segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Como as ideias de conselheiro de Marina podem doer no bolso do brasileiro


Às vezes é difícil mesmo tentar entender para onde vai o plano da Marina Silva e para quem ela pretende governar. Por meio da entrevista do seu conselheiro econômico, Eduardo Giannetti, concedida ao Valor(link is external), vamos explicar o que ela pretende fazer caso chegue à presidência.
Como na construção de um prédio sólido, quando se retira a coluna errada, tudo corre o risco de desabar. Com as políticas públicas do governo não é diferente. Por exemplo, quando retiramos o subsídio do governo para que elas aconteçam, elas acabam. Por isso é tão contraditório quando a candidata Marina diz que não quer acabar com o Minha Casa Minha Vida, mas seu plano de governo se mostra contrário à política de subsídio.
Em primeiro lugar, Giannetti quer revisar as prioridades no orçamento e, como já dissemos, reduzir o crédito subsidiado no Brasil. Em bom português, isso significa a diminuição do crédito, o que afetaria diretamente as diversas políticas do governo para o crescimento da indústria, agricultura, construção civil e atingiria, principalmente, os consumidores de baixa renda.
E se quem não é um beneficiário do Minha Casa Minha Vida ou do Plano Safra ainda acha que não tem nada a ver com isso, devemos lembrá-lo(a) que a ação de Marina significa, necessariamente, dar mais poder aos bancos privados. E eles podem exercer este poder de diversas maneiras, como através do aumento da taxa de juros, por exemplo. E sobre isso, o próprio Giannetti disse na entrevista que "reduzir o juro tem que ser o objetivo de longo prazo". Longo. Prazo. Mas até lá, quem vai ser o prejudicado?
E se você ainda não está convencido da agressão que será a implantação dessa política econômica da Marina para o brasileiro, lembre-se que sempre pode piorar: Giannetti parece planejar fazer doer agora no bolso do povo, sob a promessa de que tudo vai melhorar, mas nem ele mesmo garante quando tudo daria certo.
 "Os compromissos assumidos serão cumpridos, mas condicionados à evolução fiscal", disse ele, que explica que os compromissos sociais assumidos no programa de governo dependerão da evolução da arrecadação, do PIB, da gestão... Ou seja, vai depender de muita coisa. E então, SE houver evolução fiscal, eles cumprirão suas promessas. Mas SE não ocorrer como esperado, o brasileiro, ainda por cima, vai ter sofrido em vão. 
O alinhamento político do discurso de Giannetti com a agenda neoliberal fica patente ao se analisarem as palavaras utilizadas por ele durante a entrevista ao Valor (como se pode ver na nuvem de tags que ilustra o post). O conselheiro econômico de Marina não mencionou nem uma única vez as palavras emprego, salário ou trabalho. Povo, então, nem pensar. Esse é mais um indicativo de que, quaisquer que sejam as reais preocupações da equipe econômica da candidata, o interesse do trabalhador não está entre elas. 
Quando diretamente perguntado sobre se o "ajuste econômico" que propõe causaria desemprego e queda de renda, Giannetti pinta um quadro irreal da situação atual, afirmando que o desemprego é uma realidade no país. Não é segredo para ninguém  que o Brasil vive situação de pleno emprego, com as menores taxas de desemprego de toda a série histórica. Comprometer-se com a geração e manutenção de empregos, no entanto, não parece ser prioridade para o assessor econômico.
Giannetti também deixou claro que a indústria brasileira (e, consequentemente, os milhões de empregos gerados por ela) não é prioridade de seu governo. Assinalou que "a indústria deve se preparar para uma operação desmame. Ela está acostumada a chorar e ser atendida". Dilma já havia sinalizado para o risco de Marina reduzir a indústria naval a pó, e as afirmações de  Giannetti parecem indicar o mesmo caminho. 



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