sábado, 28 de setembro de 2013

"Dilma Bolada" fez mais pela comunicação de Dilma que todo o aparato presidencial

Hoje, foi sem dúvida alguma, um dos dias mais importantes de toda a minha vida e um dia que vou me recordar para sempre. Quem me conhece sabe o quão sonhador sou e quão persistente também, mas ainda assim, mesmo para alguém como eu, imaginar que tudo aconteceria tão rápido e inesperadamente seria desafiar o bom senso.
Na semana passada quando recebi o telefonema do Thomas, Porta-Voz da Presidência, contando do convite da Presidenta e da ideia dela voltar ao Twitter com as honras da Dilma Bolada, mal pude acreditar que fosse verdade. Obviamente aceitei e começava ali uma contagem regressiva, guardei o segredo para fazer surpresa e aguardei ansiosamente para que chegasse o grande dia.
E o grande dia chegou, nesta sexta-feira, 27 de setembro de 2013, um dos meus maiores desejos dos últimos tempos estava sendo realizado.
Foi uma felicidade e emoção incrível ser recebido pela Presidenta do meu país, na sede do Poder Executivo Federal, sobretudo diante das circunstâncias. Pouco antes do meio-dia, a Presidenta Dilma Rousseff entrou no gabinete e me recepcionou de uma forma extremamente carinhosa e acolhedora. Conversamos, rimos, nos divertimos. Fui com grandes expectativas, mas, para minha surpresa, TODAS foram superadas. Eu achei que haveria um certo tom de formalidade da Presidenta, contudo, não houve nada disso, muito pelo contrário: Dilma estava descontraída e bem-humorada e isso tudo me fez esquecer que estava ao lado da 2ª mulher mais poderosa do mundo e fez parecer que era ali a Dilma que sempre habitou os meus pensamentos ao longo desses 3 anos e sempre me inspirou para criar conteúdo para centenas de milhares de pessoas. E tive a confirmação: era ela, obviamente com ressalvas, mas com a essência de simplicidade e acolhimento que no fundo a Bolada sempre teve com quem gosta. Outra coisa que me deixou impressionado foi a empolgação dela em estar ali no Twitter interagindo e sabendo que milhões de pessoas estariam ligadas naquilo tudo, ela mesma escrevendo tudo ali ao meu lado, cantarolando "eu voltei, agora pra ficar" quando questionei se . Aos poucos nossa 'conversa'(ou entrevista, como preferirem) foi fluindo e criávamos as coisas, tudo de uma maneira espontânea e natural, entre algumas pausas ora para risos, ora discussões sobre alguns temas mais sérios, ora para comentários sobre as histórias da Dilma Bolada.
O tempo todo a Presidenta aparentava estar animada e gostando daquele momento. Foi pouco mais de 1 hora que pareceu pouco mais que 10 minutos que repercutiu de forma formidável, a maioria absoluta das matérias e críticas foram extremamente positivas e demonstrou que a imprensa compreendeu a intenção e se ateve ao fato principal que foi esse gesto de simpatia dela me receber, reconhecer tudo o que foi feito durante esse tempo todo e optar pelo inédito e ousado para retornar ao Twitter. Não esperemos que ela seja uma twitteira assídua como somos, contudo fica a certeza de que embora ela não vai mais. Saí de lá com a impressão de que com o tempo ela irá se tornar cada vez mais presente na rede.
Foi uma honra imensurável ter vivido esse dia que se torna um marco na minha vida pessoa e profissional como comunicador. Nossa Dilminha é incrível, maravilhosa, espetacular. Depois dessa visita me sinto ainda mais inspirado.
E ao que parece, essa foi a primeira mas não será o última, mas disso falamos depois...
Ah, e no fim de tudo, atendendo a um pedido meu, Dilma falou o lema da querida Dilma Bolada: "Sou linda, sou diva, sou Presidenta. Sou Dilma!"

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Na verdade estava tentando dar um mata-leão, mas não consegui...
Hoje, foi sem dúvida alguma, um dos dias mais importantes de toda a minha vida e um dia que vou me recordar para sempre. Quem me conhece sabe o quão sonhador sou e quão persistente também, mas ainda assim, mesmo para alguém como eu, imaginar que tudo aconteceria tão rápido e inesperadamente seria desafiar o bom senso.
Na semana passada quando recebi o telefonema do Thomas, Porta-Voz da Presidência, contando do convite da Presidenta e da ideia dela voltar ao Twitter com as honras da Dilma Bolada, mal pude acreditar que fosse verdade. Obviamente aceitei e começava ali uma contagem regressiva, guardei o segredo para fazer surpresa e aguardei ansiosamente para que chegasse o grande dia.
E o grande dia chegou, nesta sexta-feira, 27 de setembro de 2013, um dos meus maiores desejos dos últimos tempos estava sendo realizado.
Foi uma felicidade e emoção incrível ser recebido pela Presidenta do meu país, na sede do Poder Executivo Federal, sobretudo diante das circunstâncias. Pouco antes do meio-dia, a Presidenta Dilma Rousseff entrou no gabinete e me recepcionou de uma forma extremamente carinhosa e acolhedora. Conversamos, rimos, nos divertimos. Fui com grandes expectativas, mas, para minha surpresa, TODAS foram superadas. Eu achei que haveria um certo tom de formalidade da Presidenta, contudo, não houve nada disso, muito pelo contrário: Dilma estava descontraída e bem-humorada e isso tudo me fez esquecer que estava ao lado da 2ª mulher mais poderosa do mundo e fez parecer que era ali a Dilma que sempre habitou os meus pensamentos ao longo desses 3 anos e sempre me inspirou para criar conteúdo para centenas de milhares de pessoas. E tive a confirmação: era ela, obviamente com ressalvas, mas com a essência de simplicidade e acolhimento que no fundo a Bolada sempre teve com quem gosta. Outra coisa que me deixou impressionado foi a empolgação dela em estar ali no Twitter interagindo e sabendo que milhões de pessoas estariam ligadas naquilo tudo, ela mesma escrevendo tudo ali ao meu lado, cantarolando "eu voltei, agora pra ficar" quando questionei se . Aos poucos nossa 'conversa'(ou entrevista, como preferirem) foi fluindo e criávamos as coisas, tudo de uma maneira espontânea e natural, entre algumas pausas ora para risos, ora discussões sobre alguns temas mais sérios, ora para comentários sobre as histórias da Dilma Bolada.
O tempo todo a Presidenta aparentava estar animada e gostando daquele momento. Foi pouco mais de 1 hora que pareceu pouco mais que 10 minutos que repercutiu de forma formidável, a maioria absoluta das matérias e críticas foram extremamente positivas e demonstrou que a imprensa compreendeu a intenção e se ateve ao fato principal que foi esse gesto de simpatia dela me receber, reconhecer tudo o que foi feito durante esse tempo todo e optar pelo inédito e ousado para retornar ao Twitter. Não esperemos que ela seja uma twitteira assídua como somos, contudo fica a certeza de que embora ela não vai mais. Saí de lá com a impressão de que com o tempo ela irá se tornar cada vez mais presente na rede.
Foi uma honra imensurável ter vivido esse dia que se torna um marco na minha vida pessoa e profissional como comunicador. Nossa Dilminha é incrível, maravilhosa, espetacular. Depois dessa visita me sinto ainda mais inspirado.
E ao que parece, essa foi a primeira mas não será o última, mas disso falamos depois...
Ah, e no fim de tudo, atendendo a um pedido meu, Dilma falou o lema da querida Dilma Bolada: "Sou linda, sou diva, sou Presidenta. Sou Dilma!"
De: Jeferson Monteiro

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Presidente da Nestlé: "Água Não É Um Direito Humano Básico."




O atual presidente e ex-CEO, da Nestlé, a maior produtora de alimentos do mundo, acredita que a resposta às questões de água global é a privatização.
Esta declaração vem da maravilhosa empresa que vendia junk food na Amazônia, e que investiu dinheiro para impedir a rotulagem de produtos cheios de OGM, e que tem um histórico de saúde e ética perturbador por sua fórmula infantil, e que também implantou um cyber exército para monitorar críticas de internet e moldar as discussões nos meios de comunicação sociais.
Esta é, aparentemente, a empresa na qual devemos confiar para controlar a nossa água, apesar de registro de grandes empresas de engarrafamento como Nestlé terem um histórico de criar escassez?
Grandes empresas multinacionais de bebidas geralmente recebem privilégios sobre a água (e até isenções fiscais) e sobre a sociedade porque criam postos de trabalho,mas os direitos da água para os governos locais é aparentemente mais importante do que outros cidadãos contribuintes.
Empresas como a Coca-Cola e Nestlé (que utiliza água de poços subterrâneos nos frascos) suga milhões de litros de água, deixando o público sofrer com tais faltas; Mas o presidente, Peter Brabeck-Letmathe, acredita que "o acesso à água não é um direito público nem um direito humano." Então, se a privatização é a resposta, é esta uma empresa em que o público deve colocar a sua confiança?
Aqui é apenas um exemplo, entre muitos, de interesse desta empresa para o público:
Na pequena comunidade paquistanesa de Bhati Dilwan, um conselheiro da antiga aldeia diz que as crianças estão enojadas com água suja. Quem é a culpa? Ele diz que é a água engarrafada pela fabricante Nestlé, a qual cavou um poço profundo privando os moradores ao acesso a água potável. "A água não é apenas muito suja, mas o nível para conseguirmos acesso à água potável subiu de 100 para 300 a 400 pés," diz Dilwan.
Por quê? Porque se a comunidade tiver água potável canalizada, privaria a lucrativa água engarrafada da marca Pure Life da Nestlé .
Neste vídeo legendado, Brabeck discute seus pontos de vista sobre a água, bem como alguns comentários interessantes sobre a sua visão da natureza — é "sem piedade" - e, claro, a declaração obrigatória que o alimento orgânico é ruim e o GM é bom.
A conclusão para este segmento é talvez o mais revelador sobre a visão de um mundo com papel de Salvador, onde o Grupo Nestlé garante a saúde da população mundial.
Você está convencido?
Peter Brabeck, presidente mundial da Nestlé, uma das maiores empresas de gêneros alimentícios mundiais, afirma, com a maior cara de pau, que a água é como qualquer outra commoditie agrícola, e deveria ser privatizada, explorada comercialmente e precificada, sendo que, uma visão contrária (a todas a pessoas normais no mundo), segundo ele, é "um direito extremo."
Essa entrevista é parte do documentário "Nós alimentamos o mundo", de Erwin Wagenhofer.

Cantando na Chuva, uma música feita de imagens

''Singin’ in the rain'' é uma canção que muitas pessoas pensam ter surgido junto com o musical de mesmo nome. Não é verdade, mas nem por isso sua ligação com o cinema é menor. Acabou aparecendo em filmes que contam um pouco da própria história do cinema: Singin’ in the rain é uma música feita de imagens.

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Fotograma do filme 'The Hollywood review of 1929".

A publicação desta canção aconteceu em 1929. Seus criadores são Arthur Freed, responsável pela letra, e Nacio Herb Brown, que criou a melodia. Neste mesmo ano ela foi utilizada pela primeira vez no cinema, no filme The Hollywood Revue of 1929.
A utilização da música pelo cinema era um fenômeno ainda recente no ano da produção deste filme - a primeira vez que o cinema teve seu primeiro filme com trilha sonora gravada e sincronizada tinha sido 1927. E, assim como no início do próprio cinema, quando o que chamava atenção não era o filme em si, mas sim a utilização da técnica e os mecanismos que faziam ela possível, a união entre cinema e música passou pelo mesmo processo.

Os primeiros filmes produzidos com a possibilidade de utilização da música eram muitas vezes filmes sobre a música. Não havia um enredo ou não se ambicionava contar uma história: o que se queria era mostrar a maravilha da música unida à imagem.
Neste caso específico, a obra era constituída por vários atos musicais e contava com atores de grande prestígio na época, como Greta Garbo, Joan Crawford ou Buster Keaton, entre outros. A canção em questão foi apresentada duas vezes dentro do filme.
Enquanto o mundo acompanhava o sofrimento americano causado pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York e o surgimento dos regimes que mais tarde causariam a Segunda Guerra Mundial, era através dos musicais que a população encontrava uma “válvula de escape”.
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Fotograma do filme "Singin' in the rain".

Até o ano de 1952, a música havia sido usada em mais dois filmes, mas foi só com o musical também chamado Singin’ in the Rain (Cantando na Chuva no Brasil, Serenata à Chuva em Portugal) que a canção se tornou uma das trilhas mais conhecidas do cinema. Em 2006, uma eleição proposta pelo American Film Institute (AFI) colocou a obra no topo da lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos.
Nesta época, a possibilidade de utilização do som pelo cinema ainda encantava o público. Singin’ in the rain é um filme sobre tecnologia e sobre a forma como o uso do som mudou a forma de se fazer cinema. Com essa novidade surgiu também um problema estético, já que os atores não sabiam como atuar nesse estilo de cinema e também os produtores não sabiam exatamente o que fazer com o som. A melhor saída encontrada foi a utilização da música como mote para a trama dos filmes.
É em torno dessas questões que se desenvolve a narrativa do musical Singin’ in the rain. Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) formavam o casal mais famoso do cinema mudo, mas com a possibilidade de utilização de som nos filmes, ambos tiveram que se adaptar ao novo estilo.
A sequência na qual Gene Kelly interpreta a canção-título do filme enquanto dança sob a chuva é uma das mais reinterpretadas do cinema. Uma das reinterpretações mais contundentes dessa sequência é de 1971, protagonizada por Malcolm MacDowell no papel de Alex, no filme A Clockwork Orange (Laranja Mecânica, no Brasil e em Portugal) de Stanley Kubrick.
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Fotograma de "Clockwork Orange", de Stanley Kubrick.
Aqui, talvez tenhamos o uso mais distinto da canção. O filme, ao contrário dos apresentados anteriormente, tem como temática a violência. A sequência em que Alex DeLarge interpreta a canção é uma das mais violentas da obra. Enquanto sapateia e canta, Alex e seus companheiros espancam um homem e estupram sua esposa.
O uso da música aqui tem a função de causar estranhamento e ironia, já que ela havia ficado mundialmente conhecida pela versão de Gene Kelly. Assim, estava na memória coletiva como uma exaltação da felicidade e do amor - ambos os sentimentos contrários às cenas que eram exibidas no filme de Kubrick.
Há especulações que dizem que a música só foi utilizada no filme de Kubrick por que era a única que Malcolm Mackdowell sabia cantar inteira. E que Gene Kelly, obviamente, havia detestado essa versão.
Com uma relação tão estreita com o cinema, Singin’ in the rain é uma música feita para as imagens. Basta que agora venham novas versões, românticas ou não.


Leia mais: Obvious

La Cucaracha - Lila Downs


En la misa y en la feria
Todo el mundo ya lo sabe
Los que llegan al gobierno
Porque se puede comprar
Del partido comunista
Ya no queda casi nada
Ahora todos van buscando
Como hacerse millonadas
Fue la junta de naciones
A poner sus opiniones
Todos no estaban de acuerdo
Donde y cuando bombardear
Se sientan los presidentes
En la silla del gobierno
Luego mandan a la guerra
A la gente de su pueblo
La cucaracha, la cucaracha
Que ya no puede caminar
Porque no tiene
Porque le falta
La marijuana que fumar
huaracha muchacha que vamoa huarachar
va una cucaracha que quiere comerciar,
toca, loca ábreme la boca,
buscame una coca que no quiero trabalear,
mica, rica para zapatear,
pido a Victor Jara no me vaya a doblegar,
chama chama al Ché Guevara,
una petición, una cucaracha,
por culpa y omision,
La cucaracha, la cucaracha
Que ya no puede caminar
Porque no tiene
Porque le falta
La marijuana que fumar
Todos se pelean la silla
Que les deja mucha plata
En el norte Pancho Villa
Y en el sur viva Zapata!
Ya murió la cucaracha
Ya la llevan a enterrar
Entre cuatro zopilotes
Y un ratón de sacristán

Jornalista pode ter sido detida a pedido de Joaquim Barbosa

Do Jornal GGN - Pelo relato da correspondente do Estadão, Cláudia Trevisan – que foi detida e algemada pela polícia, ao tentar assistir a uma palestra do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa na Universidade de Yale – a maior suspeita sobre o causador do episódio recai sobre o próprio Barbosa.
A correspondente entrou normalmente em Yale, circulou pelos corredores em que circulam alunos, professores e visitantes.
Ao pedir informações a um policial, foi detida. E as declarações do policial deixam as pistas sobre a origem das denúncias contra a correspondente (http://glurl.co/csC):
“Foi o único momento em que me alterei. Disse que ele não podia fazer isso. Ele respondeu que sim e teve seu êxtase autoritário: we know who you are, you are a reporter (você sabe quem você é, você é uma repórter). Que crime!!!! We have your picture, you were told several times you could not come (Nós temos sua foto, você foi avisada várias vezes que não podia vir)”.
A troco de quê a policia de Yale teria uma foto da correspondente? Foram avisados por quem? Havia duas pessoas que sabiam de sua ida à Universidade: a Diretora de Comunicação e o próprio Joaquim Barbosa, a quem a jornalista telefonou pedindo entrevista.
A Diretora negou a autorização para assistir à palestra. Certamente, não havia como lhe negar o acesso à Universidade, que é aberta a alunos e ao público. Não há nenhum histórico  entre a repórter e seu jornal e a Universidade, para sua foto estar nas mãos de um policial, com a ordem de detê-la.
Segundo o relato:
“Fui algemada enquanto ele dizia "you know why you are being arrested, no?" (você sabe porque está sendo presa, não?). Ao que eu dizia que não. "You were told several times you could not come here" (Você foi avisada diversas vezes que não poderia vir aqui). Ao que eu repetia que não”.
As únicas informações objetivas sobre ela eram de Joaquim Barbosa, que já provocou conflito com outros jornalistas do Estadão, devido a denúncias sobre gastos com passagem e a compra da casa em Miami.
“Ela também havia conversado previamente, por telefone celular, com o próprio ministro Barbosa, a quem solicitou uma entrevista. Barbosa disse que não estava disposto a falar com a imprensa. Claudia, então, informou o presidente do STF que o aguardaria e o abordaria do lado de fora do prédio” (http://glurl.co/csA).
'Não entrei escondido nem forcei a entrada'
Leia a íntegra do relato da correspondente do 'Estado' em Washington, Cláudia Trevisan, enviado ao embaixador Cézar Amaral, cônsul-geral do Brasil em Hartford (EUA)
Cláudia Trevisan - correspondente do Estado em Washington
Caro Cézar, obrigada por sua preocupação e empenho no caso. A história começou na manhã de esta quinta-feira, 26, quando o jornal decidiu que eu deveria tentar falar com o ministro Joaquim Barbosa na Faculdade de Direito de Yale. Ele participava lá de um evento chamado "Global Constitutionalism Seminar 2013".
Liguei para a diretora de Comunicações da Faculdade de Direito, Janet Conroy, e perguntei se poderia ter acesso ao evento. A resposta foi que não. Segundo ela, o evento era fechado e eu não poderia entrar no prédio. Eu disse que iria mesmo assim e esperaria o ministro na calçada.
Cheguei a New Haven por volta das 14h30 e fui para a Faculdade de Direito. Quando entrei, me dirigi à segurança que estava na portaria e perguntei onde estava sendo realizado o evento. Meu objetivo era ter certeza do local para poder esperar o ministro do lado de fora. Ela disse que não tinha informação sobre o seminário no website da faculdade e sugeriu que eu olhasse nas salas do corredor principal do prédio. Não pediu minha identificação nem impediu que eu entrasse. Pelo contrário.
Portanto, I did not sneaked or broke in (Eu não entrei escondido nem forcei a entrada). Eu andei pelos corredores, olhei pelos vidros dentro das salas, subi dois andares, comprei uma água na cafeteria, sentei no pátio interno e conclui que o seminário não estava ocorrendo naquele edifício.
Sai de lá e fui ao Wooley Hall, uma sala de concertos da Faculdade de Direito onde seriam realizados os eventos de hoje do seminário. As portas do lugar ficam abertas e a entrada é livre. Muitas pessoas usam o hall como atalho entre uma praça e a rua que fica do outro lado. Não havia ninguém para pedir informações na entrada.
Subi as escadas e me dirigi a um policial. Perguntei se o evento estava sendo realizado ali. Ele não respondeu e pediu que eu o acompanhasse, o que fiz sem protestar ou resistir. No andar de baixo, ele começou a me fazer perguntas. Eu não disse que era jornalista, mas falei que estava em busca do ministro Joaquim Barbosa e que pretendia esperá-lo do lado de fora. Informei meu endereço, telefone e voluntariamente entreguei meu passaporte quando ele pediu uma identificação. Quando estávamos já do lado de fora do prédio, pedi meu passaporte de volta e ele se recusou a entregá-lo.
Foi o único momento em que me alterei. Disse que ele não podia fazer isso. Ele respondeu que sim e teve seu êxtase autoritário: we know who you are, you are a reporter (você sabe quem você é, você é uma repórter). Que crime!!!! We have your picture, you were told several times you could not come (Nós temos sua foto, você foi avisada várias vezes que não podia vir). Ao que respondi que sim, era uma repórter, mas não havia sido alertada several times (muitas vezes) de que não poderia estar ali. Ao que ele respondeu que eu seria presa por "criminal trespassing" (invasão criminosa). 
Duas policiais chegaram e ficaram me vigiando. Nesse momento, consegui ligar para o Benoni na Embaixada de Washington e avisar que seria presa. Logo depois, o mesmo policial, DeJesus, voltou, ordenou que eu ficasse em pé de costas para ele e colocasse minhas mãos para trás. Fui algemada enquanto ele dizia "you know why you are being arrested, no?" (você sabe porque está sendo presa, não?). Ao que eu dizia que não. "You were told several times you could not come here" (Você foi avisada diversas vezes que não poderia vir aqui). Ao que eu repetia que não.
Isso ocorreu por volta das 16h15. Em nenhum momento me disseram o "Miranda Rights" (leitura obrigatória dos direitos). Fui colocada em um carro de polícia e esperei por cerca de uma hora. Nesse período, apareceu uma pessoa ligada ao dean ("diretor") da Faculdade de Direito, que falou com o policial rapidamente. Ele me viu no carro, mas não se interessou por saber minha versão dos fatos (quando estudei Direito, aprendemos a desconfiar de relatos policiais e a valorizar o contraditório).
Por volta das 17h15 fui transferida para um camburão e levada ao distrito policial. Pedi para dar um telefonema, mas não permitiram. Disseram que eu teria que ser "processed first", o popular fichada. Fui revistada por uma policial e colocada em uma cela, dessas que vemos em filmes americanos. Havia um vaso sanitário e um policial fornecia papel higiênico pela grade. Não havia nenhum privacidade e tinha que "ir ao banheiro" com policiais passando pelo corredor. Fiquei cerca de 3h30 na cela. No total, permaneci quase cinco horas incomunicável. Só pude dar meu primeiro telefone às 21h20, pouco antes de ser solta.
A grande questão é por que fui presa se obedeci ao policial, não ofereci resistência e pretendia sair do prédio. Ao que eu saiba, ser jornalista não é crime tipificado pela legislação americana.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mujica: uma reserva moral da política contemporânea

Amigos, sou do sul, venho do sul. Esquina do Atlântico e do Prata, meu país é uma planície suave, temperada, uma história de portos, couros, charque, lãs e carne. Houve décadas púrpuras, de lanças e cavalos, até que, por fim, no arrancar do século 20, passou a ser vanguarda no social, no Estado, no Ensino. Diria que a social-democracia foi inventada no Uruguai.
Durante quase 50 anos, o mundo nos viu como uma espécie de Suíça. Na realidade, na economia, fomos bastardos do império britânico e, quando ele sucumbiu, vivemos o amargo mel do fim de intercâmbios funestos, e ficamos estancados, sentindo falta do passado.
Quase 50 anos recordando o Maracanã, nossa façanha esportiva. Hoje, ressurgimos no mundo globalizado, talvez aprendendo de nossa dor. Minha história pessoal, a de um rapaz — por que, uma vez, fui um rapaz — que, como outros, quis mudar seu tempo, seu mundo, o sonho de uma sociedade libertária e sem classes. Meus erros são, em parte, filhos de meu tempo. Obviamente, os assumo, mas há vezes que medito com nostalgia.
Quem tivera a força de quando éramos capazes de abrigar tanta utopia! No entanto, não olho para trás, porque o hoje real nasceu das cinzas férteis do ontem. Pelo contrário, não vivo para cobrar contas ou para reverberar memórias.
Me angustia, e como, o amanhã que não verei, e pelo qual me comprometo. Sim, é possível um mundo com uma humanidade melhor, mas talvez, hoje, a primeira tarefa seja cuidar da vida.
Mas sou do sul e venho do sul, a esta Assembleia, carrego inequivocamente os milhões de compatriotas pobres, nas cidades, nos desertos, nas selvas, nos pampas, nas depressões da América Latina pátria de todos que está se formando.
Carrego as culturas originais esmagadas, com os restos de colonialismo nas Malvinas, com bloqueios inúteis a este jacaré sob o sol do Caribe que se chama Cuba. Carrego as consequências da vigilância eletrônica, que não faz outra coisa que não despertar desconfiança. Desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego uma gigantesca dívida social, com a necessidade de defender a Amazônia, os mares, nossos grandes rios na América.
Carrego o dever de lutar por pátria para todos.
Para que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, e carrego o dever de lutar por tolerância, a tolerância é necessária para com aqueles que são diferentes, e com os que temos diferências e discrepâncias. Não se precisa de tolerância com aqueles com quem estamos de acordo.
A tolerância é o fundamento de poder conviver em paz, e entendendo que, no mundo, somos diferentes.
O combate à economia suja, ao narcotráfico, ao roubo, à fraude e à corrupção, pragas contemporâneas, procriadas por esse antivalor, esse que sustenta que somos felizes se enriquecemos, seja como seja. Sacrificamos os velhos deuses imateriais. Ocupamos o templo com o deus mercado, que nos organiza a economia, a política, os hábitos, a vida e até nos financia em parcelas e cartões a aparência de felicidade.
Parece que nascemos apenas para consumir e consumir e, quando não podemos, nos enchemos de frustração, pobreza e até autoexclusão.
O certo, hoje, é que, para gastar e enterrar os detritos nisso que se chama pela ciência de poeira de carbono, se aspirarmos nesta humanidade a consumir como um americano médio, seriam imprescindíveis três planetas para poder viver.
Nossa civilização montou um desafio mentiroso e, assim como vamos, não é possível satisfazer esse sentido de esbanjamento que se deu à vida. Isso se massifica como uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e pelo mercado.
Prometemos uma vida de esbanjamento, e, no fundo, constitui uma conta regressiva contra a natureza, contra a humanidade no futuro. Civilização contra a simplicidade, contra a sobriedade, contra todos os ciclos naturais.
O pior: civilização contra a liberdade que supõe ter tempo para viver as relações humanas, as únicas que transcendem: o amor, a amizade, aventura, solidariedade, família.
Civilização contra tempo livre que não é pago, que não se pode comprar, e que nos permite contemplar e esquadrinhar o cenário da natureza.
Arrasamos a selva, as selvas verdadeiras, e implantamos selvas anônimas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com comprimidos, a solidão com eletrônicos, porque somos felizes longe da convivência humana.
Cabe se fazer esta pergunta, ouvimos da biologia que defende a vida pela vida, como causa superior, e a suplantamos com o consumismo funcional à acumulação.
A política, eterna mãe do acontecer humano, ficou limitada à economia e ao mercado. De salto em salto, a política não pode mais que se perpetuar, e, como tal, delegou o poder, e se entretém, aturdida, lutando pelo governo. Debochada marcha de historieta humana, comprando e vendendo tudo, e inovando para poder negociar de alguma forma o que é inegociável. Há marketing para tudo, para os cemitérios, os serviços fúnebres, as maternidades, para pais, para mães, passando pelas secretárias, pelos automóveis e pelas férias. Tudo, tudo é negócio.
Todavia, as campanhas de marketing caem deliberadamente sobre as crianças, e sua psicologia para influir sobre os adultos e ter, assim, um território assegurado no futuro. Sobram provas de essas tecnologias bastante abomináveis que, por vezes, conduzem a frustrações e mais.
O homenzinho médio de nossas grandes cidades perambula entre os bancos e o tédio rotineiro dos escritórios, às vezes temperados com ar condicionado. Sempre sonha com as férias e com a liberdade, sempre sonha com pagar as contas, até que, um dia, o coração para, e adeus. Haverá outro soldado abocanhado pelas presas do mercado, assegurando a acumulação. A crise é a impotência, a impotência da política, incapaz de entender que a humanidade não escapa nem escapará do sentimento de nação. Sentimento que está quase incrustado em nosso código genético.
Hoje é tempo de começar a talhar para preparar um mundo sem fronteiras. A economia globalizada não tem mais condução que o interesse privado, de muitos poucos, e cada Estado Nacional mira sua estabilidade continuísta, e hoje a grande tarefa para nossos povos, em minha humilde visão, é o todo.
Como se isto fosse pouco, o capitalismo produtivo, francamente produtivo, está meio prisioneiro na caixa dos grandes bancos. No fundo, são o vértice do poder mundial. Mais claro, cremos que o mundo requer a gritos regras globais que respeitem os avanços da ciência, que abunda. Mas não é a ciência que governa o mundo. Se precisa, por exemplo, uma larga agenda de definições, quantas horas de trabalho e toda a terra, como convergem as moedas, como se financia a luta global pela água e contra os desertos.
Como se recicla e se pressiona contra o aquecimento global. Quais são os limites de cada grande questão humana. Seria imperioso conseguir consenso planetário para desatar a solidariedade com os mais oprimidos, castigar impositivamente o esbanjamento e a especulação. Mobilizar as grandes economias não para criar descartáveis com obsolescência calculada, mas bens úteis, sem fidelidade, para ajudar a levantar os pobres do mundo. Bens úteis contra a pobreza mundial. Mil vezes mais rentável que fazer guerras. Virar um neo-keynesianismo útil, de escala planetária, para abolir as vergonhas mais flagrantes deste mundo.
Talvez nosso mundo necessite menos de organismos mundiais, desses que organizam fórums e conferências, que servem muito às cadeias hoteleiras e às companhias aéreas e, no melhor dos casos, não reúne ninguém e transforma em decisões…
Precisamos sim mascar muito o velho e o eterno da vida humana junto da ciência, essa ciência que se empenha pela humanidade não para enriquecer; com eles, com os homens de ciência da mão, primeiros conselheiros da humanidade, estabelecer acordos para o mundo inteiro. Nem os Estados nacionais grandes, nem as transnacionais e muito menos o sistema financeiro deveriam governar o mundo humano. Sim, a alta política entrelaçada com a sabedoria científica, ali está a fonte. Essa ciência que não apetece o lucro, mas que mira o por vir e nos diz coisas que não escutamos. Quantos anos faz que nos disseram coisas que não entendemos? Creio que se deve convocar a inteligência ao comando da nave acima da terra, coisas assim e coisas que não posso desenvolver nos parecem impossíveis, mas requeririam que o determinante fosse a vida, não a acumulação.
Obviamente, não somos tão iludidos, nada disso acontecerá, nem coisas parecidas. Nos restam muitos sacrifícios inúteis daqui para diante, muitos remendos de consciência sem enfrentar as causas. Hoje, o mundo é incapaz de criar regras planetárias para a globalização e isso é pela enfraquecimento da alta política, isso que se ocupa de todo. Por último, vamos assistir ao refúgio de acordos mais ou menos “reclamáveis”, que vão plantear um comércio interno livre, mas que, no fundo, terminarão construindo parapeitos protecionistas, supranacionais em algumas regiões do planeta. A sua vez, crescerão ramos industriais importantes e serviços, todos dedicados a salvar e a melhorar o meio ambiente. Assim vamos nos consolar por um tempo, estaremos entretidos e, naturalmente, continuará a parecer que a acumulação é boa, para a alegria do sistema financeiro.
Continuarão as guerras e, portanto, os fanatismos, até que, talvez, a mesma natureza faça um chamado à ordem e torne inviáveis nossas civilizações. Talvez nossa visão seja demasiado crua, sem piedade, e vemos ao homem como uma criatura única, a única que há acima da terra capaz de ir contra sua própria espécie. Volto a repetir, porque alguns chamam a crise ecológica do planeta de consequência do triunfo avassalador da ambição humana. Esse é nosso triunfo e também nossa derrota, porque temos impotência política de nos enquadrarmos em uma nova época. E temos contribuído para sua construção sem nos dar conta.
Por que digo isto? São dados, nada mais. O certo é que a população quadruplicou e o PIB cresceu pelo menos vinte vezes no último século. Desde 1990, aproximadamente a cada seis anos o comércio mundial duplica. Poderíamos seguir anotando dados que estabelecem a marcha da globalização. O que está acontecendo conosco? Entramos em outra época aceleradamente, mas com políticos, enfeites culturais, partidos e jovens, todos velhos ante a pavorosa acumulação de mudanças que nem sequer podemos registrar. Não podemos manejar a globalização porque nosso pensamento não é global. Não sabemos se é uma limitação cultural ou se estamos chegano a nossos limites biológicos.
Nossa época é portentosamente revolucionária como não conheceu a história da humanidade. Mas não tem condução consciente, ou ao menos condução simplesmente instintiva. Muito menos, todavia, condução política organizada, porque nem se quer tivemos filosofia precursora ante a velocidade das mudanças que se acumularam.
A cobiça, tão negatica e tão motor da história, essa que impulsionou o progresso material técnico e científico, que fez o que é nossa época e nosso tempo e um fenomenal avanço em muitas frentes, paradoxalmente, essa mesma ferramenta, a cobiça que nos impulsionou a domesticar a ciência e transformá-la em tecnologia nos precipita a um abismo nebuloso. A uma história que não conhecemos, a uma época sem história, e estamos ficando sem olhos nem inteligência coletiva para seguir colonizando e para continuar nos transformando.
Porque se há uma característica deste bichinho humano é a de que é um conquistador antropológico.
Parece que as coisas tomam autonomia e essas coisas subjugam os homens. De um lado a outro, sobram ativos para vislumbrar tudo isso e para vislumbrar o rombo. Mas é impossível para nós coletivizar decisões globais por esse todo. A cobiça individual triunfou grandemente sobre a cobiça superior da espécie. Aclaremos: o que é “tudo”, essa palavra simples, menos opinável e mais evidente? Em nosso Ocidente, particularmente, porque daqui viemos, embora tenhamos vindo do sul, as repúblicas que nasceram para afirmas que os homens são iguais, que ninguém é mais que ninguém, que os governos deveriam representar o bem comum, a justiça e a igualdade. Muitas vezes, as repúblicas se deformam e caem no esquecimento da gente que anda pelas ruas, do povo comum.
Não foram as repúblicas criadas para vegetar, mas ao contrário, para serem um grito na história, para fazer funcionais as vidas dos próprios povos e, por tanto, as repúblicas que devem às maiorias e devem lutar pela promoção das maiorias.
Seja o que for, por reminiscências feudais que estão em nossa cultura, por classismo dominador, talvez pela cultura consumista que rodeia a todos, as repúblicas frequentemente em suas direções adotam um viver diário que exclui, que se distância do homem da rua.
Esse homem da rua deveria ser a causa central da luta política na vida das repúblicas. Os gobernos republicanos deveriam se parecer cada vez mais com seus respectivos povos na forma de viver e na forma de se comprometer com a vida.
A verdade é que cultivamos arcaísmos feudais, cortesias consentidas, fazemos diferenciações hierárquicas que, no fundo, amassam o que têm de melhor as repúblicas: que ninguém é mais que ninguém. O jogo desse e de outros fatores nos retém na pré-história. E, hoje, é impossível renunciar à guerra cuando a política fracassa. Assim, se estrangula a economia, esbanjamos recursos.
Ouçam bem, queridos amigos: em cada minuto no mundo se gastam US$ 2 milhões em ações militares nesta terra. Dois milhões de dólares por minuto em inteligência militar!! Em investigação médica, de todas as enfermidades que avançaram enormemente, cuja cura dá às pessoas uns anos a mais de vida, a investigação cobre apenas a quinta parte da investigação militar.
Este processo, do qual não podemos sair, é cego. Assegura ódio e fanatismo, desconfiança, fonte de novas guerras e, isso também, esbanjamento de fortunas. Eu sei que é muito fácil, poeticamente, autocriticarmo-nos pessoalmente. E creio que seria uma inocência neste mundo plantear que há recursos para economizar e gastar em outras coisas úteis. Isso seria possível, novamente, se fôssemos capazes de exercitar acordos mundiais e prevenções mundiais de políticas planetárias que nos garantissem a paz e que a dessem para os mais fracos, garantia que não temos. Aí haveria enormes recursos para deslocar e solucionar as maiores vergonhas que pairam sobre a Terra. Mas basta uma pergunta: nesta humanidade, hoje, onde se iria sem a existência dessas garantias planetárias? Então cada qual esconde armas de acordo com sua magnitude, e aqui estamos, porque não podemos raciocinar como espécie, apenas como indivíduos.
As instituições mundiais, particularmente hoje, vegetam à sombra consentida das dissidências das grandes nações que, obviamente, querem reter sua cota de poder.
Bloqueiam esta ONU que foi criada com uma esperança e como um sonho de paz para a humanidade. Mas, pior ainda, desarraigam-na da democracia no sentido planetário porque não somos iguais. Não podemos ser iguais nesse mundo onde há mais fortes e mais fracos. Portanto, é uma democracia ferida e está cerceando a história de um possível acordo mundial de paz, militante, combativo e verdadeiramente existente. E, então, remendamos doenças ali onde há eclosão, tudo como agrada a algumas das grandes potências. Os demais olham de longe. Não existimos.
Amigos, creio que é muito difícil inventar uma força pior que nacionalismo chovinista das grandes potências. A força é que liberta os fracos. O nacionalismo, tão pai dos processos de descolonização, formidável para os fracos, se transforma em uma ferramenta opressora nas mãos dos fortes e, nos últimos 200 anos, tivemos exemplos disso por toda a parte.
A ONU, nossa ONU, enlanguece, se burocratiza por falta de poder e de autonomia, de reconhecimento e, sobretudo, de democracia para o mundo mais fraco que constitui a maioria esmagadora do planeta. Mostro um pequeno exemplo, pequenino. Nosso pequeno país tem, em termos absolutos, a maior quantidade de soldados em missões de paz em todos os países da América Latina. E ali estamos, onde nos pedem que estejamos. Mas somos pequenos, fracos. Onde se repartem os recursos e se tomam as decisões, não entramos nem para servir o café. No mais profundo de nosso coração, existe um enorme anseio de ajudar para que o homem saia da pré-história. Eu defino que o homem, enquanto viver em clima de guerra, está na pré-história, apesar dos muitos artefatos que possa construir.
Até que o homem não saia dessa pré-história e arquive a guerra como recurso quando a política fracassa, essa é a larga marcha e o desafio que temos daqui adiante. E o dizemos com conhecimento de causa. Conhecemos a solidão da guerra. No entanto, esses sonhos, esses desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais que comecem a governar nossa história e superar, passo a passo, as ameaças à vida. A espécie como tal deveria ter um governo para a humanidade que superasse o individualismo e primasse por recriar cabeças políticas que acudam ao caminho da ciência, e não apenas aos interesses imediatos que nos governam e nos afogam.
Paralelamente, devemos entender que os indigentes do mundo não são da África ou da América Latina, mas da humanidade toda, e esta deve, como tal, globalizada, empenhar-se em seu desenvolvimento, para que possam viver com decência de maneira autônoma. Os recursos necessários existem, estão neste depredador esbanjamento de nossa civilização.
Há poucos dias, fizeram na Califórnia, em um corpo de bombeiros, uma homenagem a uma lâmpada elétrica que está acesa há cem anos. Cem anos que está acesa, amigo! Quantos milhões de dólares nos tiraram dos bolsos fazendo deliberadamente porcarias para que as pessoas comprem, comprem, comprem e comprem.
Mas esta globalização de olhar para todo o planeta e para toda a vida significa uma mudança cultural brutal. É o que nos requer a história. Toda a base material mudou e cambaleou, e os homens, com nossa cultura, permanecem como se não houvesse acontecido nada e, em vez de governarem a civilização, deixam que ela nos governe. Há mais de 20 anos que discutimos a humilde taxa Tobin. Impossível aplicá-la no tocante ao planeta. Todos os bancos do poder financeiro se irrompem feridos em sua propriedade privada e sei lá quantas coisas mais. Mas isso é paradoxal. Mas, com talento, com trabalho coletivo, com ciência, o homem, passo a passo, é capaz de transformar o deserto em verde.
O homem pode levar a agricultura ao mar. O homem pode criar vegetais que vivam na água salgada. A força da humanidade se concentra no essencial. É incomensurável. Ali estão as mais portentosas fontes de energia. O que sabemos da fotossíntese? Quase nada. A energia no mundo sobra, se trabalharmos para usá-la bem. É possível arrancar tranquilamente toda a indigência do planeta. É possível criar estabilidade e será possível para as gerações vindouras, se conseguirem raciocinar como espécie e não só como indivíduos, levar a vida à galáxia e seguir com esse sonho conquistador que carregamos em nossa genética.
Mas, para que todos esses sonhos sejam possíveis, precisamos governar a nos mesmos, ou sucumbiremos porque não somos capazes de estar à altura da civilização em que fomos desenvolvendo.
Este é nosso dilema. Não nos entretenhamos apenas remendando consequências. Pensemos na causa profundas, na civilização do esbanjamento, na civilização do usa-tira que rouba tempo mal gasto de vida humana, esbanjando questões inúteis. Pensem que a vida humana é um milagre. Que estamos vivos por um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico, acima de todas as coisas, é respeitar a vida e impulsioná-la, cuidá-la, procriá-la e entender que a espécie é nosso “nós”.
Obrigado.
E, aqui, o original em espanhol:
Amigos todos, soy del sur, vengo del sur. Esquina del Atlántico y del Plata, mi país es una penillanura suave, templada, una historia de puertos, cueros, tasajo, lanas y carne. Tuvo décadas púrpuras, de lanzas y caballos, hasta que por fin al arrancar el siglo XX se puso a ser vanguardia en lo social, en el Estado, en la enseñanza. Diría que la socialdemocracia se inventó en el Uruguay.
Durante casi 50 años el mundo nos vio como una especie de Suiza. En realidad, en lo económico fuimos bastardos del imperio británico y cuando este sucumbió vivimos las amargas mieles de términos de intercambio funestos, y quedamos estancados añorando el pasado.
Casi 50 años recordando el Maracaná, nuestra hazaña deportiva. Hoy hemos resurgido en este mundo globalizado tal vez aprendiendo de nuestro dolor. Mi historia personal, la de un muchacho- porque alguna vez fui muchacho- que como otros quiso cambiar su época, su mundo, el sueño de una sociedad libertaria y sin clases. Mis errores son en parte hijos de mi tiempo. Obviamente los asumo, pero hay veces que medito con nostalgia
Obviamente los asumo, pero hay veces que medito con nostalgia
¡quién tuviera la fuerza de cuando éramos capaces de albergar tanta utopía! Sin embargo no miro hacia atrás porque el hoy real nació en las cenizas fértiles del ayer. Por el contrario no vivo para cobrar cuentas o reverberar recuerdos.
Me angustia, y de qué manera, el porvenir que no veré, y por el que me comprometo. Sí, es posible un mundo con una humanidad mejor, pero tal vez hoy la primera tarea sea cuidar la vida.
Pero soy del sur y vengo del sur, a esta asamblea, cargo inequívocamente con los millones de compatriotas pobres, en las ciudades, en los páramos, en las selvas, en las pampas, en los socavones, de la América Latina patria común que se está haciendo.
Cargo con las culturas originales aplastadas, con los restos del colonialismo en Malvinas, con bloqueos inútiles a ese caimán bajo el sol del Caribe que se llama Cuba. Cargo con las consecuencias de la vigilancia electrónica que no hace otra cosa que sembrar desconfianza. Desconfianza que nos envenena inútilmente. Cargo con una gigantesca deuda social, con la necesidad de defender la Amazonia, los mares, nuestros grandes ríos de América.
Cargo con el deber de luchar por patria para todos.
Para que Colombia pueda encontrar el camino de la paz, y cargo con el deber de luchar por tolerancia, la tolerancia se precisa para con aquellos que son distintos, y con los que tenemos diferencias y discrepamos. No se precisa la tolerancia para los que estamos de acuerdo.
La tolerancia es el fundamento de poder convivir en paz, y entendiendo que en el mundo somos diferentes.
El combate a la economía sucia, al narcotráfico, a la estafa, el fraude y la corrupción, plagas contemporáneas, prohijadas por ese antivalor, ese que sostiene que somos felices si nos enriquecemos sea como sea. Hemos sacrificado los viejos dioses inmateriales. Les ocupamos el templo con el dios mercado, que nos organiza la economía, la política, los hábitos, la vida y hasta nos financia en cuotas y tarjetas, la apariencia de felicidad.
Parecería que hemos nacido solo para consumir y consumir, y cuando no podemos cargamos con la frustración, la pobreza, y hasta la autoexclusión.
Lo cierto hoy es que para gastar y enterrar los detritos en eso que se llama la huella de carbono por la ciencia, si aspiraramos en esta humanidad a consumir como un americano medio promedio, sería imprescindible tres planetas para poder vivir.
Es decir nuestra civilización montó un desafío mentiroso y así como vamos, no es posible para todos colmar ese sentido de despilfarro que se le ha dado a la vida. En los hechos se está masificando como una cultura de nuestra época, siempre dirigida por la acumulación y el mercado.
Prometemos una vida de derroche y despilfarro, y en el fondo constituye una cuenta regresiva contra la naturaleza, contra la humanidad como futuro. Civilización contra la sencillez, contra la sobriedad, contra todos los ciclos naturales.
Lo peor: civilización contra la libertad que supone tener tiempo para vivir las relaciones humanas, lo único trascendente, el amor, la amistad, aventura, solidaridad, familia.
Civilización contra tiempo libre no paga, que no se compra, y que nos permite contemplar y escudriñar el escenario de la naturaleza.
Arrasamos la selva, las selvas verdaderas, e implantamos selvas anónimas de cemento. Enfrentamos al sedentarismo con caminadores, al insomnio con pastillas, la soledad con electrónicos, porque somos felices alejados del entorno humano.
Cabe hacerse esta pregunta, huimos de nuestra biología que defiende la vida por la vida misma, como causa superior, y lo suplantamos por el consumismo funcional a la acumulación.
La política, la eterna madre del acontecer humano quedó limitada a la economía y al mercado, de salto en salto la política no puede más que perpetuarse, y como tal delegó el poder y se entretiene, aturdida, luchando por el gobierno. Debocada marcha de historieta humana, comprando y vendiendo todo, e innovando para poder negociar de algún modo, lo que es innegociable. Hay marketing para todo, para los cementerios, los servicios fúnebres, las maternidades, para padres, para madres, pasando por las secretarias, los autos y las vacaciones. Todo, todo es negocio.
Todavía las campañas de marketing caen deliberadamente sobre los niños, y su psicología para influir sobre los mayores y tener hacia el futuro un territorio asegurado. Sobran pruebas de estas tecnologías bastante abominables que a veces, conducen a las frustraciones y más.
El hombrecito promedio de nuestras grandes ciudades, deambula entre las financieras y el tedio rutinario de las oficinas, a veces atemperadas con aire acondicionado. Siempre sueña con las vacaciones y la libertad, siempre sueña con concluir las cuentas, hasta que un día, el corazón se para, y adiós. Habrá otro soldado cubriendo las fauces del mercado, asegurando la acumulación. La crisis se hace impotencia, la impotencia de la política, incapaz de entender que la humanidad no se escapa, ni se escapará del sentimiento de nación. Sentimiento que casi está incrustado en nuestro código genético.
Hoy, es tiempo de empezar a tallar para preparar un mundo sin fronteras. La economía globalizada no tiene más conducción que el interés privado, de muy pocos, y cada estado nacional mira su estabilidad continuista, y hoy la gran tarea para nuestros pueblos, en mi humilde manera de ver, es el todo.
Como si esto fuera poco, el capitalismo productivo, francamente productivo, está medio prisionero en la caja de los grandes bancos. En el fondo son la cúspide del poder mundial. Más claro, creemos que el mundo requiere a gritos reglas globales que respeten los logros de la ciencia, que abunda. Pero no es la ciencia que gobierna el mundo. Se precisan por ejemplo, una larga agenda de definiciones, cuántas horas de trabajo y toda la tierra, cómo convergen las monedas, cómo se financia la lucha global por el agua, y contra los desiertos.
Cómo se recicla y se presiona contra el calentamiento global. Cuáles son los límites de cada gran quehacer humano. Sería imperioso lograr consenso planetario para desatar solidaridad hacia los más oprimidos, castigar impositivamente el despilfarro y la especulación. Movilizar las grandes economías, no para crear descartables, con obsolencia calculada, sino bienes útiles, sin fidelidad, para ayudar a levantar a los pobres del mundo. Bienes útiles contra la pobreza mundial. Mil veces más redituable que hacer guerras. Volcar un neo-keynesianismo útil de escala planetaria para abolir las vergüenzas más flagrantes que tiene este mundo.
Tal vez nuestro mundo necesita menos organismos mundiales, esos que organizan los foros y las conferencias, que le sirven mucho a las cadenas hoteleras y a las compañías aéreas y en el mejor de los casos nadie recoge y lo transforma en decisiones.…
Necesitamos sí mascar mucho lo viejo y eterno de la vida humana junto a la ciencia, esa ciencia que se empeña por la humanidad no para hacerse rico; con ellos, con los hombres de ciencia de la mano, primeros consejeros de la humanidad, establecer acuerdos por el mundo entero. Ni los Estados nacionales grandes, ni las transnacionales y muchos menos el sistema financiero debería gobernar el mundo humano. Sí la alta política entrelazada con la sabiduría científica, allí está la fuente. Esa ciencia que no apetece el lucro pero que mira el porvenir y nos dice cosas que no atendemos. ¿Cuántos años hace que nos dijeron determinadas cosas que no nos dimos por enterados? Creo que hay que convocar la inteligencia al comando de la nave arriba de la tierra, cosas de este estilo y otras que no puedo desarrollar nos parecen imprescindibles, pero requerirían que lo determinante fuera la vida, no la acumulación.
Obviamente, no somos tan ilusos, estas cosas no pasarán, ni otras parecidas. Nos quedan muchos sacrificios inútiles por delante, mucho remendar consecuencias y no enfrentar las causas. Hoy el mundo es incapaz de crear regulación planetaria a la globalización y esto es por el debilitamiento de la alta política, eso que se ocupa de todo. Por último vamos a asistir al refugio de acuerdos más o menos “reclamables”, que van a plantear un mentiroso libre comercio interno, pero que en el fondo van a terminar construyendo parapetos proteccionistas, supranacionales en algunas regiones del planeta. A su vez van a crecer ramas industriales importantes y servicios, todos dedicados a salvar y mejorar al medio ambiente. Así nos vamos a consolar por un tiempo, vamos a estar entretenidos y naturalmente va a continuar como para estar rica la acumulación para regodeo del sistema financiero.
Continuarán las guerras y por tanto los fanatismos hasta que tal vez la misma naturaleza lo llame al orden y haga inviable nuestras civilizaciones. Tal vez nuestra visión es demasiado cruda, sin piedad y vemos al hombre como una criatura única, la única que hay arriba de la tierra capaz de ir contra su propia especie. Vuelvo a repetir, porque algunos llaman la crisis ecológica del planeta, es consecuencia del triunfo avasallante de la ambición humana. Ese es nuestro triunfo, también nuestra derrota, porque tenemos impotencia política de encuadrarnos en una nueva época. Y hemos contribuido a construir y no nos damos cuenta.
¿Por qué digo esto? Son datos nada más. Lo cierto es que la población se cuadriplicó y el PBI creció por lo menos veinte veces en el último siglo. Desde 1990 aproximadamente cada seis años se duplica el comercio mundial. Podíamos seguir anotando datos que establecen la marcha de la globalización. ¿Qué nos está pasando? Entramos en otra época aceleradamente pero con políticos, atavíos culturales, partidos, y jóvenes, todos viejos ante la pavorosa acumulación de cambios que ni siquiera podemos registrar. No podemos manejar la globalización, porque nuestro pensamiento no es global. No sabemos si es una limitante cultural o estamos llegando a los límites biológicos.
Nuestra época es portentosamente revolucionaria como no ha conocido la historia de la humanidad. Pero no tiene conducción consciente, o menos, conducción simplemente instintiva. Mucho menos todavía, conducción política organizada porque ni siquiera hemos tenido filosofía precursora ante la velocidad de los cambios que se acumularon.
La codicia, tanto negativa y tanto motor de la historia, eso que empujó al progreso material técnico y científico, que ha hecho lo que es nuestra época y nuestro tiempo y un fenomenal adelanto en muchos frentes, paradojalmente, esa misma herramienta, la codicia que nos empujó a domesticar la ciencia y transformarla en tecnología nos precipita a un abismo brumoso. A una historia que no conocemos, a una época sin historia y nos estamos quedando sin ojos ni inteligencia colectiva para seguir colonizando y perpetuarnos transformándonos.
Porque si una característica tiene este bichito humano, es que es un conquistador antropológico.
Parece que las cosas toman autonomía y las cosas someten a los hombres. Por un lado u otro, sobran activos para vislumbrar estas cosas y en todo caso, vislumbrar el rumbo. Pero nos resulta imposible colectivizar decisiones globales por ese todo. Más claro, la codicia individual ha triunfado largamente sobre la codicia superior de la especie. Aclaremos, ¿qué es el todo?, esa palabra que utilizamos. Para nosotros es la vida global del sistema tierra incluyendo la vida humana con todos los equilibrios frágiles que hacen posible que nos perpetuemos. Por otro lado, más sencillo, menos opinable y más evidente. En nuestro occidente, particularmente, porque de ahí venimos aunque venimos del Sur, las repúblicas que nacieron para afirmar que los hombres somos iguales, que nadie es más que nadie, que sus gobiernos deberían representar el bien común, la justicia y la equidad. Muchas veces, las repúblicas se deforman y caen en el olvido de la gente corriente, la que anda por las calles, el pueblo común.
No fueron las repúblicas creadas para vegetar encima de la grey, sino por el contrario, son un grito en la historia para hacer funcionales a la vida de los propios pueblos y, por lo tanto, las repúblicas se deben a las mayorías y a luchar por la promoción de las mayorías.
Por lo que fuera, por reminiscencias feudales que están allí en nuestra cultura; por clasismo dominador, tal vez por la cultura consumista que nos rodea a todos, las repúblicas frecuentemente en sus direcciones adoptan un diario vivir que excluye, que pone distancia con el hombre de la calle.
En los hechos, ese hombre de la calle debería ser la causa central de la lucha política en la vida de las repúblicas. Los gobiernos republicanos deberían de parecerse cada vez más a sus respectivos pueblos en la forma de vivir y en la forma de comprometerse con al vida.
El hecho es que cultivamos arcaísmos feudales, cortesanismos consentidos, hacemos diferenciaciones jerárquicas que en el fondo socavan lo mejor que tienen las repúblicas: que nadie es más que nadie. El juego de estos y otros factores nos retienen en la prehistoria. Y hoy es imposible renunciar a la guerra cuando la política fracasa. Así se estrangula la economía, derrochamos recursos.
Oigan bien, queridos amigos: en cada minuto del mundo se gastan dos millones de dólares en presupuestos militares en esta tierra. Dos millones de dólares por minutos en presupuesto militar!! En investigación médica, de todas las enfermedades que ha avanzado enormemente y es una bendición para la promesa de vivir unos años más, esa investigación apenas cubre la quinta parte de la investigación militar.
Este proceso del cual no podemos salir, es ciego. Asegura odio y fanatismo, desconfianza, fuente de nuevas guerras y esto también, derroche de fortunas. Yo se que es muy fácil, poéticamente, autocriticarnos, personalmente. Y creo que sería una inocencia en este mundo plantear que allí existen recursos para ahorrar y gastarlos en otras cosas útiles. Eso sería posible, otra vez, si fuéramos capaces de ejercitar acuerdos mundiales y prevenciones mundiales de políticas planetarias que nos garanticen la paz y que nos den a los más débiles, garantía que no tenemos. Ahí habría enormes recursos para recortar y atender las mayores vergüenzas arriba de la Tierra. Pero basta una pregunta: en esta humanidad, hoy, ¿adonde se iría sin la existencia de esas garantías planetarias? Entonces cada cual hace vela de armas de acuerdo a su magnitud y allí estamos porque no podemos razonar como especie, apenas como individuos.
Las instituciones mundiales, particularmente hoy vegetan a la sombra consentida de las disidencias de las grandes naciones que, obviamente, estas quieren retener su cuota de poder.
Bloquean en los hechos a esta ONU que fue creada con una esperanza y como un sueño de paz para la humanidad. Pero peor aún la desarraigan de la democracia en el sentido planetario porque no somos iguales. No podemos ser iguales en este mundo donde hay más fuertes y más débiles. Por lo tanto es una democracia planetaria herida y está cercenando la historia de un posible acuerdo mundial de paz, militante, combativo y que verdaderamente exista. Y entonces, remendamos enfermedades allí donde hace eclosión y se presenta según le parezca a algunas de las grandes potencias. Lo demás miramos desde lejos. No existimos.
Amigos, yo creo que es muy difícil inventar una fuerza peor que el nacionalismo chauvinista de las granes potencias. La fuerza que es liberadora de los débiles. El nacionalismo tan padre de los procesos de descolonización, formidable hacia los débiles, se transforma en una herramienta opresora en las manos de los fuertes y vaya que en los últimos 200 años hemos tenido ejemplos por todas partes.
La ONU, nuestra ONU languidece, se burocratiza por falta de poder y de autonomía, de reconocimiento y sobre todo de democracia hacia el mundo más débil que constituye la mayoría aplastante del planeta. Pongo un pequeño ejemplo, pequeñito. Nuestro pequeño país tiene en términos absolutos, la mayor cantidad de soldados en misiones de paz de los países de América Latina desparramos en el mundo. Y allí estamos, donde nos piden que estemos. Pero somos pequeños, débiles. Donde se reparten los recursos y se toman las decisiones, no entramos ni para servir el café. En lo más profundo de nuestro corazón, existe un enorme anhelo de ayudar para que le hombre salga de la prehistoria. Yo defino que el hombre mientras viva con clima de guerra, está en la prehistoria, a pesar de los muchos artefactos que pueda construir.
Hasta que el hombre no salga de esa prehistoria y archive la guerra como recurso cuando la política fracasa, esa es la larga marcha y el desafío que tenemos por delante. Y lo decimos con conocimiento de causa. Conocemos las soledades de la guerra. Sin embargo, estos sueños, estos desafíos que están en el horizonte implica luchar por una agenda de acuerdos mundiales que empiecen a gobernar nuestra historia y superar paso a paso, las amenazas a la vida. La especie como tal, debería tener un gobierno para la humanidad que supere el individualismo y bregue por recrear cabezas políticas que acudan al camino de la ciencia y no solo a los intereses inmediatos que nos están gobernando y ahogando.
Paralelamente hay que entender que los indigentes del mundo no son de África o de América Latina, son de la humanidad toda y esta debe como tal, globalizada, propender a empeñarse en su desarrollo, en que puedan vivir con decencia por sí mismos. Los recursos necesarios existen, están en ese depredador despilfarro de nuestra civilización.
Hace pocos días le hicieron ahí, en California, en una agencia de bomberos un homenaje a una bombita eléctrica que hace 100 años que está prendida; ¡100 años que está prendida, amigo! Cuántos millones de dólares nos sacaron del bolsillo haciendo deliberadamente porquerías para que la gente compre, y compre, y compre, y compre.
Pero esta globalización de mirar por todo el planeta y por toda la vida significa un cambio cultural brutal. Es lo que nos está requiriendo la historia. Toda la base material ha cambiado y ha tambaleado, y los hombres, con nuestra cultura, permanecemos como si no hubiera pasado nada y en lugar de gobernar la civilización, esta nos gobierna a nosotros. Hace más de 20 años que discutíamos la humilde tasa Tobi. Imposible aplicarla a nivel del planeta. Todos los bancos del poder financiero se levantan heridos en su propiedad privada y qué sé yo cuántas cosas más. Sin embargo, esto es lo paradojal. Sin embargo, con talento, con trabajo colectivo, con ciencia, el hombre paso a paso es capaz de transformar en verde a los desiertos.
El hombre puede llevar la agricultura al mar. El hombre puede crear vegetales que vivan con agua salada. La fuerza de la humanidad se concentra en lo esencial. Es inconmensurable. Allí están las más portentosas fuentes de energía. ¿Qué sabemos de la fotosíntesis?, casi nada. La energía en el mundo sobra si trabajamos para usarla con ella. Es posible arrancar de cuajo toda la indigencia del planeta. Es posible crear estabilidad y será posible a generaciones venideras, si logran empezar a razonar como especie y no solo como individuo, llevar la vida a la galaxia y seguir con ese sueño conquistador que llevamos en nuestra genética los seres humanos.
Pero para que todos esos sueños sean posibles, necesitamos gobernarnos a nosotros mismos o sucumbiremos porque no somos capaces de estar a la altura de la civilización que en los hechos fuimos desarrollando.
Este es nuestro dilema. No nos entretengamos solos remendando consecuencias. Pensemos en las causas de fondo, en la civilización del despilfarro, en la civilización del use-tire que lo que está tirando es tiempo de vida humana malgastado, derrochando cuestiones inútiles. Piensen que la vida humana es un milagro. Que estamos vivos por milagro y nada vale más que la vida. Y que nuestro deber biológico es por encima de todas las cosas respetar la vida e impulsarla, cuidarla, procrearla y entender que la especie es nuestro nosotros.
Gracias.

Como o ano de 2000 era imaginado em 1910

Um artista francês chamado Villemard produziu no ano de 1910 uma série de ilustrações imaginando como seria a vida em 2000. As ilustrações foram encontradas no na biblioteca nacional da França, e acredita-se que elas eram uma espécie de figurinhas colecionáveis que vinham em alimentos.


 Os barcos voariam. Uma espécie de avião bem imbecil.

 Essas moças estão usando patins motorizados.

 Uma pessoa passa uma imagem que é enviada de outro lugar. bem parecido com o Skype.

 Um aluno coloca livros em uma máquina de moer, e pelo jeito, as informações são transformadas em sinais elétricos que vão para a mente dos alunos.

 Uma incrível máquina que faz uma peça de roupa por vez.

 Carros de guerra em conflito.

 O nome dessa imagem é "curiosidade". Acreditava-se nessa época que a maioria dos animais estariam extintos no ano 2000. As pessoas admiram um cavalo, que na cabeça do artista, seria raro hoje em dia.


               Segundo a ilustração, é um trem elétrico que liga Paria à Beijing.





Um helicóptero sendo detectado por uma torre de comando.



 Uma patrulha e suas bicicletas armadas.



 As pessoas poderiam no ano 2000 ouvir o seu jornal favorito. Já pensou?





















Um policial voador para um avião que está cometendo alguma infração de trânsito aéreo.
 Um banheiro com vários mecanismos, alavancas e engrenagens. A eletrônica era inimaginável nesse mundo mecânico.




















Um arquiteto seria o responsável por uma obra inteira, apenas controlando botões. Um dos botões ativa um auto-falante que solta cantadas para as gostosas que passam na rua.