De: Viomundo
O livro Maurício Grabois: Meu Pai, da autora Victória Lavínia Grabois retrata a história da sombria Ditadura Militar e da Guerrilha do Araguaia, entrelaçados ao calor dos sentimentos e a lembrança terna de uma filha cujo pai dedicou a vida pela liberdade e justiça dos brasileiros. Foi assassinado pelo Exército na Guerrilha do Araguaia, em 1973, onde, junto a muitos outros combatentes, foram dados como desaparecidos.
Descendente de judeus, Maurício Grabois foi um teórico de peso, comandante das forças guerrilheiras do Araguaia e uma das mais importantes figuras políticas do movimento comunista no país. Faria 100 anos em 2012, mas tombou aos 61 anos, lutando. “Maurício trabalhou intensamente, tanto no campo físico, quanto ideológico”, descreve Victória em um dos trechos do livro.
Relatos inéditos de cartas que Maurício enviava à sua família durante seus vários períodos de fuga e clandestinidade e, trechos do diário que o acompanhou durante a guerrilha são revelados nessa obra. “Meio ano de vida na selva, parece incrível que jovens das grandes cidades, na maioria pouco afeitos a trabalhos físicos, tenham sobrevivido com recursos, em grande parte retirados das matas”, desabafa Maurício ao seu diário, nas margens do Araguaia.
Assim como os corpos, sumiram os documentos
As dificuldades para escrever a obra foram imensas, pois, diante da repressão, os inúmeros artigos publicados por Grabois no jornal A Classe Operária, assim como o acervo político que estava em posse da família foram destruídos pelos militares, tornando a memória e os poucos documentos que restaram os únicos aliados.
Victória não é apenas a autora, mas também sobrevivente de 16 anos de clandestinidade, da dor de perder seu pai Maurício, seu irmão André e seu marido Gilberto para a guerrilha. Dor essa que a impulsiona a lutar todos os dias há mais de 30 anos, 20 no Grupo Tortura Nunca Mais, do Rio de Janeiro. Ela exige do Estado brasileiro medidas urgentes para investigar as graves violações dos direitos humanos, desvelar a memória, verdade e justiça quanto aos crimes cometidos pelos agentes públicos envolvidos. “Eles ficaram no meio do caminho, mas eu sobrevivi.”
Convite de lançamento do Livro Maurício Grabois: Meu pai, de Victória Lavínia Grabois
O lançamento do livro em São Paulo acontece no dia 28 de maio no Teatro Studio Heleny Guabira, Praça Roosevelt, 184- Consolação- São Paulo. No coquetel, oferecido pelo Reila Miranda Buffet haverá debate com Criméia Almeida, guerrilheira do Araguaia e membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos/SP e Rosalina Santa Cruz, familiar de desaparecido político e professora do Serviço Social da PUC/SP.
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