Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Gilson Dipp,
ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), disse que uma assessora
está em Belo Horizonte e que vai acessar o arquivo do Conselho de
Direitos Humanos de Minas (Conedh-MG), que guarda o depoimento da
presidenta Dilma Rousseff sobre as torturas que sofreu quando estava
presa no período da ditadura militar.
“A pesquisadora já estava lá, com pesquisas que tem na Universidade
Federal de Minas Gerais [UFMG], e vamos aproveitar para que ela faça
esse contato”, disse Dipp à Agência Brasil. Segundo
ele, a assessora poderá auxiliar a comissão verificando, além dos
arquivos divulgados ontem (17) e hoje (18) pelos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas, outros documentos que ainda não tenham sido abertos.
No testemunho prestado em 2001, Dilma Rousseff descreve as sessões de
tortura às quais foi submetida em 1972, em Juiz de Fora. Ela revelou que
chegou a ser agredida com socos no maxilar. “Minha arcada girou para
outro lado, me causando problemas até hoje, problemas no osso do suporte
do dente. Me deram um soco e o dente se deslocou e apodreceu”, relatou
Dilma. “Só mais tarde, quando voltei para São Paulo, o Albernaz [capitão
Alberto Albernaz, do DOI-Codi] completou o serviço com um soco,
arrancando o dente”.
Gilson Dipp disse que ainda não foi discutida, dentro do grupo, a
possibilidade de ouvir a presidenta sobre as torturas que ela sofreu em
Minas Gerais.
Segundo as reportagens publicadas pelos jornais, do grupo Diários
Associados, Dilma tinha 22 anos quando foi presa. Ela militava no
Comando de Libertação Nacional (Colina), grupo considerado terrorista
pelos militares, e usava codinomes como Estela, Stela, Vanda, Luíza,
Mariza e Ana.
Edição: Vinicius Doria
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