Kim Il-sung, Kim Jong-il, King Jong-un... e quem venha depois deles não me provocam nenhuma simpatia. Podem pedir que eu entenda o papel geopolítico da República Democrática Popular da Coréia (RDPC), vulgo Coréia do Norte; o contexto da luta antimperialista que levou à independência e à Guerra entre as coreias; os interesses estadunidenses... enfim. Mas não tentem me convencer que o culto aos Kim faz parte da consciência revolucionária do povo da RDCP. A personificação de um suposto ideal revolucionário; a submissão à memória de alguém; a louvação sem limites; a sacralização da imagem não fazem parte de nenhuma consciência revolucionária. Pelo contrário, são a expressão mais acabada de opressão mental.
A sacralização de pessoas - o chamado "culto à personalidade" - nunca aparece como fenômeno isolado, tampouco brota naturalmente da população. Costuma acompanhar os regimes autoritários/totalitários. Faz parte das estratégias de legitimação de uma causa, de um ideal, que precisa personificar em alguém valores abstratos. É a expressão irracional de uma estratégia racional de legitimação.
Por isso, não me venham com "veja bem...". A reverência da população da RDPC às imagens de seus dirigentes é repugnante. O reverso dessas imagens costuma ser a tragédia.
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