A ex-senadora, que viu seu projeto
principal, o Rede Sustentabilidade, naufragar, tenta transplantar ideais
"sonháticos" para um partido pragmático, que já realizou diversas
alianças com vistas a fortalecer os palanques regionais de Eduardo Campos; elas
incluíram até nomes polêmicos como de Ronaldo Caiado e Paulo Bornhausen; Marina
diz que“todo o processo anterior agora não terá mais a mesma continuidade, que
agora tem um outro fato político"; ela terá força para conter acordos do
PSB?
247 – A ex-senadora Marina Silva, filiada desde o
último sábado (8) ao PSB, já começa a mostrar que tem potencial para criar
problemas para o presidenciável Eduardo Campos, de quem deverá ser candidata a
vice-presidente. Em entrevista ao jornalista Josias de Souza, do UOL, ela diz
não admitir a celebração de alianças partidárias a qualquer preço. Segundo
Marina, os apoios que Campos já costurava deverão ser repensados.
“Não pode ser o tempo de televisão
que vai nos aprisionar a uma lógica política que não nos dá a chance de mudar.
Se for para ganhar para continuar refém da velha República, para governar tendo
que distribuir pedaços do Estado, preso em uma lógica que não coloca em
primeiro lugar os interesses estratégicos do país, então, não precisa ganhar.
Isso já tem quem está fazendo”, disse.
Questionada sobre as negociações que
o PSB estava fazendo com o PDT de Carlos Lupi e o PTB de Roberto Jefferson,
Marina disse que desafio da sua nova legenda é colocar o “compromisso
programático em primeiro lugar”. Segundo ela, “todo o processo anterior agora
não terá mais a mesma continuidade, que agora tem um outro fato político, uma
inflexão que terá que ser metabilizada dentro do PSB”.
“Uma coisa era o Eduardo com todas as
dificuldades, em uma lógica que eu desconheço, porque não estava convivendo com
ela, viabilizando sua candidatura. Outra coisa foi o movimento que ele fez na
direção de buscar aprofundar em primeiro lugar o compromisso programático. Isso
com certeza é o grande desafio que está colocado para o PSB”, disse.
E vai mais fundo: “eu, com 1 minuto e 20 segundos
de televisão, tive 19% dos votos.” E acentua: “Não pode ser o minuto de
televisão, 30 segundos de televisão, que faz com que a gente jogue o futuro da
nação nas mãos daqueles que não entendem a lógica de que o governar juntos não
pode ser feito em base no toma-lá-dá-cá. Eu dizia na campanha de 2010 que eu
preferia perder ganhando do que ganhar perdendo. E eu continuo com o mesmo
ponto de vista. É preferível perder ganhando do que ganhar perdendo”.
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