Grupo estendeu letras de tecido perto de patrimônio cultural da humanidade.
Segundo governo, danos foram constatados por perícia de arqueólogos.
O governo peruano anunciou, nesta quarta-feira (10), que vai processar e impedir de deixar o país ativistas da organização ambientalista Greenpeace por possíveis danos que teriam sido causados às milenares linhas de Nazca, Patrimônio Cultural da Humanidade, durante um protesto pacífico na madrugada de segunda-feira.
Mais cedo, o ministério da Cultura já tinha expressado sua "indignação" pela entrada sem permissão de membros da ONG ao local para colocar uma faixa com mensagem sobre as mudanças climáticas.
A ação do Greenpeace, realizada na madrugada de segunda-feira, em violação da lei, consistiu em estender ao lado do gigantesco desenho em forma de colibri, feito pelos antigos peruanos no ano 200 a.C, letras de tecido amarelo com a mensagem "Time for change: The future is renewable" (Tempo de mudança: o futuro é renovável).
A mensagem só pode ser vista do alto, assim como as mais de 500 imagens geométricas e de animais que formam as chamadas linhas de Nazca, um dos maiores mistérios arqueológicos do Peru e que alguns cientistas consideram ser um observatório astronômico ou um calendário.
Horas antes, a organização Greenpeace tinha publicado, em Lima, um comunicado no qual "pediu desculpas àquelas pessoas que tiverem se sentido moralmente atacadas", mas justificou sua ação como forma de chamar atenção para o aquecimento global.
"Não aceitamos as desculpas. Eles não aceitam o dano causado", disse nesta quarta-feira o vice-ministro da Cultura, Luis Jaime Castillo, após receber representantes da ONG presentes na conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP20), na capital peruana.
O vice-ministro afirmou, em declarações ao canal de notícias local N, que o dano "foi constatado por uma perícia feita por especialistas em arqueologia do Ministério (da cultura), o Ministério Público de Nazca e a polícia".
Através do ministério da Cultura, o governo já tinha denunciado na terça-feira, junto ao Ministério público, aqueles que cometeram "estes atos ilícitos e solicitou que se impeça a saída do país dos responsáveis".
"O Ministério da Cultura expressa, de forma enfática, sua indignação pelos fatos ocorridos no local vizinho ao colibri, nas Linhas de Nazca, declarada Patrimônio Cultural da Humanidade", declararam as autoridades em um comunicado.
Além disso, destacam ter denunciado ao Ministério Público de Nazca estes atos e "solicitou o impedimento de saída do país dos responsáveis".
As linhas de Nazca são antigos geoglifos situados nos Pampas de Jumana, no deserto de Nazca, na região de Ica. Traçadas pela cultura Nasca (séculos I a VII d.C.), são centenas de figuras que abrangem de desenhos simples a complexas figuras zoomorfas, fitomorfas e geométricas, traçadas na superfície terrestre.
Em 1994, o Comitê da Unesco declarou o sítio Patrimônio Cultural da Humanidade.
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