Jornal GGN - A jornalista Claudia Trevisan, correspondente do Estadão, foi presa na última quinta-feira, dentro das dependências da Universidade de Yale, no estado de Washington, quando tentava entrevistar o ministro do Supremo, Joaquim Barbosa. Ontem, dia 28, a universidade soltou nota, em resposta às indagações do jornal e do governo brasileiro, afirmando que a prisão da jornalista foi “justificada”, mas afirmou, por outro lado, que não “planeja acionar a promotoria local”, para pedir abertura de uma ação penal contra Trevisan.
A jornalista foi detida antes de sequer localizar o presidente do STF. Foi algemada, levada em um carro policial e colocada em cela do departamento de política da universidade. Ela foi liberada após autuação por “invasão de propriedade”.
Joaquim Barbosa estava na Yale para um seminário sobre direito constitucional. O tema, como se sabe, refere-se ao ramo do direito público que estuda os princípios e normas que estruturam o Estado e garantem os direitos e liberdades individuais expressas na Constituição.
O comunicado enviado pela Yale, foi assinado pelo secretário de imprensa Tom Conroy, onde ratifica o motivo da prisão e que a “polícia seguiu os procedimentos normais, sem que a sra. Trevisan fosse maltratada”. Claudia Trevisan rebateu com surpresa, pois algemas e o impedimento de dar telefonema por cinco horas constitui-se “uma violência terrível”, além da humilhação de ser tratada como criminosa e colocada em uma cela, “onde você precisa fazer xixi na frente de policiais”. Ainda da declaração da jornalista a surpresa de que isso tenha acontecido em uma faculdade de direito e que durante todo o processo ninguém da Yale tentou ouvir sua versão dos fatos.
Eis a íntegra da nota da Yale
“Antes de chegar ao Campus da Universidade Yale no dia 26 de setembro para tentar entrevistar o ministro Barbosa, a sra. Trevisan já sabia que o Seminário Constitucionalismo Global ministrado por ele seria um evento privado, fechado para o público e para a imprensa. Ela invadiu a propriedade de Yale, entrou na Faculdade de Direito sem permissão e quis entrar em outro prédio onde os participantes do seminário estavam.
Quando ela foi questionada sobre o motivo pelo qual estava no prédio, ela afirmou que estava procurando um amigo com quem pretendia se encontrar. Ela foi presa por invasão de propriedade. A polícia seguiu os procedimentos normais, sem que a sra. Trevisan fosse maltratada. Apesar de justificada a prisão por invasão, a universidade não planeja acionar a promotoria local para levar adiante a acusação.
A Faculdade de Direito e a Universidade Yale acomodam milhares de jornalistas ao longo do ano para eventos públicos no campus e entrevistas com membros da comunidade de Yale e visitantes.
Assim como todos os jornalistas, a sra. Trevisan é bem-vinda para participar de qualquer evento público em Yale e falar com qualquer pessoa que desejar lhe conceder entrevista.
TOM CONROY, SECRETÁRIO DE
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE YALE”
Com informações do Estadão
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