De: Sul21
Débora Fogliatto
Prefeitos, vice-prefeitos, deputados e lideranças políticas do Rio Grande do Sul realizaram nesta terça-feira (22) a primeira reunião do comitê suprapartidário de apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT). O encontro aconteceu em formato de almoço, no restaurante Copacabana, em Porto Alegre, e contou com a presença de nomes do PT, PMDB, PDT, PSB, PR, PROS, PCdoB, PSB, PCB e PP.
A reunião durou cerca de uma hora e meia, com discursos das principais lideranças dos partidos e clima tranquilo, de harmonia entre os presentes. “Cabe a nós construir uma eleição vitoriosa para Dilma no Rio Grande do Sul, lembrando que na passada perdemos aqui. Temos uma grande responsabilidade”, falou o presidente do PT gaúcho, Ary Vanazzi, fazendo a abertura das falas.
O partido que contou com mais representantes no encontro foi o PDT, que nacionalmente apoia a reeleição de Dilma, mas no âmbito estadual lançou a candidatura de Vieira da Cunha ao governo. Três autoridades falaram representando o partido, sendo a primeira delas o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, que informou que irá a Brasília tratar com os prefeitos que apoiam a reeleição de Dilma no âmbito nacional. Em sua breve fala, ele elogiou a “Copa das Copas” e disse que fará “o possível para que campanha de Dilma percorra o Rio Grande do Sul”.
O prefeito de Caxias do Sul, segunda maior cidade do Estado, Alceu Barbosa, também do PDT, falou em seguida, destacando a importância de políticos de partidos aliados à Dilma conviverem entre eles e com o PT, “com respeito, convivência e solidariedade”. “Sou PDT, mas voto na Dilma. Temos que ter cuidado com isso porque questões locais não podem nos afastar de objetivos maiores”, afirmou, sugerindo que se consiga apoio de mais prefeitos do PMDB e PP. Já Miguelina Vecchio, presidente do PDT Mulheres, apontou a necessidade de se reiterar as políticas desenvolvidas pela presidente em relação aos direitos das mulheres.
Também estiveram presentes partidos menores que não contam com nomes em prefeituras, como PR, PROS e PTC. O representante do PR, Coronel Bonette, que concorreu ao cargo de vice-prefeito na chapa do deputado estadual Adão Villaverde (PT) nas eleições de 2012, destacou que a eleição de Dilma é “causa que está dando certo”.
Caleb Oliveira, do PROS, fez um discurso apaixonado sobre os anos do governo nacional do PT, lembrando que o Brasil atualmente “está situado entre as grandes nações do mundo”. “É verdade que o Brasil não começou há 12 anos, mas também é verdade que o Brasil de hoje é muito diferente do que era 12 anos atrás. E precisa continuar nesses trilhos”, ponderou.
O jornalista André Machado, representando o PCdoB, que concorre a uma vaga na Câmara Federal, seguiu pelo mesmo caminho, afirmando que muitos jovens do país não conheceram o Brasil antes das ações feitas pelo PT e que é preciso “mostrar que o ProUni, o Minha Casa, Minha Vida não existiam antes. Vamos lutar pela reeleição de Tarso e Dilma, e pela necessidade de salvar nosso país do retrocesso”.
Partidos que não apoiam Dilma nacionalmente marcaram presença
Koiti Tamura, presidente do PTC gaúcho, destacou que regionalmente o partido está com a presidenta, embora a direção nacional tenha optado por apoiar Aécio Neves (PSDB). O mesmo foi mencionado por deputado Carlos Busato, do PTB, em relação ao seu partido. “Nós criamos uma crise no partido contra a decisão de apoiar Aécio, então o PTB do Rio Grande do Sul e de Pernambuco decidiram manter seu apoio a Dilma”, afirmou. No Estado, o PTB é um dos mais fortes nomes a compor o governo e apoiar a reeleição do governador Tarso Genro. “Nós nunca vimos tanto investimento nesse Estado. Então, como questão de fidelidade e reconhecimento, não podemos deixar de apoiar Dilma”, destacou.
No PMDB, a Executiva nacional deixou em aberto para que os estados apoiem quem preferirem na campanha pela presidência, e o prefeito de Alegrete Erasmo da Silva participou da reunião para reiterar o apoio do partido à Dilma no Rio Grande do Sul. Ele mencionou que a presidenta tem grande apoio na Fronteira Oeste do Estado, o que também foi mencionado por Luiz Henrique Antonello, prefeito de Rosário do Sul, que representou o PSB.
“Ela foi a Uruguaiana e visitou os afetados pela enchente, ocasião em que foi muito bem recebida pela população, assim como Tarso”, destacou Antonello. Ele ainda se mostrou crítico à candidatura de Eduardo Campos, representante do PSB na disputa pela presidência, dizendo que após a eleição gostaria de ver o partido “retomar seu rumo e voltar para onde sempre esteve: ao lado dos trabalhadores”.
O PP teve dois representantes: Salmo Dias de Oliveira, prefeito do município de Rio dos Índios, no norte do Estado, e a vice-prefeita de Canoas, Beth Colombo. Quem falou em nome do partido foi Oliveira, que fez uma fala mais moderada e menos entusiasmada que os que o precederam, demonstrando “respeito muito grande pela forma democrática que o povo brasileiro pode viver hoje em dia”. Segundo ele, embora o partido tenha lançado Ana Amélia como candidata ao governo estadual, nacionalmente “os pequenos municípios precisam destacar a forma como fomos tratados, que mudou a vida do povo”.
Jairo, Pont e Collares encerram as falas
Três importantes nomes da política estadual foram os últimos a falar no encontro comitê. Jairo Jorge, prefeito de Canoas, 4ª maior cidade do Rio Grande do Sul e a maior com um governo do PT, destacou o “momento de união” que estava acontecendo. “Estamos olhando aqui para aquilo que nos une, queremos mais mudanças e mais futuro”, afirmou. O deputado estadual e ex-presidente do PT Raul Pont destacou a criação do banco dos BRICS e o fortalecimento da Unasul, na semana passada, como forma de o Brasil se destacar no cenário mundial.
Muito aplaudido, o ex-governador e ex-prefeito Alceu Collares (PDT), aos 86 anos, fez um discurso animado em que criticou o neoliberalismo, lembrando que “Os Estados Unidos e a Europa estão perdendo o jogo da História, não tem mais de onde arrancar recursos financeiros”. Daí vem a importância de reeleger Dilma, segundo ele. “A direita e a esquerda se enfrentam de forma violenta no mundo todo. Precisamos eleger Dilma pelo projeto de nação”, afirmou. Para ele, há ainda definições claras de direita e esquerda, e o avanço da extrema-direita na Europa é preocupante. “Não caiam na conversa fiada de que não existe mais esquerda e direita A esquerda quer transformação, emprego, justiça e igualdade”, colocou.
Durante os discursos, os políticos aproveitaram o almoço no restaurante e confraternizaram. Após o ato, tiraram uma foto em conjunto para simbolizar o evento. Segundo Ary Vanazzi, ocorrerão nove encontros regionais do comitê no próximo mês e na quinta-feira (24) uma comissão irá a Brasília articular a vinda da presidenta ao Estado, que deve acontecer no mês de agosto.
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