O tratamento a ser dado ao consumo e tráfico de drogas na proposta de novo Código Penal já sucitou debates. De imediato um grupo de parlamentares capitaneado por Osmar Terra, entidadese igrejas lançaram um manifesto contra a proposta. Sobre isso, Marcos Rolim escreveu um sensato artigo, intitulado Drogas? É preciso pensar.
O texto é esclarecedor por si próprio e dispensaria comentários. Porém, é relevante que as pessoas se pronunciem a partir de informações reais, não com base em preconceitos. especular com o "terror das drogas", rende votos, trabalha com o senso comum das pessoas, mas não resolve nada, efetivamente.
Muito provavelmente, poucos dos que assinaram o manifesto leram o que diz a proposta da Comissão. Isso é comum no Brasil: comentar sobre algo que não se sabe, utilizando argumentos tão superficiais quanto conclusivos.
O debate sobre drogas, no Brasil, está entorpecido pela superficialidade e pelo preconceito. Assim, é difícil partir para soluções efetivas. A mídia contribui para esse entorpecimento deixando de lado as discussões de fundo e partindo para o senso comum e para as manchetes fácil. Nesse aspecto, o nosso infalível Lasier Martins extrapola. Sempre exigente quando se trata de dizer que as leis deveriam ser feitas a partir de conhecimento técnico (supondo que os parlamentares eleitos pela população só poderiam legislar bem se fossem formados em direito), bastou que uma comissão de especialistas definisse algo contrário ao que ele pensa para arremeter contra a comissão e exaltar a qualidade dos parlamentares gaúchos.
Por fim, para retomar um dos argumentos do artigo de Marcos Rolim: a RBS, e demais meios de comuicação, estariam dispostos a dispensar o patrocínio de marcas de bebida alcoólica para ajudar a reduzir os acidentes de trânsito?
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