sábado, 16 de outubro de 2010

Hospital Eliseu Santos? Vete senhor Prefeito

A decisão da Câmara Municipal de Porto Alegre de dar o nome de Eliseu Santos ao HPS é totalmente inapropriada. Pior, é absurda. As circunstâncias que levaram ao assassinato de Eliseu Santos ainda não foram esclarecidas e é bom lembrar que, durante a gestão de Eliseu, sobraram denúnicas comprovadas de sucateamento do hospital.
O nome de Eliseu Santos não significa nada na longa história do HPS. Quando muito, depois de esclarecido o seu assassinato, poderia denominar um postinho de saúde.
A decisão da Câmara Municipal parece mais um daquelas em que os parlamentares resolvem não votar contra para não ficarem de mal com o colega e entregam ao Prefeito a tarefa de dizer não. Isso, se o prefeito realmente vetar, o que eu espero que aconteça.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

José Serra, FHC e o PSDB proibiram escolas técnicas em 1998

O Conversa Afiada reproduz e-mail do amigo navegante Ivo Pugnaloni:

Ivo Pugnaloni(*)

O candidato do PSDB, José Serra, repete toda noite uma promessa de que, se ele for eleito, o governo federal vai criar novas escolas técnicas em todo o Brasil. E diz que criou muitas delas no Estado de São Paulo, quando governador.
Mas o que José Serra, FHC e o PSDB fizeram realmente em 1998, quando estavam no governo federal foi muito diferente.
Veja que diz o artigo 47 da lei 9649:
“§ 5o A expansão da oferta de educação profissional, mediante a criação de novas unidades de ensino por parte da União, somente poderá ocorrer em parceria com Estados, Municípios, Distrito Federal, setor produtivo ou organizações não-governamentais, que serão responsáveis pela manutenção e gestão dos novos estabelecimentos de ensino.
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9649cons.htm]
Ou seja, no tempo que Serra era ministro, o governo criou uma lei dizendo que só poderiam criar escolas técnicas aqueles estados que, como São Paulo,  pagassem sua construção, salários, manutenção e administração.
Na prática, como conseqüência dessa lei perversa, nos oito anos que José Serra e Fernando Henrique estiveram governo federal, foram criadas apenas e tão somente 11 novas escolas técnicas no Brasil.

Presente de Serra aos professores

Convidados soltam fogos
Preparados para um abraço

O jogo não está jogado, a eleição não está terminada

Como diria Chacrinha, "só acaba quando termina". O impacto da não-eleição em primeiro turno e a baixaria serrista no início do segundo turno (pra não falar das pesquisas, que eu não comento), parecem ter desnorteado boa parte do exército dilmista.
Estaria mentindo se dissesse que o quadro está bom. Poderia estar melhor, mas... o jogo não está jogado. Dilma começou a reagir. Sem entrar no mérito (!!!) reuniu com os evangélicos, conseguiu apoio de boa parte do PTB do RS, do PP nacional.. Enfim, segundo turno é isso, é a  hora em que se abdica de alguma coisa para poder ganhar. 
Se aas coisas estivessem estagnadas, sem movimentos políticos, aí seria preocupante. A avalanche obscurantista de Serra é um perigo para o país que se moderniza e avança na melhoria das condições sociais da população. A superação de atrasos culturais, e (desculpem-me os muuuuiiiito religiososos) os fundamentalismos religiosos são um atraso cultural, deve ser uma continuidade do movimento de superação dos atrasos sociais. Do jeito que está, vamos precisar d emais um governo, depois desse, para melhorarmos um pouco nessa situação.
Como bem sabem meus fiéis leitores, sou um minimalista, me contento com pouco. Se não é possível um grande salto à frente, ao menos que não se dê nenhum passo atrás.
Tem mais uma coisa: CHEGA DE MISTURAR RELIGIÃO COM POLÍTICA. Não tenho nenhuma pesquisa qualitativa (coisa que os cérebros da campanha de DIlma devem ter e não funcionou tanto assim no 1° turno), mas qualquer um pode ver que o assunto já passou do limite na campanha da Dilma enquanto o Serra fica atacando nos pontos fracos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A psicologia de massa do fascismo à brasileira

Enviado por luisnassif

Há tempos alerto para a campanha de ódio que o pacto mídia-FHC estava plantando no jogo político brasileiro.

O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial

Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.

Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.

Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.

À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.

Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.

Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.

O fascismo à brasileira

Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.

Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.

Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.

Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.

Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.

Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.

No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.

A construção do ódio

Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.

Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.

Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.
Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.
Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.
Site NovaE

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Serra foi um dos que mais lutou a favor da privatização da Vale, diz FHC

Mais uma comparação Lula/DilmaXFHCerra

Em defesa da tradição, da família e da propriedade do pré-sal


Mônica Serra, que muita gente só foi conhecer um dia desses, andou pelos subúrbios brasileiros fazendo a campanha do marido e dizendo a evangélicos que Dilma “mata criancinhas”. Quem noticiou o fato foi o jornal O Estado de S. Paulo (que abriu voto para José Serra). Índio da Costa, vice na chapa demo-tucana, foi o companheiro de Mônica em sua missão evangelizadora entre os pobres. 
 
Indio da Costa, isto quem conta é o jornal O Dia, comprometeu-se com evangélicos a barrar a lei que proíbe discriminação contra homossexuais, o que nos leva a concluir que, no mínimo, o vice de Serra não vê problemas na discriminação contra homossexuais. Índio da Costa, que o Brasil também conheceu um dia desses e que ainda pode amanhecer presidente da república (como já aconteceu com vários vices), sugeriu, na tribuna do Congresso, a realização de um plebiscito sobre a pena da morte. O mais que sabemos de Índio é seu envolvimento em licitações não muito bem explicadas com fornecedores de merenda escolar (denuncia que virou CPI comandada por uma vereadora do PSBB carioca) e a notícia amplamente divulgada dele ter sido “o relator” do projeto ficha limpa, o que era mentira: o relator do projeto é o deputado petista José Eduardo Cardozo, da coordenação da campanha de Dilma.
 
Verônica Serra, a filha de José e Mônica, como informou exemplar reportagem de Leandro Fortes na revista Carta Capital, foi sócia de Verônica Dantas (sócia e irmã do banqueiro condenado por suborno de um policial federal e acusado de vários crimes em diferentes países, Daniel Dantas), numa empresa que violou o sigilo fiscal de milhões de brasileiros. (Para provar que a tal decidir.com entregava a mercadoria que vendia, a Folha publicou, em 2001, o cadastro de cheques sem fundo de alguns deputados). Apesar de trazer graves denúncias detalhadamente documentadas, a reportagem de capa da Carta Capital foi solenemente ignorada pela antiga imprensa e nunca desmentida por ninguém. Enquanto isso, a mais estapafúrdia ficção, como a do sujeito que achou “200 mil do tamiflu” na sua gaveta, ou a do receptador de conservante de presunto roubado que pleiteava 9 bilhões (é bilhões mesmo, com b) de financiamento no BNDES e não levou porque não pagou suborno, ganham quilômetros de manchetes e horas de acalorados debates. 
 
David Zylbersztajn foi o primeiro diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), nomeado por FHC em 1998 e reconduzido ao cargo novamente em janeiro de 2000. Em 1999, ele liderou a quebra do monopólio da Petrobras na exploração do petróleo no Brasil. “Sua separação da esposa Ana Beatriz Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em maio de 2001, antecipou sua saída da chefia da ANP, embora seu mandato lhe garantisse a permanência no cargo até o final de 2005”. (da Wikipedia) Em 2002 fundou a empresa DZ Negócios com Energia, especializada em assessorar investidores interessados na indústria brasileira de petróleo. Agora, em 2010, ele defende, como declarou em nota assinada e publicada no blog de Josias de Souza, “a manutenção do sistema de concessões também para as futuras licitações, sejam elas no pré-sal, ou fora dele”, ou seja, o interesse dos seus clientes.
 
José Serra, perguntado por Dilma Rousseff no debate da Band sobre a questão do sistema de concessões do pré-sal, enrolou, como sempre faz, ensaiou acusações vagas, desfiou clichês decorados, sorriu e mudou de assunto, como lhe mandaram. Serra também enrolou e não respondeu nada sobre as declarações de sua esposa, nem sobre o sumiço dos 4 milhões de sua campanha, entregues a Paulo Souza, a quem Serra afirmou não conhecer: "Não sei quem é, nunca ouvi falar". Depois de ameaçado pelo próprio ("Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada, não cometam esse erro") e aparecer ao seu lado em várias fotos, Serra lembrou dele rapidinho, a ponto de defendê-lo.
 
Diz a Folha: “Serra diz que governo levou o tema aborto à campanha”.  Ao Terra, Serra diz que quem trouxe o assunto para a campanha foi "o povo": "Não fomos nós que introduzimos o tema e sim o povo". Enquanto isso, sua campanha na televisão - que não é feita nem pelo governo nem pelo povo - abre com imagens de uma grávida alisando a barriga, um feto num exame de ultrassom, uma trilha melosa e uma locução que, em voz grave, começa afirmando: “Ter um filho não é uma escolha”. A apelação segue por imagens de bebezinhos recém-nascidos e termina dizendo que é preciso “escolher o bem, escolher a vida” e conclui: “E para escolher o melhor para o Brasil, é Serra presidente”. Já vi muitas canalhices nas campanhas eleitorais brasileiras, pelo menos desde que Collor acusou Lula a desejar um aborto, não vi nada tão rasteiro. Collor tinha, ao menos, a coragem de não terceirizar sua canalhice.
 
José Serra, hoje um assumido representante da mais tacanha e grotesca extrema-direita religiosa, incluindo a TFP e nazipastores de várias religiões, posa de crente enquanto sua turma faz contas de quanto poderia ganhar com o petróleo, que por enquanto é nosso. O pré-sal bem vale uma missa.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quem são e para onde irão os eleitores de Marina?


“Minha hipótese é de que o peso político de Marina Silva é menor que os votos que recebeu e que seu partido, o PV, é menor do que ela”. A opinião é de Antônio Augusto de Queiroz, jornalista, analista político e diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) em artigo no sítio Congresso em Foco, 11-10-2010.
Eis o artigo.
A resposta à pergunta acima será dada pelas pesquisas qualitativas que estão sendo feitas pelos institutos de pesquisa e pelas urnas no dia 31 de outubro, mas já é possível antecipar algumas constatações desse processo eleitoral, que está em fase de decantação. Minha hipótese é de que o peso político de Marina Silva é menor do que os votos que recebeu e que seu partido, o PV, é menor e menos verde que ela.
A senadora Marina Silva foi apresentada pela intelectualidade e pela mídia como a candidata ideal: mulher, religiosa, de origem humilde, comprometida socialmente, defensora do meio ambiente, honesta e sem o suposto radicalismo do PT nem o conservadorismo do PSDB. Seria a terceira via, embora não dispusesse de grande estrutura partidária, tempo de televisão e recursos para uma campanha presidencial.
Com esse perfil, Marina recebeu votos de um eleitorado difuso, que pode se classificado em quatro grupos: a) o da fadiga, b) o flutuante, c) o da revanche ou do troco, e d) o convicto. Minha hipótese é de que o peso político de Marina Silva é menor que os votos que recebeu e que seu partido, o PV, é menor do que ela.

Record informa: o homem bomba existe

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Serra canalhice e caradurismo


Há mais de dois anos guardo uma revolta dentro do peito que diante do cinismo e da vilania da direita tucano-midiática não posso mais conter. Melhor do que ninguém, sei o que faz gente como José Serra quando chega ao poder e sinto que tenho obrigação de contar por quê.
Para quem não me conhece, devo explicar que tenho uma filha de 12 anos, Victoria, que sofre de paralisia cerebral (Síndrome de Rett). No início de 2008, a doença de minha filha começou a se agravar. Sintomas como escoliose e crises epilépticas começaram a se pronunciar.
Os médicos nos orientaram a colocar a nossa filha em uma dessas clínicas em que crianças como ela – que, então, tinha dez anos – recebem terapias e estímulos pelo menos 5 dias por semana durante todo o período diurno.
Essas instituições, se privadas, são caríssimas, além da capacidade financeira da minha família. E como os médicos diziam que ou Victoria recebia esse tratamento intensivo ou a sua doença passaria a progredir com maior velocidade, minha mulher, como mãe, apelou ao impensável.
Disseram a Cristina que havia uma instituição municipal de São Paulo que poderia acolher a minha filha e dar a ela o que necessitava, mas que era preciso um “pistolão” para conseguir a vaga e deu o nome de uma vereadora da base do governo da cidade de São Paulo.
Minha mulher entrou em contato com essa vereadora, que se prontificou a interceder por minha filha junto à instituição, mas cobrou de minha mulher que participasse de um ato público com ela.
Minha mulher se recusou, sob minha orientação – entre o pouco que escutou do que lhe avisei ao saber que se meteria com políticos –, mas, em novas ligações, conseguiu que a vereadora indicasse uma instituição.
Em contato com a instituição, foi informada de que, sim, havia uma vaga. Preencheu documentos, apresentou Victoria para que seu estado fosse mensurado e ficou aguardando a liberação da vaga para a menina.
No prazo estipulado, Cristina foi até a instituição já dando como certo a admissão de minha filha porque ela se encaixava perfeitamente no perfil de pacientes que por lá eram admitidos. Contudo, foi informada de que a vaga para a filha teria sido “cancelada”.
Minha mulher nem esperou sair da instituição para recorrer à tal vereadora, mas foi atendida por uma assessora que lhe disse que não teria como interceder por Victoria e que, “de mais a mais”, Cristina não havia revelado que a menina era “filha do blogueiro Eduardo Guimarães”.
Em seguida, a assessora disse que não tinha mais nada a conversar com a minha mulher e desligou. A mãe de Victoria não conseguiu mais falar com essa assessora porque ninguém atendia o telefone. E não conseguiu mais falar também com a vereadora nos dias seguintes.
À época, amigos jornalistas me exortaram a denunciar o caso. Contudo, minha mulher me impediu dizendo que “por causa dessa maldita política a nossa filha estava pagando com a saúde e talvez, futuramente, até com a vida”. E me proibiu de revelar este assunto.
Diante do cinismo de Serra, de seu jogo imundo, Cristina mudou de idéia. Pelo menos me autorizou a contar esta história para que as pessoas saibam que tipo de país teríamos se esse homem chegasse ao poder. Não só por ele, mas também por conta dos que o cercam.

Serra e o direito de resposta na Veja