Citado nas reportagens de CartaCapital sobre a “central de grampos ilegais” montada em Goiás, o governador tucano Marconi Perillo resolveu atacar. Chamou Lula de “o maior canalha desse país”. É aperitivo do que pode fazer a oposição daqui até 2014.
Perillo também disse que o PSDB precisa ter como referência a ”esquerda democrática” e a “democracia republicana”. Sobre grampos e cachoeiras? nenhuma palavra. Confira… (Rodrigo Vianna)
Do Estadão
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), chamou, há pouco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “canalha” ao se referir ao mensalão, durante a convenção tucana que confirmou o senador Aécio Neves (MG) na direção do partido. “Nunca antes neste País foi tão difícil ser oposição ao maior canalha deste país”, afirmou em seu discurso.
Perillo usou o termo várias vezes, afirmando ter avisado Lula do esquema de pagamento de mesada a parlamentares em troca de apoio ao governo do Congresso Nacional. “Um dia tiver coragem de alertar a este canalha que no governo dele havia mesada pra comprar deputados e desde então fui escolhido ao lado de Artur Virgílio, José Agripino, Tarso Genro, como seus adversários maiores.”
O governador ressaltou sua “solidariedade” a Aécio na campanha de 2014 e pregou a união da sigla. “Vamos provar para o Brasil que somos capazes, que somos competentes, que temos espirito publico, que sabemos administrar o dinheiro público e parcimônia.”
Apoios. Com um discurso crítico ao governo, o presidente do Democratas, o senador José Agripino (RN), exaltou o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e disse que o PT colocou “as garras de fora” quando assumiu o Palácio do Planalto. “Enquanto fizeram o que nós fazíamos, levaram o Brasil para frente. Quando sentaram na cadeira e colocaram as garras de fora, imundiçaram-se na corrupção do mensalão que o Brasil, hoje, renega.”
Durante seu discurso na convenção, Agripino disse se sentir em casa apoiando o PSDB. O senador avaliou que os 10 anos de governo do PT, “trouxeram de volta a inflação, trocaram a dívida externa barata para R$ 2 trilhões de dívida interna, por incompetência pura”.
O presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), destacou o apoio do partido ao tucano Aécio Neves. “Podemos estar juntos de Aécio, estivemos juntos lá em Minas e estaremos em 2014 sem nenhuma dúvida.” Freire disse esperar “tempos difíceis” na corrida eleitoral, lembrando a articulação do Palácio do Planalto para aprovar na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que asfixia novos partidos ao restringir o acesso a tempo de televisão e ao Fundo Partidário. “Vamos enfrentar tempos difíceis de um governo que, por não respeitar a liberdade, vai usar instrumentos para fazer a eleição com cartas marcadas.”
Ele exaltou, ainda, a necessidade de fazer oposição ao governo do PT. “Entendo que é fundamental para o Brasil, não apenas se autoreferenciar como esquerda, mas ser esquerda democrática que se referencia com a democracia republicana. É isso que o PSDB tem como desafio, enfrentar aqueles que não respeitam a democracia e as instituições republicanas.”
De: Acerto de Contas Segundo o Delegado protógenes, a Procuradoria Geral da República perdeu o
prazo para recorrer no STJ da decisão que anulou as provas obtidas pela Polícia
Federal na Operação Satiagraha.
Segundo o Deputado, o Ministério Público Federal estaria deixando Daniel
Dantas ficar livre simplesmente porque teria perdido o prazo para recorrer de
uma decisão que muitos ministros do STJ consideravam absurdas, e que cairia no
Pleno do Tribunal.
Não estamos falando de um processo trabalhista de 500 merréis. Estamos
falando do processo penal mais importante em andamento no país, contra a
quadrilha mais poderosa que se tem notícia.
O maior absurdo disso tudo é que a PGR disse que não foi notificada, depois
que passou para um subprocurador que teria se aposentado.
Daqui a pouco vai colocar a culpa no contínuo.
Gurgel, tome vergonha na cara e peça pra sair
Se este fosse um país sério, neste momento o Procurador Geral, Roberto
Gurgel, estaria demitido, e o responsável pelo processo estaria se preparando
para dormir na prisão.
Mas não, semana que vem nosso “Procurador” estará todo serelepe na televisão
dando alguma entrevista em nome da moralidade, ou ainda articulando o aumento no
seu salário, próximo de R$ 30 mil.
E ninguém vai cobrar do magistral Ministério Público uma investigação para
saber o responsável pela impunidade dantesca?
Daniel Dantas já tinha dado a senha a seu advogado: “resolva meus problemas
na primeira instância, que lá em Brasília eu resolvo”.
Daniel Dantas pode bater no peito e dizer: “Este país tem dono…Eu sou o Dono
do Brasil”.
Defensor de uma “austeridade” cada vez mais impopular e insustentável, historiador Niall Ferguson rejeita ideias de Keynes alegando sua homossexualidade
Niall Farguson em Lima (2012): velho defensor da oligarquia financeira, ele apela agora para outros “argumentos”…
Niall Ferguson, historiador britânico e professor da Universidade de Harvard, manifestou-se de modo extremamente infeliz em uma palestra na Califórnia para um grupo de mais de 500 investidores, no início de maio. Na opinião do historiador conservador, a teoria econômica de John Maynard Keynes, o economista mais importante do século XX, deve ser rejeitada pelo fato de Keynes ser gay e não ter tido filhos, o que faria com que ele não se preocupasse com as gerações futuras. Em sua fala, Ferguson, inclusive, afirmou que Keynes “preferia poesia a fazer sexo com sua esposa bailarina”, fazendo referência à bailaria russa Lydia Lopokova com quem o economista se casou.
Após rápida repercussão na internet, Ferguson publicou um pedido de desculpas no sábado, dia 4, através do seu website, dizendo que não é homofóbico, que havia esquecido que Lydia sofrera um aborto e que pessoas que não têm filhos também se preocupam com o futuro.
Embora reconheça que falou algo estúpido e insensível, Ferguson justifica que a declaração foi de improviso, no momento das perguntas que sucederam sua palestra. Porém, foi justamente falando de improviso que seus preconceitos vieram novamente à tona. Não teria sido a primeira vez que Ferguson faz comentários deste tipo. Em seu livro The Pity of War, publicado em 1999, ele sugere que Keynes posicionou-se contra a I Guerra Mundial por razões sexuais, já que jovens garotos ingleses estavam no front.
O argumento de Ferguson é duplamente desqualificável. Primeiro, por questionar a teoria keynesiana pelo fato de seu autor ser homossexual e não ter tido filhos. Segundo, por não ter compreendido sua teoria, utilizando uma citação totalmente descontextualizada. A famosa frase de Keynes, na qual Ferguson baseou-se para fazer suas declarações, “a longo prazo estaremos todos mortos” é exaustivamente referida, porém, pouco compreendida.
A sentença famosa está presente no Tratado da Reforma Monetária, publicado em 1923, quando Keynes começou a rejeitar as ideias dos economistas clássicos relacionadas ao fato de que os mercados se ajustam e entram em equilíbrio. Ampliando-se o resgate do excerto no original, Keynes afirmava que “este longo prazo é um guia enganoso para a atualidade. A longo prazo todos estaremos mortos. Os economistas estabeleceram para si mesmos uma tarefa demasiado fácil e demasiado inútil se, em épocas tempestuosas, só nos conseguem dizer que depois da tempestade, o mar volta a ficar calmo.”
Keynes jamais afirmou que o longo prazo não importa. O ponto central é que não devemos sacrificar o presente com desemprego em massa, aguardando que o mercado corrija o desemprego no momento em que os trabalhadores aceitem salários menores.
Sua preocupação com o futuro é ressaltada em As Consequências Econômicas da Paz, obra publicada em 1919, na qual Keynes criticava o Tratado de Versalhes, que submeteu a Alemanha a condições humilhantes ao ter que pagar as reparações de guerra, criando as condições que abriram espaço para a ascensão do nazismo. Nesta obra, Keynes apresenta as consequências do desemprego (ignoradas por seus críticos, inclusive, o célebre historiador de Harvard). Nas palavras de Keynes: “Nem sempre as pessoas aceitam morrer de fome em silêncio: algumas são dominadas pela letargia e o desespero, mas outros temperamentos inflamam-se, possuídos pela instabilidade nervosa da histeria, podendo destruir o que resta da organização social, e submergindo a civilização com suas tentativas de satisfazer desesperadamente as necessidades individuais. É contra esse perigo que todos os nossos recursos, nossa coragem e idealismo devem cooperar.”
Inicialmente, a posição de Keynes em relação ao tratado de paz não foi bem recebida pelos britânicos. No entanto, a história mostrou que ele tinha razão, com a Alemanha mergulhando no caos, numa situação que culminou na II Guerra Mundial. Ferguson, obviamente, associou esta posição ao homossexualismo em seu referido livro de 1999, sugerindo que Keynes defendia a Alemanha por ter se apaixonado por um negociador alemão durante as negociações do armistício.
Além de preconceituosos e simplistas, os argumentos de Fergunson são também mal intencionados e buscam incidir sobre os dilemas contemporâneos das economias europeias. A maior contribuição teórica de Keynes foi a publicação em 1936 da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, obra que revolucionou a teoria econômica. Nela, desenvolve-se a base teórica para intervenção estatal na economia nos momentos de crise. Quando a economia entra em crise, a confiança dos empresários é abalada, afetando os investimentos e gerando desemprego. É nestes momentos que deve entrar em cena a ação do Estado. Os economistas keynesianos, portanto, defendem que em momentos de crise os governos devem conduzir déficits orçamentários até que o estado de confiança da economia seja restaurado e as empresas voltem a contratar. Este é justamente o ponto em discussão nas economias centrais atualmente – e parece ser o real motivo da fala de Ferguson, um defensor das políticas de “austeridade”.
Cabe ainda lembrar que Keynes participou da conferência de Bretton Woods, que reconfigurou o sistema financeiro mundial pós-guerra. Sua preocupação era justamente evitar o erro cometido no Tratado de Versalhes. O sistema que emergiu em Bretton Woods visava manter a sanidade da economia mundial, evitando que os eventos insanos da Segunda Guerra Mundial voltassem a ocorrer. Sim, Keynes preocupava-se com o futuro da humanidade.
Improvável, mas recorrente, muitos acadêmicos de renome baseiam suas opiniões em interpretações de segunda mão sobre Keynes. Desconhecem suas obras originais e manifestam interpretações equivocadas. Niall Ferguson, além de expressar preconceito inaceitável, rejeita uma teoria de valor inestimável para tempos de crise e depressão. Não surpreende, porém, a rejeição a priori da teoria do economista que mais se preocupou com o desemprego ser manifestada por este historiador, fã do General Pinochet e de Margaret Thatcher.
– *Marcelo Mallet Siqueira Campos é professor do IFRS e doutorando em Economia PPGE-UFRGS
Anita Leocádia Prestes rejeitou convite para participar de sessão especial do Senado que devolve simbolicamente o mandato do líder comunista
Anita Leocádia Prestes contesta homenagem ao líder comunista Luiz Carlos Prestes e diz que o pai não estaria de acordo com o atual governo e as medidas aprovadas pelos parlamentares Foto: Marco Fernandes/CoordCOM/UFRJ / Divulgação
Anita Leocádia Prestes, filha do principal líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes, afirmou que não irá à cerimônia realizada em sessão especial no Senado nesta quinta-feira, que restituirá simbolicamente o mandato do político na Casa. “Para mim isso é demagogia”, afirmou Anita, que é professora do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes.
“São 65 anos desde a cassação do PCB (Partido Comunista do Brasil) - o PCB mudou de nome em setembro de 1960, quando passou a se chamar Partido Comunista Brasileiro, alcunha que mantém até hoje. Em 1962, uma dissidência da legenda criou o PCdoB (Partido Comunista do Brasil), que mantém o mesmo nome até os dias atuais - , quase 30 anos desde que o País saiu do regime militar e vive em uma democracia. Por que tanto tempo? Por que só agora?”, questiona Anita.
A professora afirma que o projeto, de autoria do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), é uma tentativa da classe política “com a imagem suja” de usar o nome do comunista para tentar “limpá-la”. “Estão tão desmoralizados que resolveram apelar para a imagem do Cavaleiro da Esperança (como Prestes passou a ser chamado depois das ações com a Coluna Prestes) para limpá-la. É um ato demagogo”, ataca. “Recusei o convite (para participar da sessão) por protesto e denúncia contra essa demagogia.”
Historiadora com diversos artigos publicados sobre o papel do PCB, de Prestes e dos demais parlamentares comunistas cassados junto de seu pai, Anita é filha do político gaúcho com a alemã Olga Benário, que conheceu na então União Soviética. Após um fracassado levante em 1936 contra o governo Getúlio Vargas, no que ficou conhecido como a Intentona Comunista, Prestes e a mulher foram presos.
Segundo a professora, seu pai não estaria de acordo com o atual governo e os projetos aprovados pelos parlamentares, como o Código Florestal. “Basta analisar a trajetória dele para saber que ele não concordaria com a ausência de políticas favoráveis à reforma agrária, com esse Código Florestal danoso, a flexibilização das leis trabalhistas”, disse.
Cassação do PCB reflete medo de comunistas
De acordo com a historiadora, a cassação do registro do PCB, que culminou na perda do mandato dos parlamentares eleitos na eleição de 1945 pela sigla, em 1948, é um reflexo do temor vigente na época, gerado pela Guerra Fria – que polarizou a política da União Soviética e Estados Unidos. “Era uma época de extremo anticomunismo no Brasil”, diz Anita.
Em 7 de maio de 1947, em meio ao governo Eurico Gaspar Dutra, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por três votos a dois, cancelou o registro do Partido Comunista Brasileiro, depois que o partido foi alvo de duas denúncias. Uma delas afirmava que o PCB era uma organização orientada pelo comunismo marxista-leninista da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS); que, em caso de guerra com a Rússia, os comunistas brasileiros ficariam contra o Brasil, e que o partido estaria a serviço do governo soviético. A outra afirmava que, logo após seu registro, o partido passou a exercer ações “nefastas”, insuflando a luta de classes, fomentando greves e procurando criar desordem.
Além disso, a denúncia afirmava que o resultado das eleições de 1945 – em que Prestes foi eleito senador e 14 nomes da sigla foram eleitos para a Câmara dos Deputados – demonstrava que o PCB não era brasileiro, "mas dependente do comunismo russo, diante da afirmação do seu chefe de que combateria o governo que fizesse guerra a URSS para reimplantar o fascismo", e que dependia do comunismo russo, o que seria suficiente para provar “a colisão do partido com os princípios democráticos e os direitos fundamentais do homem”, segundo o processo que oficializou a cassação do registro do partido.
“Esse processo foi vergonhoso e demonstrou que o TSE, assim como o governo brasileiro, estava alinhado à política do governo dos Estados Unidos”, afirmou Anita. "O medo do comunismo era muito grande."
Com os votos favoráveis às denúncias, o PCB deixou de ser considerado um partido legalmente, e, com a Lei nº 211, de 7 de janeiro de 1948 - que extinguia o mandato dos parlamentares eleitos por partidos que tiveram o registro cassado - Prestes e os 14 deputados federais comunistas perderam seus postos.
Entre os parlamentares cassados havia nomes como o do escritor Jorge Amado e líderes políticos como Carlos Marighela, Maurício Grabóis e João Amazonas.
Os outros deputados cassados foram: Francisco Gomes, Agostinho Dias de Oliveira, Alcêdo de Moraes Coutinho, Gregório Lourenço Bezerra, Abílio Fernandes, Claudino José da Silva, Henrique Cordeiro Oest, Gervásio Gomes de Azevedo, José Maria Crispim e Oswaldo Pacheco da Silva.
Para Anita, restituições simbólicas não corrigem erro Antes mesmo de o Senado restituir simbolicamente o mandato de Prestes, a Câmara já havia anulado a extinção do mandato dos deputados comunistas, no dia 20 de março deste ano.
Em 18 de abril, em ato semelhante, a Câmara de Vereadores de São Paulo também reconheceu o mandato de membros eleitos para o legislativo municipal que foram alvo da mesma resolução que cassou Prestes e os deputados comunistas.
A medida reconheceu o mandato, entre outros, de Elisa Kauffman Abramovich, tida como a primeira mulher eleita para o legislativo paulistano.
Além dela, também tiveram seus mandatos reconhecidos simbolicamente os vereadores comunistas Mário de Souza Sanches, Orlando Luís Pioto, Adroaldo Barbosa Lima, Antonio Donoso Vidal, Armando Pastrelli, Calil Chade, Itubirdes Bolivar de Almeida Serra, Benedicto Jofre de Oliveira, Benone Simões, Raimundo Diamantino de Souza, Meir Bernaim, Mauro Gattai, Luiz João e Carlos Niebel.
Para Anita, porém, os atos simbólicos não servem como uma correção do passado. “Não corrige nenhum erro. É tarde demais. Não é hora de se fazer isso”, afirmou.
Em face dos 132 anos do aniversário de Lima Barreto, esse comentário geral tece algumas reflexões sobre a importância do pensamento desse escritor para um melhor entendimento da história brasileira, aborda algumas das suas influências literárias e menciona certos dissabores que marcaram a trajetória biográfica de um literato que é, atualmente, muito citado, porém pouco compreendido.
O escritor carioca Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881 e cresceu em meio a uma família de poucas posses, mas de bom nível educacional. Sua mãe, Amália Augusta, era professora primária e morreu precocemente, quando o literato tinha apenas 6 anos, de tuberculose e seu pai, João Henrique, trabalhou na sede da Imprensa Nacional e traduziu, na época, do francês para o português o Manual do Tipógrafo. No dia 13 de maio de 2013 completaram-se 132 anos do nascimento desse autor que teve uma vida intelectual e pessoal atribuladas, marcadas pelas rondas constantes dos espectros do alcoolismo, do racismo e da loucura. No contemporâneo, Lima Barreto é meio que celebrado como um tipo de santo padroeiro dos escritores bêbados e desajustados. Porém, seu legado intelectual ultrapassa, em muito, os dissabores de sua trajetória biográfica.
Desde os tempos da Escola Politécnica, onde iniciou o curso de Engenharia, custeado pelo padrinho, o Visconde de Ouro Preto - um pitoresco monarquista da época - Lima Barreto apresentou tendência para a escrita, sobretudo a satírica. Juntamente com alguns colegas, criou um periódico que circulava na instituição com textos, poemas e algumas caricaturas dos professores mais sisudos como o lente Licínio Cardoso. Nessa época, o jovem escritor negro convivia com os filhos das elites branqueadas do Rio de Janeiro e a rejeição era um fato.
Desenvolveu, assim, um comportamento introspectivo e crítico e, durante seu tempo livre, passava horas e horas na biblioteca da Politécnica travando contato com obras de autores como Voltaire, Rousseau, Spinosa, Nietzsche, entre outros. Após sucessivas reprovações nas disciplinas de cálculos ministradas por Licínio Cardoso - um positivista intransigente - Lima Barreto desiste do sonho de se tornar engenheiro. O principal biógrafo do literato, o historiador e jornalista Francisco de Assis Barbosa, quando publicou a primeira edição de A vida de Lima Barreto, em 1952, sugeriu que essas perseguições tiveram motivações racistas e ideológicas. O tarimbado professor da Politécnica não aceitou o fato de um jovem aluno, negro e de origem modesta, ter criticado, em um artigo, inclusive, anônimo, alguns princípios fundamentais do pensamento de Comte.
Lima Barreto presta concurso para trabalhar como amanuense na Secretaria de Guerra do Rio de Janeiro: um modesto cargo público. Em um tempo no qual não existiam máquinas fotocopiadoras, muitos documentos emitidos nas instituições tinham de ser reproduzidos manualmente. Ainda bem jovem, tem de arcar com a responsabilidade de sustentar o pai, que, literalmente, enlouqueceu após a transição do Império para a República, seus irmãos e a madrasta, juntamente com seus filhos. É na Secretaria que sente-se entediado pelo trabalho maçante e por ter de assistir o desfile diário de oficiais arrogantes e cheios de empáfias. Juntando-se a esse quadro, a loucura do pai, que passa a delirar em torno de uma suposta conspiração republicana para lhe prender, Lima Barreto vai obtendo material para escrever o célebre romance Triste fim de Policarpo Quaresma.
O errante personagem barretiano, interpretado pelo ator Paulo José, no filme Policarpo Quaresma: héroi do Brasil de 1998.
O major Policarpo encarna a parte mais pura do idealismo humano, assim como Dom Quixote. Ao se envolver nos episódios que remetem a Revolta da Armada,um conflito entre o Exército e a Marinha brasileira pelo poder, que se passa, historicamente, em 1892, Policarpo entende estar contribuindo para a ordem e o progresso da pátria. Porém, ao presenciar os castigos e as execuções cometidas contra os membros da Marinha pelo exército florianista sofre um imenso desencanto existencial e político. O fim de Quaresma é triste porque, mesmo antes de ser considerado um visionário perigoso pelo próprio Floriano Peixoto, ao escrever uma carta para o ditador denunciado os crimes cometidos nas prisões e sugerindo uma reforma agrária, seus ideais ingênuos são esmagados pelo enorme peso da corrupção, do autoritarismo e da violência que alicerçaram a chamada República da Espada. Antes da morte física, o personagem morre espiritualmente.
Lima Barreto em uma foto tirada para a imprensa no começo do século XX
Quando se entregava ao consumo exagerado de álcool até ter alucinações - o que lhe rendeu as duas internações forçadas na Ala Pinel do Hospício Nacional - o escritor não o fazia com as intenções de ser visto com bon vivant ou um dândi. Lima Barreto bebia para se aniquilar, para esquecer os dramas familiares e o silenciamento imposto pela alta cúpula da Academia Brasileira de Letras aos méritos de sua produção intelectual. Em uma tocante passagem do seu Diário de Hospício, confessa que, quando foi obrigado a varrer a calçada da instituição psiquiátrica onde esteve internado, sob o olhar dos transeuntes da rua, havia sonhado ser equiparado a um Spinosa ou Dostoiévski, nas letras nacionais, e, de repente, estava ali: havia caído tão baixo que teve vontade de chorar como uma criança.
Fotografia de Lima Barreto tirada durante os três dias em que esteve internado no Hospício Nacional, em 1919. Apresenta feições mórbidas, deprimidas.
De fato, a dívida de Lima Barreto com a literatura russa é muito ampla. Esse enlace foi admitido em uma conferência que haveria de ser proferida em São Paulo, em Maringá, mas que nunca houve, porque, momentos antes de sua fala, Lima Barreto resolveu tomar alguns goles de aguardente para espantar a timidez e acabou sendo encontrando apenas no outro dia pelos seus anfitriões, estirado em uma sarjeta.
Nessa fala intitulada "O destino da literatura", publicada depois na revista Souza Cruz, em 1922, o literato carioca ressalta que seu contato com a obra Crime e castigo, de Dostoiévski, foi fundamental para que tivesse uma concepção de literatura muito mais ampla do que a de mero culto ao dicionário e das formas estéticas agradáveis. Também é a partir de Tolstoi que o autor trabalha com a ideia de que a função da arte literária é irmanar as pessoas das mais diferentes partes do mundo que partilham da imensa dor de serem humanas. Creio que a safra de boas publicações sobre a importância de Lima Barreto para a literatura brasileira é bem importante não só para o público especializado, mas também para o leitor que pode não se interessar pela linguagem acadêmica e é, no entanto, um inconformado com a atual situação da nossa República das Bruzundangas.
Com forte referência no Art Nouveau e nas Iluminuras Medievais, o fileteado nasceu em Buenos Aires como elemento decorativo de carroças. Parte integrante da cultura portenha, ele está presente não apenas em ruas e praças, como também em tatuagens e campanhas publicitárias.
Fileteado de Alfredo Genovese
O fileteado nasceu em Buenos Aires no início do século 20 pelas mãos dos imigrantes italianos Cecilio Pascarella, Vicente Brunetti e Salvador Venturo. O trio que residia na capital portenha começou a colorir as laterais das carroças que utilizavam para entregar produtos. Os veículos, que até então eram apenas cinzas, despertaram rapidamente o interesse nos clientes dos três italianos, que receberam diversas encomendas de pintura da chanfradura de suas respectivas carroças.
Um dos primeiros registros do início da arte do fileteado
Detalhe de fileteado - Fonte: Fileteado Porteño, de Alfredo Genovese (Ediciones Porteñas)
A inovação seguinte foi a inclusão de cartazes nos que figuravam o nome do proprietário, o seu endereço e a especialidade que transportava. Esta tarefa era, em princípio, realizada por letristas franceses que em Buenos Aires se dedicavam a pintar letreiros para os comércios. Brunetti e Pascarella foram encarregados por seu chefe, dono da oficina na qual trabalhavam, de que realizassem eles próprios a inclusão das letras e dos pequenos "filetes" que ornamentavam os cartazes.
Entrada do hotel portenho Faena ornamentada em arte fileteada
Fileteado de Mandynga Radowitzky
Fileteado de Gervasi
A base da técnica iniciava pelo esboço da composição, que harmonizava ornamentos e tipografia. O suporte era o papel transparente, que logo em seguida furado com agulha. Após contornar todos os traços, os artistas aplicavam o desenho sobre a superfície que receberia a pintura através da fricção de carbono em pó dentro de uma meia de mulher. O único obstáculo da técnica encontrado pelos letristas era a impossibilidade de utilizar o mesmo desenho dos dois lados, uma vez que as letras possuem um único sentido.
Assim, com uma notável referência ao Art Nouveau e às Iluminuras Medievais, o fileteado portenho tornou-se característico por seu repertório visual composto de flores, folhas, pássaros, bolas, dragões, fitas com o azul e o branco da bandeira argentina, além da mistura de linhas retas e curvas de diferentes espessuras que mesclam cenas bucólicas e personagens populares, como a Virgem de Luján, padroeira da Argentina, e o famoso cantor de tango Carlos Gardel. Parente sofisticado dos filetes coloridos que decoram as carrocerias dos caminhões brasileiros, o fileteado portenho incoporou ditados populares em sua rica e colorida ornamentação.
Carlos Gardel, fileteado em esmalte sintético de Alfredo Genovese
Na década de 1920, com a aparição da indústria automotiva na Argentina, o fechamento das oficinas de carroças instaladas fora das cidades foi inevitável (fato pelo qual as carroças e sulkies - as charretes para cavalos - das fazendas e áreas rurais em geral foram levados às cidades para reparação de danos ocasionais). Como consequência, muitos destes veículos tornaram-se ornamentados com a técnica do fileteado nas mãos de Pablo Crotti, expert no fileteado de carruagens. Cinquenta anos mais tarde, por distrair os motoristas, o filete seria proibido por lei. Mas, com incrível versatilidade, ele encontrou rapidamente novos meios de sobrevivência: saiu dos veículos para cavaletes dos ateliês de arte, roupas e tatuagens.
A arte do fileteado na publicidade, por Alfredo Genovese
A arte do fileteado na publicidade, por Alfredo Genovese
Fileteado de Valeria Roa, 2009
Pelas mãos de artistas da nova geração, como Martiniano Arce e Alfredo Genovese, o fileteado portenho volta a tomar as ruas da cidade. Genovese, que aplica a técnica do fileteado na publicidade e no desenho, já desenvolveu campanhas para grandes marcas, como Nike, Evian e Coca-Cola. "Eu me especializei em publicidade e imagem corporativa porque me permite aperfeiçoar a técnica. O filete está mais na moda do que nunca, porque houve um ressurgimento de tudo o que é local, como o tango. Além disso, agora muitas empresas usam o fileteado na publicidade", diz Genovese.
Nascida como elemento decorativo das carrocerias, a arte do fileteado sobrevive e renasce assim como o tango, ratificando sua força cultural. Nas palavras do fileteador Ricardo Gómez: "Se Discépolo disse que o tango é um pensamento triste que se dança; o filete é um pensamento alegre que se pinta."
Brasília – Os estados e municípios que ainda não prestaram contas dos
recursos recebidos em 2011 e 2012 para alimentação e transporte escolar
devem regularizar a situação para que não deixem de receber os repasses.
De acordo com levantamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), até o final da manhã de hoje (13), 1.227 municípios e
nove estados (Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Pernambuco, Piauí, Roraima e Tocantins) não tinham prestado contas dos
recursos de 2012 da alimentação escolar.
Com relação ao programa de transporte escolar, 1.326 prefeituras ainda
precisam encaminhar os registros referentes a 2012. No caso das
prestações de contas de 2011, 632 municípios ainda não prestaram contas
quanto aos recursos recebidos para transporte escolar e 830 prefeituras e
sete estados (Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso Sul, Pernambuco,
Piauí, Roraima e Tocantins) ainda não encaminharam as prestações
referentes à alimentação.
O prazo para a prestação de contas do Programa Nacional de Alimentação
Escolar (Pnae), do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar
(Pnate) e do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) acabou no último
dia 30 de abril, no entanto, aqueles que ainda não enviaram as
informações ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
podem fazê-lo a qualquer momento, pela internet, pelo Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SiGPC).
Os novos prefeitos que ainda não têm senha do SIGPC devem entrar em
contato com a Central de Atendimento pelo telefone 0800-616161. No site do FNDE – www.fnde.gov.br – estão disponíveis guias para orientar a prestação de contas.
Veja a lista daqueles que ainda não prestaram contas:
Foto mostra a solidariedade de um professor ao carregar policial ferido durante manifestações em São Paulo. Será que essa história é real?
Em abril de 2012, uma fotografia muito curiosa começou a se espalhar pelas redes sociais. Nela podemos ver um homem carregando um policial ferido, em meio a um confronto entre a Polícia Militar e professores, em São Paulo.
Será que isso é verdadeiro ou farsa?
A foto é real! O belíssimo flagra foi eternizado pelo fotógrafo Clayton de Souza, da Agência Estado, em março de 2010. O ato heroico ocorreu no dia 26 de março daquele ano, em confronto entre policiais e professores em uma assembleia promovida próxima ao Palácio dos Bandeirantes – no bairro do Morumbi, em São Paulo. Abaixo podemos ver outra fototirada na sequencia:
Policial ferido é carregado por policial à paisana! (reprodução)
A história da imagem
Quanto à história por trás da imagem, há muita controvérsia e muitas dúvidas ainda pairam sobre ela. Afinal, quem é o herói da história? Seria mesmo um professor?
As primeiras noticias publicadas nos principais jornais do país afirmavam que se tratava de um professor que se solidarizou com o policial ferido e resolveu carrega-lo até o atendimento. De acordo com o Estadão, 16 pessoas ficaram feridas durante o confronto entre policiais e manifestantes.
No entanto, no dia seguinte, quando as notícias foram apuradas com mais esmero, descobriu-se que o tal professor era, na verdade, um policial à paisana infiltrado no meio da manifestação e que o ferido era uma mulher, a soldado Erika Cristina Moraes de Souza Canavezi, que foi ferida com uma paulada no rosto.
A versão de que o “rapaz-herói” era um policial foi confirmada também pela própria Polícia Militar em seu blog.
Dúvidas
Algumas questões ainda ficaram sem resposta. Por exemplo:
O que o policial estaria fazendo disfarçado no meio da manifestação?
Qual é o nome desse sujeito?
Segundo o Viomundo, no dia 29 de março de 2010, os diretores de subsede da Apeoesp de Osasco passaram o dia investigando a possível origem do rapaz. Muitos se lembram de tê-lo visto em meio aos professores, mas chegaram à conclusão de que o suposto professor não fazia parte dos associados e que era, de fato, um policial militar do serviço reservado (ou secreto) da Polícia Militar paulista. “É um P2, como são chamados”, afirma o Viomundo.
Quanto à identidade do policial disfarçado, em nota ao Viomundo, a Polícia Militar disse que “por solicitação do policial, que pediu para ter o seu nome preservado, a PM não irá divulgar o nome dele”.
Questionada sobre o real motivo de o policial estar infiltrado no meio dos professores, a PM simplesmente respondeu: “Ele estava no local, não disse o que estava fazendo”, respondeu a assessoria de imprensa. Estranho, não é?
Conclusão
A foto é real! Porém o rapaz que salvou a policial não é um professor, é um policial disfarçado.
Fiéis lotam culto a procura da lipoaspiração divinaFiéis lotam culto a procura da lipoaspiração divina Os cultos do pastor César Peixoto, 52, em Cariacica (Espírito Santo), têm atraído cada vez mais pessoas em busca de emagrecimento instantâneo.
Peixoto diz aos fiéis que o poder de suas orações fazem com que eles percam até 15 quilos em menos de meia hora. Trata-se, segundo o pastor, da “lipoaspiração divina”. Cariacica tem mais de 340 mil habitantes e fica a 15 km de Vitória, a capital do Estado. O jornal A Tribuna, de Vitória, não conseguiu localizar ninguém que tenha emagrecido por intermédio da lipo de Deus, mas a secretária escolar Rosalina, 54, informou que, após o culto, “sentiu uma leveza interior muito grande”. A comerciante Sandra Santos, 30, é outra que não perdeu nenhum quilinho, mas, mesmo assim, ela saiu do templo se “sentindo mais leve”. A comerciante Carla Oliveira, 40, afirmou esperar que as orações diminuam os seus seios. Ela não duvida do poder das orações do pastor porque, disse, já obteve, com elas, a cura de um câncer. O pastor afirmou ter descoberto que as orações emagrecem por acaso, há 20 anos. “Um dia, quando eu orava, as pessoas dormiram e, quando acordaram, notaram que as roupas estavam largas.” Peixoto admitiu que algumas pessoas acham que a lipo divina é uma enganação. Mas argumentou que não dá para explicar o poder da fé, como no caso de uma mulher de 200 quilos que perdeu 100 com orações. Charlatanismo é crime. Mas o charlatão evangélico, como Peixoto e tantos outros, tem o respaldo da lei, em nome da liberdade de crenças. É um crime perfeito.
Cálculo de idade canina em termos humanos varia conforme o
tamanho do cão
É comum ouvir que devemos multiplicar por sete os anos dos cães
para termos ideia de sua idade em aspectos mais humanos. Mas será que isso é
verdade?
A minha terrier Meg morreu há alguns meses, com 19 anos e quatro meses. Foi
quando lembrei dessa multiplicação, o que faria com que minha cadela tivesse
improváveis 135 anos "humanos" ao morrer.
Não se sabe de nenhum humano que tenha vivido além dos 122 anos.
Mas se a multiplicação por sete está equivocada, como fazemos um cálculo mais
preciso da idade dos cães?
Raças maiores e menores
Os cães são a espécie de mamíferos mais diversa do planeta. Podem variar em
peso - de 3 kg a 90 kg - na idade adulta, em tipos de corpo e em pelos.
Isso significa também que há grandes variações de expectativa de vida entre
as raças. E, curiosamente, cachorros pequenos tendem a viver mais do que os
grandes.
"A correlação estatística entre expectativa de vida e tamanho costuma ser
positiva - gorilas, elefantes e baleias vivem muito mais do que roedores, por
exemplo", diz Daniel Promislow, professor de genética da Universidade da Geórgia
(EUA).
Por que, então, cães são uma exceção? Promislow tem uma teoria: "A doença que
tem a maior correlação com o tamanho (do animal) é o câncer", diz.
Calcule a idade de seu cão
Nos dois primeiros anos:
12.,5 anos para cada ano humano para cães pequenos
Sendo assim, como o risco de câncer aumenta com a idade, e cães maiores têm
até 50% de risco de morrerem dessa doença, as raças maiores geralmente têm vida
mais curta do que as menores (nas quais as chances de morrer de câncer caem para
10%).
Isso acontece mesmo se levarmos em conta que as raças menores atingem a
maturidade mais cedo.
"Ao chegar à vida adulta, os cachorros menores vivem mais", diz Kate Creevy,
professora também da Universidade da Geórgia. Em outras palavras, a juventude
dos cães pequenos é curta, mas sua vida adulta é longa.
Os cachorros maiores, no entanto, levam até 2 anos para a maturidade do
esqueleto e, depois, podem viver menos, entre quatro e cinco anos em alguns
casos.
O buldogue, por exemplo, vive em média até os seis anos, enquanto um border
terrier tende a viver uma média de 14 anos.
Mais velho que um humano
Então, veja que curioso: na conversão em "idade humana", um cão pequeno é
mais velho do que um grande aos 2 anos, porém mais novo aos 5 anos.
"Isso não acontece com nenhum outro animal", diz Creevy. "É possível que, ao
criarmos cães com tamanhos tão diversos, tenhamos 'desmascarado' esse fênomeno
da idade."
Ninguém sabe explicar a origem da teoria da multiplicação por sete - ou, pelo
menos, ninguém reivindica responsabilidade por ela. A ideia começou a aparecer
em livros de matemática dos anos 1960, pedindo para que crianças calculassem a
idade canina nessa proporção de 1 para 7.
Mesmo assim, a estimativa não é ruim para a espécie canina como um todo.
Se levarmos em conta as diferentes taxas de envelhecimento no início da vida
do cão e a diferença entre as expectativas de vida, uma estimativa mais precisa
seria de seis anos caninos para um ano humano.
No entanto, se olharmos aos dois extremos, veremos que um buldogue terá em
média 13 anos para cada ano humano, enquanto um mini Dachshund terá quatro para
um.
E quanto à minha cadelinha Meg? Ela não tinha 135 anos ao morrer, mas sim
109, indicam os cálculos. Uma velhinha em termos humanos, mas não tanto. Acho
que ela ficaria satisfeita em saber.