou o mês de novembro do ano passado em 4,5%, com queda de 1,2 ponto porcentual em relação ao mesmo mês de 2012, quando o índice era de 5,7%.
Outra pesquisa, divulgada nesta terça pela Serasa Experian, mostra que a inadimplência do consumidor fechou 2013 com queda de 2%, o primeiro recuo em 14 anos.
Dados de novembro. A inadimplência para a pessoas jurídicas ficou em 1,9%, também em queda de 0,4 ponto porcentual na comparação anual. No conjunto, a inadimplência geral apresentou queda e encerrou o mês em 3,1%, com redução de 0,7 ponto porcentual na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Em relação à inadimplência entre as modalidades de crédito, destaque positivo para cartão de crédito, que registrou queda de 0,5 ponto porcentual em relação ao mês anterior e 3,5 pontos porcentuais em relação a novembro de 2012. 
Já o cheque especial apresentou taxa de inadimplência de 8,1%, com queda de 0,6 pontos porcentuais em relação ao mês anterior e estabilidade na comparação anual.
Para o IDV, o mercado de trabalho ainda em ritmo forte e a renda em seu crescimento real, mostram a viabilidade de expansão da oferta de crédito. 
Mas o instituto admite que já há um arrefecimento nas taxas de crescimento, tanto da oferta de postos de trabalho quanto no aumento da massa salarial, o que tem inspirado atenção por parte das instituições financeiras em relação ao cenário para o ano.

Gilberto Gil, na ONU, com Kofi Anam

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

"Sebastião, diante de tua imagem, tão castigada e tão bela,penso na tua cidade, peço que olhes por ela"

O rumo do dinheiro que irrigava o propinoduto tucano

Documento mostra como Alstom distribuiu propina
MARIO CESAR CARVALHO
FLÁVIO FERREIRA
da Folha




Um documento  apreendido na sede da Alstom, na França, indica que integrantes da Secretaria de Energia e três diretorias da EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) foram subornados para que a companhia obtivesse em 1998 um contrato de US$ 45,7 milhões (R$52 milhões, em valores da época) com a estatal paulista.
Até agora, a Polícia Federal só havia chegado até o intermediador da propina, o lobista Romeu Pinto Jr., que admitiu ter recebido recursos da Alstom para pagar suborno, mas alegou desconhecer os destinatários. Ele sustenta que entregou os valores a motoboys enviados por pessoas que não conhecia.
O documento traz detalhes da divisão e do caminho do dinheiro. Segundo o papel, a Secretaria de Energia, chamada de “SE”, recebeu 3% do contrato (R$ 1,56 milhão). Já as diretorias financeira, administrativa e técnica da EPTE aparecem como destinatárias de 1,5% (R$ 780 mil), 1% (R$ 520 mil) e 0,13% (R$ 67,6 mil), respectivamente.
À época da assinatura do contrato, em abril de 1998, o secretário de Energia era Andrea Matarazzo, que ocupou o cargo por seis meses. Ele nega ter recebido propina.
O documento menciona os destinatários do suborno por meio de siglas. “SE” era a forma como a Alstom chamava a Secretaria de Energia em comunicações internas, segundo papéis do inquérito da PF. As diretorias são designadas pelas siglas DF, DT e DA.
A Folha consultou Jean-Pierre Courtadon, que foi vice-presidente da Alstom-Cegelec, e ele confirmou que DA, DT e DF costumavam designar diretorias administrativas, técnica e financeira.
Courtadon é investigado no Brasil sob suspeita de ter repassado propina, o que ele nega. Apuração na Suíça concluiu que ele não fez repasses a políticos e inocentou-o.
Entre 1998 e 1999, as diretorias administrativa, técnica e financeira da EPTE eram ocupadas por Carlos Eduardo Epaminondas França, Sidney Simonaggio e Vicente Okazaki, respectivamente. Como as negociações para o contrato se estenderam por anos, não dá para saber se o documento designa esses diretores ou outros.
ENIGMA
O mistério do documento é a sigla “F”, apontada como recebedora de 2% do valor do contrato (R$ 1,04 milhão). Entre os executivos que assinaram o contrato, há um cujo sobrenome começa com “F”: Henrique Fingerman.
Ele foi diretor financeiro da EPTE até maio de 1998 e assumiu a presidência da empresa em seguida. Fingerman, como Matarazzo, já foi indiciado pela PF sob suspeita de corrupção.
O valor do suborno no documento chega a R$ 6,4 milhões, ou 12,3% do contrato. O maior valor, segundo a PF, foi pago a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (R$ 2,07 milhões) e chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB) entre 1995 e 1997.
A investigação brasileira sobre a Alstom começou em 2008 para apurar suspeita de que a companhia havia pago propina para reativar em 1998 aditivo de contrato que fora assinado em 1983 para construção de três subestações de energia. A lei limita a duração de contratos a cinco anos.
O documento obtido pela Folha foi usado nos processos francês e suíço contra a Alstom. O da França foi arquivado porque até 2000 era permitido pagar comissões para obter negócios no exterior. O da Suíça resultou numa multa para a Alstom de US$ 42,7 milhões em 2011. A multa não contemplou a suspeita de suborno no Brasil porque a apuração aqui não foi encerrada.
O promotor Silvio Marques, que atua no caso, diz já ter visto o documento na Suíça. ” Ele nunca foi usado porque ninguém sabia o significado das siglas”.
O documento aponta que a empresa MCA, usada por Romeu Pinto Jr. para intermediar a propina, recebeu 7,5% do valor do contrato diretamente da Alstom francesa. Contas secretas que a Alstom tinha na Suíça remeteram mais US$ 516 mil para a MCA.
A Alstom do Brasil também participou do processo. A empresa Acqua Lux, que pertence a Sabino Indelicato, recebeu R$ 1,82 milhão (3,5% do contrato). Investigadores suspeitam que Indelicado seja laranja de Robson Marinho.
PS do Viomundo: Já leram o que diz o livro de Rubens Valente, Operação Banqueiro, sobre Andrea Matarazzo, o “Conde”? Intrigante.

domingo, 19 de janeiro de 2014

McDonalds do Queens expulsa idosos que demoravam para comer

McDonalds no quiere a clientes por más de 20 minutos 
La medida se aplicó en una sucursal de Nueva York donde varios adultos mayores pasaban mucho tiempo
El Universal
La empresa de comida rápida colocó un anuncio en una sucursal de Queens, -vecindario de Nueva York- en el que se especificia que la gente no debe pasar más de 20 minutos en las mesas, de acuerdo con The New York Times.
Esta medida fue impuesta porque un grupo de ancianos de origen coreano -algunos superan los 70 años- solían reunirse en el restaurante para pasar hasta dos horas platicando diariamente en la sucursal.
La crítica hacia el grupo de comensales es que sólo pedían ordenes de papas fritas o pequeños menús, pero pasaban mucho tiempo sentados, lo que molestó a la cadena y sus trabajadores, publicó por su parte Los Angeles Times.
Incluso McDonalds mandó llamar a la policía para desalojar al grupo de adultos mayores, quienes externaron su descontento y aseveraron que 20 minutos son insuficientes para relajarse y tomar un café.

A visão racional de Chico Lopes sobre a economia - Luis Nassif

Um dos grandes problemas da análise de cenário no país é a incapacidade do analista de, primeiro, entender o todo para depois se debruçar nos indicadores econômicos. E o todo inclui o entendimento sobre a concepção de país e da economia pelo governante, os aspectos ligados à psicologia dos agentes econômicos, a correlação de forças políticas etc.
São esses os ingredientes que tornam o ex-presidente do Banco Central Chico Lopes um analista privilegiado e fora da curva.
A entrevista dele às repórteres Denise Neumann e Flavia Lima, do “Valor Econômico” desta semana é uma síntese objetiva sobre o governo Dilma.
O ponto de partida é entender o que é o governo Dilma, e analisa-lo a partir do que ele é.

SOBRE A CONCEPÇÃO LIBERAL E A SOCIAL 

Na concepção liberal da economia, a intervenção do governo deve ser meramente regulatória. “É irrelevante que distribuição de renda vai surgir, se 1% da população vai ter 50% da riqueza”. Já para o governo, é preferível fazer uma distribuição de renda mais intensa, permitindo que a renda dos 20% mais pobres cresça 6 ou 8%, e não 3%.

SOBRE O BAIXO RISCO DESSE MODELO

Mesmo apostando em maior distribuição de renda, o governo do PT não rompeu com a base institucional criada pelo governo FHC, diz Chico. Mesmo defendendo a concepção liberal, diz ele que o custo da opção social é um período maior de inflação alta e uma posição de dívida pior, mas sustentável. O problema do governo Dilma é ter essa concepção social, mas não ter a convicção necessária para deixar isso claro.

SOBRE OS INVESTIMENTOS NO PAÍS

Considera equivocada a ideia de que não está havendo investimentos no país. “Vejo um mundo de construção civil sendo feito, como metrô, estradas, portos. A formação bruta está crescendo 8% ao ano nos últimos anos. E vemos a indústria automobilística fazendo fábricas”. Na retórica, os empresários criticam a percepção de descontrole da economia, o excesso de intervenção. Mas quando se indaga se irão continuar investindo, a resposta é positiva, porque já estão trabalhando a plena capacidade.

SOBRE AS QUEIXAS DOS EMPRESÁRIOS

Lopes diz que a ingenuidade do governo alimenta as reclamações dos empresários.  Basta um setor começar a reclamar e ameaçar com desemprego para o governo, por insegurança, reagir na mesma hora e conceder o que o setor quer.

SOBRE A POLÍTICA DE REDUZIR JUROS 

Foi acertada, pois ajudou a corrigir a taxa de câmbio. Houve um custo inflacionário, mas foi feito dentro de certo parâmetros. Julga que a elevação atual dos juros é transitória.

SOBRE A QUESTÃO FISCAL

Não considera correta a ideia de que o déficit público brasileiro é grande. Há um enorme esforço fiscal desde o segundo governo FHC e a posição atual e confortável.

SOBRE A QUESTÃO DO GRAU DE INVESTIMENTO

Debita o paradoxo do burburinho com o grau de investimento (frente a uma questão fiscal tranquila) ao desastre da comunicação do governo. O governo deveria deixar claro que existe uma meta, que é estabilizar a dívida líquida como percentual do PIB, usando a folga fiscal para fazer gastos sociais.

SOBRE AÉCIO E CAMPOS

Aécio dá sinais de se voltar a uma política econômica mais ortodoxa, como no período FHC. Mas Chico não arrisca a adivinhar o que pensam Eduardo Campos e Marina Silva. 

PSB vai lançar candidato de faz-de-conta para satisfazer Marina Silva

Por , na Carta Maior

Para engolir a vice de Eduardo Campos, Marina Silva terá que se contentar com uma candidatura de araque na emblemática disputa pelo Governo de São Paulo.



Marina Silva cobrou de Eduardo Campos um preço para ser sua vice na chapa presidencial: que o PSB lance candidato a governador em São Paulo, abortando o apoio que já estava acertado à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB).

Ganhou, mas não levou. O PSB de São Paulo, sobre o qual Marina e sua Rede não têm qualquer peso, pretende lançar um candidato de araque.

Alckmin foi comunicado dessa decisão por um emissário do PSB cujo nome não foi revelado. Mas sabe-se que o emissário fez serviço completo, explicando ao governador qual é o plano. O partido não se coligará ao tucano no primeiro turno, mas já sinalizará que, em um eventual segundo turno, apoiará Alckmin.

O PSB se prepara para lançar uma candidatura que se confessa totalmente fajuta.
De pronto se admite fora de um eventual segundo turno e ansioso por apoiar o atual governador, assim que puder. Não se sabe ao certo, mas Alckmin só pode ter encerrado a conversa com um "muito obrigado".

A intenção do PSB é arranjar um candidato a governador que não deve fazer sua própria campanha. Será um anticandidato. Tentará não roubar votos de Alckmin para também tentar contribuir ao máximo para diminuir as chances de segundo turno.

O episódio, até o momento, foi o que mais atritou a combinação entre o PSB de Eduardo Campos e a Rede, grupo de Marina Silva. De uma só vez, o PSB vai satisfazer e desmoralizar a Rede.

O PSB paulista é dominado pelos alckimistas e já tinha planos de ocupar a vice com o deputado federal Márcio França. Intenção frustrada, a ideia agora é ajudar Alckmin de outra maneira.

A primeira opção da Rede, Luiza Erundina, está praticamente descartada. A própria Erundina não quer. A alternativa de Ricardo Young, do PPS, deve ser barrada pelo próprio PPS de S. Paulo, dominado por Roberto Freire, devoto fervoroso do PSDB paulista.

De forma velada, há um veto do PSB à opção por Walter Feldman, ex-PSDB, obviamente não por sua relação com seu partido de origem - que mora no coração do PSB paulista -, e sim pela condição de Feldman como fiel escudeiro de Marina.

Se a convenção estadual do PSB, que deve ocorrer no período de 10 a 30 de junho, escolher o nome do deputado Márcio França ao governo de São Paulo, o PSB estará brincando que tem candidato.

França atuará como um pseudocandidato, mas será tratado pelos adversários como um candidato de mentirinha. Será uma enganação que jogará uma pá de cal na já ridicularizada pregação que Eduardo Campos e Marina Silva fazem por uma "nova política".

Ainda é possível que consigam demover Márcio França dessa intenção e que apareça uma solução alternativa. Nem Márcio, nem Erundina, nem Young, nem Feldman. Alguém provavelmente menos conhecido que qualquer um dos quatro. Alckmin, mais uma vez, dirá "muito obrigado".

Marina Silva deve saborear sua vitória antes que ela se evapore. Porém, como uma vitória de Pirro, vai lhe custar o alto preço de fazer sua Rede engolir a vice de Campos e de ter que fingir que tem candidato na emblemática disputa pelo Governo de São Paulo. Será então a hora, como dizia o poeta, de "fingir que é dor a dor que deveras sente".

(*) Antonio Lassance é doutor em Ciência Política.