Fotograma do filme 'The Hollywood review of 1929".
A publicação desta canção aconteceu em 1929. Seus criadores são Arthur Freed, responsável pela letra, e Nacio Herb Brown, que criou a melodia. Neste mesmo ano ela foi utilizada pela primeira vez no cinema, no filme The Hollywood Revue of 1929.
A utilização da música pelo cinema era um fenômeno ainda recente no ano da produção deste filme - a primeira vez que o cinema teve seu primeiro filme com trilha sonora gravada e sincronizada tinha sido 1927. E, assim como no início do próprio cinema, quando o que chamava atenção não era o filme em si, mas sim a utilização da técnica e os mecanismos que faziam ela possível, a união entre cinema e música passou pelo mesmo processo.
A utilização da música pelo cinema era um fenômeno ainda recente no ano da produção deste filme - a primeira vez que o cinema teve seu primeiro filme com trilha sonora gravada e sincronizada tinha sido 1927. E, assim como no início do próprio cinema, quando o que chamava atenção não era o filme em si, mas sim a utilização da técnica e os mecanismos que faziam ela possível, a união entre cinema e música passou pelo mesmo processo.
Os primeiros filmes produzidos com a possibilidade de utilização da música eram muitas vezes filmes sobre a música. Não havia um enredo ou não se ambicionava contar uma história: o que se queria era mostrar a maravilha da música unida à imagem.
Neste caso específico, a obra era constituída por vários atos musicais e contava com atores de grande prestígio na época, como Greta Garbo, Joan Crawford ou Buster Keaton, entre outros. A canção em questão foi apresentada duas vezes dentro do filme.
Enquanto o mundo acompanhava o sofrimento americano causado pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York e o surgimento dos regimes que mais tarde causariam a Segunda Guerra Mundial, era através dos musicais que a população encontrava uma “válvula de escape”.
Enquanto o mundo acompanhava o sofrimento americano causado pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York e o surgimento dos regimes que mais tarde causariam a Segunda Guerra Mundial, era através dos musicais que a população encontrava uma “válvula de escape”.
Fotograma do filme "Singin' in the rain".
Até o ano de 1952, a música havia sido usada em mais dois filmes, mas foi só com o musical também chamado Singin’ in the Rain (Cantando na Chuva no Brasil, Serenata à Chuva em Portugal) que a canção se tornou uma das trilhas mais conhecidas do cinema. Em 2006, uma eleição proposta pelo American Film Institute (AFI) colocou a obra no topo da lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos.
Nesta época, a possibilidade de utilização do som pelo cinema ainda encantava o público. Singin’ in the rain é um filme sobre tecnologia e sobre a forma como o uso do som mudou a forma de se fazer cinema. Com essa novidade surgiu também um problema estético, já que os atores não sabiam como atuar nesse estilo de cinema e também os produtores não sabiam exatamente o que fazer com o som. A melhor saída encontrada foi a utilização da música como mote para a trama dos filmes.
É em torno dessas questões que se desenvolve a narrativa do musical Singin’ in the rain. Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) formavam o casal mais famoso do cinema mudo, mas com a possibilidade de utilização de som nos filmes, ambos tiveram que se adaptar ao novo estilo.
A sequência na qual Gene Kelly interpreta a canção-título do filme enquanto dança sob a chuva é uma das mais reinterpretadas do cinema. Uma das reinterpretações mais contundentes dessa sequência é de 1971, protagonizada por Malcolm MacDowell no papel de Alex, no filme A Clockwork Orange (Laranja Mecânica, no Brasil e em Portugal) de Stanley Kubrick.
Fotograma de "Clockwork Orange", de Stanley Kubrick.
Aqui, talvez tenhamos o uso mais distinto da canção. O filme, ao contrário dos apresentados anteriormente, tem como temática a violência. A sequência em que Alex DeLarge interpreta a canção é uma das mais violentas da obra. Enquanto sapateia e canta, Alex e seus companheiros espancam um homem e estupram sua esposa.
O uso da música aqui tem a função de causar estranhamento e ironia, já que ela havia ficado mundialmente conhecida pela versão de Gene Kelly. Assim, estava na memória coletiva como uma exaltação da felicidade e do amor - ambos os sentimentos contrários às cenas que eram exibidas no filme de Kubrick.
Há especulações que dizem que a música só foi utilizada no filme de Kubrick por que era a única que Malcolm Mackdowell sabia cantar inteira. E que Gene Kelly, obviamente, havia detestado essa versão.
Com uma relação tão estreita com o cinema, Singin’ in the rain é uma música feita para as imagens. Basta que agora venham novas versões, românticas ou não.
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