Mario Tama/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP |
Uma versão de O Grito,
do pintor norueguês Edvard Munch, foi arrematado nesta quarta-feira (2)
por R$ 230 milhões ( 119,9 milhões de dólares) na casa Sotheby's de
Nova York, tornando-se a obra de arte mais cara já vendida em um leilão.
A obra, feita em 1895 e que representa um homem que grita, com as
mãos nas orelhas e com um fundo de céu avermelhado, era a única das
quatro versões de O Grito ainda em posse de um colecionador.
Entre 1893 e 1910, o pintor expressionista (1863-1944) criou quatro
versões da obra, que se converteu em símbolo da angústia existencial e
do desespero da era moderna.
A competição fervorosa entre sete candidatos levou o preço ao recorde
para uma obra de arte em leilão em apenas 12 minutos, despertando
aplausos.
O recorde anterior havia sido registrado pelo quadro de Picasso Nu, Folhas Verdes e Busto, vendido em 2010 por R$ 204 milhões (106,5 milhões de dólares).
Em duas ocasiões, outras versões da pintura foram roubadas de museus,
apesar de ambas terem sido recuperadas. A obra é amplamente conhecida
tanto por especialistas em arte como pelo público em geral.
A versão leiloada hoje na Sotheby's estava há 70 anos com a mesma
família, do empresário norueguês Petter Olsen, cujo pai, Thomas, era
vizinho, amigo e apoiador de Munch.
As demais versões do O Grito pertencem a Galeria Nacional de Oslo e ao Museu Munch de Oslo.
Em seu diário, no dia 22 de janeiro de 1892, Munch explica como se inspirou para pintar O Grito.
"Passeava com dois amigos, o sol se punha, e de repente o céu ficou
vermelho cor de sangue. Parei, surpreso, me apoiei contra um alambrado e
vi sangue e línguas de fogo sobre o fiorde e a cidade. Meus amigos
seguiram, mas eu fiquei lá, tremendo de medo. Senti um grito infinito
que passava pelo universo".
Petter Olsen revelou: "vivi com esta obra por toda a minha vida e seu poder e sua energia só aumentaram com o passar do tempo".
Com o dinheiro obtido no leilão, Olsen planeja construir um novo museu dedicado ao artista na Noruega.
Nascido em dezembro de 1863, Edvard Munch, cujo trabalho foi
qualificado de "degenerado" pelos nazistas, que retiraram suas obras dos
museus alemães, morreu no dia 23 de janeiro de 1944.
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