Ou se trata de uma grande armação do capitalismo internacional para libertar seu representante, ou Dominique Strauss-Kahn (DSK) foi vítima de um golpe. Que a grande mídia tenha corrido para dar manchetes sensacionalistas não é de se admirar. O problema é quando muitos críticos ao modo como a mídia trata figuras públicas (antecipando julgamentos) agiram. bastou dizer que era o chefe do FMI para o cara ser culpado. É verdade que o sujeito tinha antecedentes, mas não se estava discutindo o que ele fez antes, mas se ele havia realmente abusado sexualmente da camareira do hotel novaiorquino.
Contardo Caligaris, em artigo que postei no meu blog (leia aqui) faz toda uma análise do simbolismo que envolveria os atos de Strauss-Kahn.
No fim, parece que não foi exatamente como o noticiado. Porém, atribuir culpa a uma pessoa em função do que ela representa e não do que ela fez é prática comum. Inocentmaos os que estão do nosso lado e culpamos previamente os que estão "do lado de lá".
DSK pode ser culpado de muitas práticas moralmente condenáveis. Pode ser responsável pela série de acordos perversos que os países são obrigados a fazer com o FMI. Porém, saber se ele abusou ou não da camareira depende da investigação do caso concreto.
Espero que esse episódio nos faça pensar melhor antes de julgarmos previamente outras pessoas. Esteja ela do nosso lado, ou "do lado de lá".
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