Não conheço Marina Silva pessoalmente e, provavelmente, nunca conhecerei. O fato é que minha preocupação não é com a pessoa de Marina, mas no que ela passou a representar. Procurando material para refletir, me dei ao trabalho de escutar esse pequeno trecho da pregação de Marina.
É importante destacar que não é um discurso de ódio que fala mais sobre o diabo do que sobre Deus. Ponto pra Marina. O problema é que o que observamos é uma confusão, uma encheção de linguiça que revela bem que a aparente articulação verbal de Marina é, na verdade, a dificuldade de fechar um raciocínio com objetividade. Já vi pregadores fazerem falas muito tocantes. Independente da crença, são capazes de falas articuladas, com início, meio e fim e fundamentação teológica e oratória sofisticada. Não é o caso de Marina.
Aos 3 min. e 14s ela fala "só pra concluir" e a pregação invereda por um caminho tortuoso. Sem quê nem por quê, Marina tenta explicar por que sobraram pães e não sobraram peixes em um dos episódios de multiplicação (sim, há duas versões diferentes). Por algum motivo, o pão representa a palavra e o peixe "representam(sic) as estruturas". As palavras vão se repetindo e trocando de posição nas frases de modo variado.
O que me incomoda não é tanto a religiosidade da Marina (isso é coisa dela), mas o modo como se evidencia a exploração política dessa condição. Soma-se a isso, a confusão entre o fundamentalismo (Cristo fez o milagre da multiplicação) versus a leitura simbólica (pão é a palavra, peixe a estrutura). Essa leitura de conveniência e parece ser a base do contorcionismo retórico e conceitual da ex-senadora. Vasculhando outros videos sobre a vida de Marina, não se vê a tal história de só ter um ovo em casa. Aliás, o que aparece é que a família era pobre, mas, segundo ela própria, tinha plantação de milho e criação de porcos.
Enfim não conheço Marina e nem vou conhecer. É provável que ela seja uma pessoa maravilhosa para aqueles que gostam dela e de quem ela gosta. A mim, não encanta mais
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