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Uma das vozes da ultradireita no Brasil, brigadeiro Ivan Frota diz em entrevista concedida em Goiânia que “há uma forte vontade para tirar este governo sem-vergonha que está aí”. O presidente do Clube da Aeronáutica afirma que a Justiça no Brasil é comprada, que onda de violência em São Paulo é para desestabilizar o governo Alckmin e que Comissão da Verdade é "revanchismo inaceitável"
Uma das vozes da ultradireita no Brasil, brigadeiro Ivan Frota diz em entrevista concedida em Goiânia que “há uma forte vontade para tirar este governo sem-vergonha que está aí”. O presidente do Clube da Aeronáutica afirma que a Justiça no Brasil é comprada, que onda de violência em São Paulo é para desestabilizar o governo Alckmin e que Comissão da Verdade é "revanchismo inaceitável"
Hélmiton Prateado
(do Jornal Diário da Manhã)
O tenente-brigadeiro Ivan Frota nasceu em Fortaleza e foi criado em
Ipameri, interior de Goiás, desde os dois meses de idade. Saiu daqui
para estudar no Rio de Janeiro e se tornou oficial general da Força
Aérea Brasileira. De passagem por Goiânia ele concedeu entrevista ao
Diário da Manhã e falou sobre temas políticos e relembrou fatos do
período militar.
Ivan Frota foi o primeiro aviador brasileiro a acumular mais de 3.000
horas de vôo em jato de caça. Sua tese de estudos para ingresso no
Estado Maior da Aeronáutica se tornou o Projeto Sivam (Sistema de
Vigilância da Amazônia). Foi candidato a deputado federal pelo PSD do
Rio de Janeiro em 1994. Obteve pouco mais de 251 mil votos para
presidente da República em 1998 pelo PMN e saiu da política após perder
novamente uma eleição para deputado federal em 2002 pelo PTB no Rio
Grande do Norte.
Na reserva desde 1993 ele agora preside o Clube da Aeronáutica,
equivalente para os aviadores ao Clube Militar – do Exército – e ao
Clube Naval, da Marinha. Preside também a Academia Brasileira de Defesa,
instituição que pretende ser para os civis o equivalente ao Ministério
da Defesa. Um gabinete paralelo que discute temas ligados a assuntos
oficiais de segurança nacional.
Para Ivan Frota a Comissão da Verdade é um “revanchismo inaceitável e
pouco inteligente, um erro de quem está comandando politicamente este
país”. O brigadeiro considera que o período militar (1964-1985) não foi
uma ditadura “pois o País tinha presidentes eleitos e Congresso
funcionando”. Para ele o Ato Institucional nº 5 (AI-5) não invalidou a
legitimidade dos governos que se valeram dele. A morte do jornalista
Vladmir Herzog não merece ser discutida e torturadores e assassinos como
o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra devem ser perdoados e que não
há prova de que ele tenha torturado e matado. “Quem tinha de ser julgado
eram as Forças Armadas”.
Para o presidente do Clube da Aeronáutica os ataques promovidos por
criminosos ligados ao PCC – Primeiro Comando da Capital - em São Paulo
apresentam aspectos de estar a serviço de grupos políticos supostamente
ligados ao PT ou a quem queira desestabilizar o governo de São Paulo que
é do PSDB. Afirma que o ex-presidente Lula tem patrimônio de 2 bilhões
de dólares, que a corrupção está campeando solta na política nacional e
que “a Justiça é manipulada pelo governo, todo mundo nesse país se
vende,”.
Diário da Manhã – Como o senhor avalia a Comissão da Verdade?
Ivan Frota – Acho um revanchismo inaceitável e pouco
inteligente que o governo está cometendo um erro. O Brasil precisa
pensar no futuro e colocar a verdadeira dimensão de um país de 200
milhões de habitantes e uma superfície de 8,5 milhões de quilômetros
quadrados. Não podemos nos prender a coisas ultrapassadas como esse
revanchismo barato que diz respeito a acontecimentos do tempo dos
governos militares. Na realidade estamos vendo que indivíduos de
representação daquela época, subversivos, indivíduos que funcionavam
contra o governo instalado, hoje estão aí sendo presos e punidos pelo
mensal, como o José Dirceu. Isto é uma constatação para a sociedade do
nível de qualidade moral que esses indivíduos tinham naquela época e que
estão mostrando que o que eles queriam era só tomar conta do poder para
se locupletarem com o dinheiro público.
Diário da Manhã – Mesmo a presença de representantes do Judiciário e outras instituições dá legitimidade à comissão?
Ivan Frota – Sei que há até ministro do STJ que compõe a comissão,
como outros membros. Não quero dizer que um ou outro seja revanchista,
mas a criação da comissão para investigar só um lado, não investigar o
outro, acho que é perda de tempo e desgaste para uma nação como é o
Brasil que isto esteja acontecendo agora. Só finalidade negativa. Acho
uma perda de tempo e que deva ser colocada uma pá de cal sobre isto,
coisa que já deveria ter sido feita há muito tempo. A própria Lei da
Anistia já tinha dado. Estão querendo simular outra coisa que já não
existe mais, não há a menor razão de ser.
Diário da Manhã – A Organização dos Estados Americanos (OEA)
condenou a Lei da Anistia e mandou que crimes de tortura e morte sejam
julgados. Isto não igualmente não tem legitimidade?
Ivan Frota – A OEA é uma instituição comandada pelos Estados
Unidos e que está se imiscuindo em assunto que não lhe diz respeito.
Nós estamos sendo vítimas em nosso país de duas pressões contra a
população brasileira. A primeira é esta pressão política do próprio
governo que está instalado, que faz pressão contra o desenvolvimento do
país. O atendimento às necessidades das forças armadas tem sido negado.
As forças armadas brasileiras são as menos equipadas da América do Sul,
porque ficam com medo de que equipando as forças armadas possa ser feita
alguma revolução ou golpe, como foi em 1964. O que não está na cabeça
dos militares nesse momento.
Diário da Manhã – Os militares não estão mais com cabeça para golpe?
Ivan Frota – Para novo golpe militar não. Mas há uma forte vontade
para tirar esse governo sem vergonha que está aí, que está já há não sei
quanto tempo tomando atitudes absurdas em relação a nosso país como
essa comissão da verdade. O povo, de repente, vai se cansar de tudo isso
e por mais que se compre a vontade popular, como está sendo feito
nesses oito anos de governo do PT e mais esses dois anos da Dilma, foram
todos dedicados a comprar a vontade do povo, com bolsa família e outras
asneiras. Culminou com o mensalão que é comprar a vontade dos políticos
também.
Diário da Manhã – Como se sente um oficial hoje em ter de bater
continência e obedecer as ordens de uma mulher que foi terrorista e
pegou em armas contra a ditadura militar?
Ivan Frota – Os militares são disciplinados e uma continência
significa dar um bom dia, que qualquer pessoa o faz em sinal de
respeito. São responsáveis e a disciplina está acima de tudo. Têm
mantido esse nível e enquanto houver um governo constituído e apoiado em
uma Constituição os militares vão manter sua obediência e respeito às
autoridades constituídas.
Diário da Manhã – Como o senhor vê a postura do ex-presidente Lula?
Ivan Frota – O senhor Luiz Inácio Lula da Silva é um ser político.
Apesar do baixo cultural ele é um indivíduo que tem um senso político
excepcional e ele gosta de praticar essa política. Creio que ele saiu do
governo para continuar a fazer política. Ele poderia até, com o apoio
popular que tinha quando estava na presidência, ter postulado um
terceiro mandato e até se perpetuar no governo. Ele não quis isto porque
não é sua seara. Lula quando estava no governo nunca governou nada, o
que ele fez foi delegar poder de mando para outros, como os ministros
José Dirceu e Dilma Roussef. Ele fez política o tempo inteiro. Tudo o
que ele assinou foi sem saber o que estava assinando. Ele adora fazer
política e está fazendo. Conseguiu fazer o prefeito de São Paulo de uma
forma inesperada com um rapaz sem qualidade nenhuma para a maior cidade
do país.
Diário da Manhã – O ex-ministro Fernando Haddad, prefeito eleito
de São Paulo, é doutor em filosofia pela USP. Para o senhor ele não tem
qualidade nenhuma?
Ivan Frota – Eu não quero saber quem foi que deu diploma para ele. Eu
avalio apenas seu desempenho político. Só teve fracasso nesse quesito e
por isto foi escolhido. Não acredito que vá ter sucesso como prefeito.
Seu comportamento político foi condenável em todos os aspectos, é muito
fraco. Eu não sei o que o Lula está querendo com esse protegido seu. Até
sei. Está querendo conquistar o maior segmento político do país, que o
estado de São Paulo inteiro. Já conquistou a prefeitura agora quer o
governo do estado. Essa movimentação se mostra com esses acontecimentos
de crimes em série em São Paulo que estamos assistindo. A bandidagem não
cresce de repente a não ser que estimulada por determinados objetivos e
a política está por trás disso.
Diário da Manhã – O senhor está sugerindo que assassinatos,
ataques a quartéis e presídios, além de incêndios em ônibus têm fundo
político?
Ivan Frota – Essas ações de banditismo que estão ocorrendo em São
Paulo só podem ser para desestabilizar o governo do estado de São Paulo.
A quem interessa isto, senão os indivíduos que querem neutralizar a
ação política do governador Geraldo Alckimin. Tenho certeza que há uma
atividade política nisto aí e que se for comprovada será um escândalo
maior que o mensalão. Agora não estão só roubando dinheiro, agora estão
matando gente. É um negócio muito sério. De repente cresce em escala
exponencial a atividade do banditismo e há alguma coisa por trás disso
para desestabilizar o governo do estado. Não posso provar, mas a lógica
nos leva essa conclusão. É só prestar atenção que verá isto. Só pode
haver uma vontade política em desestabilizar esse governo.
Diário da Manhã - O senhor acredita em um retorno dos militares ao poder?
Ivan Frota – O que eu acho extremamente necessários é que consigamos
eleger governos sérios, que queiram o desenvolvimento do país, que não
permitam a balbúrdia e a roubalheira. Todos os presidentes militares
terminaram sua vida sem riqueza e o presidente Lula tem uma fortuna de 2
bilhões de dólares, segundo a Revista Forbes. Como é que pode ser uma
coisa dessas. O filho dele que era funcionário do jardim zoológico e
está milionário. Ninguém consegue ganhar tanto dinheiro assim em tão
pouco tempo. A corrupção está campeando solta nesses dois governos
liderados pelo PT e o Lula é um exemplo disso. Enquanto isto ficam
inventando coisas para julgar indivíduos que deram sua colaboração para
evitar o comunismo triunfar no Brasil.
Diário da Manhã – Como o do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra?
Ivan Frota – É um exemplo. O Ustra está sendo um boi de piranha. Quem
tinha que ser julgado eram as forças armadas, ele apenas cumpria
ordens. Ele cumpriu seu dever porque ocupava um cargo.
Diário da Manhã – O Ministério Público Federal ofereceu denúncia e a Justiça acatou. Estão também de conluio com as esquerdas?
Ivan Frota – Que Justiça é esta? É uma Justiça comprada, manipulada
pelo governo. Quem tem mais poder manipula. Nesse país todo mundo se
vende.
FRASES
“Que Justiça é esta? É uma Justiça comprada, manipulada pelo
governo. Quem tem mais poder manipula. Nesse país todo mundo se vende.
“Não podemos nos prender a coisas ultrapassadas como esse
revanchismo barato que diz respeito a acontecimentos do tempo dos
governos militares”.
“A OEA é uma instituição comandada pelos Estados Unidos e que
está se imiscuindo em assunto que não lhe diz respeito. Nós estamos
sendo vítimas em nosso país de duas pressões contra a população
brasileira”.
“Há uma forte vontade para tirar esse governo sem vergonha
que está aí, que está já há não sei quanto tempo tomando atitudes
absurdas em relação a nosso país”
“Lula quando estava no governo nunca governou nada, o que ele
fez foi delegar poder de mando para outros, como os ministros José
Dirceu e Dilma Roussef. Ele fez política o tempo inteiro”.
“Essas ações de banditismo que estão ocorrendo em São Paulo
só podem ser para desestabilizar o governo do estado de São Paulo. Tenho
certeza que há uma atividade política nisto aí e que se for comprovada
será um escândalo maior que o mensalão”.
Os únicos que "lutavam" contra o regime militar eram os que queriam instituir o comunismo. Hoje sabemos, pela experiência soviética, que comunismo/socialismo é o regime mais fácil para corruptos obterem dinheiro roubado de cofres públicos: quem falava contra perdia mais que o dinheiro. Todo aquele que enche a boca para dizer "a ditadura militar fez maldade comigo" é semelhante a Joseph Stálin, ex-ditador da União Soviética. Será que haverá interesse em descobrir por que alguém matou um velho de 78 anos? Será que é tão fácil alguém mostrar sem comprovação de perícia idônea um papel datilografado que teria 40 anos? Em 1971 ainda havia acento diferencial: escrevia-se pilôto e valôres. Alguns incautos que acreditam em tudo que os anti-regime-militar dizem ficam assustados com coturnos. Seria melhor assustar-se com todos esses atuais deptds/sendrs/verdrs/prefts/govrndrs/presdnts provindos de uma época que exigiu ação armada para salvar o Brasil.
ResponderExcluirEstá publicado o contraditório. Como se pode perceber, eles não descansam...
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