Há 108 anos, morria Julio Verne



Escritor francês, criador do romance de antecipação científica, Jules Verne nasceu a 8 de fevereiro de 1828, na cidade portuária de Nantes. Filho de um advogado proeminente, acompanhou o pai na sua mudança para Paris em busca de uma melhor clientela. estudou, dividindo o seu tempo entre o curso de Direito e tertúlias literárias, às quais fora apresentado pelo seu tio. Conheceu personalidades importantes da literatura francesa sua contemporânea, como Victor Hugo e Alexandre Dumas Filho, e não tardou ele próprio a escrever sob a sua orientação.
Estreou a sua primeira peça de teatro em Paris, aos vinte e dois anos de idade e, um ano depois, em 1851, o seu primeiro conto de ficção científica, Un Voyage En Ballon. Ainda incapaz de viver exclusivamente da escrita, Verne fez-se valer do seu diploma em Direito, encontrando o seu sustento como operador financeiro. A situação mudou no entanto em 1862, quando o escritor conheceu Jules Hetzel, editor e também autor de livros infanto-juvenis que demonstrou interesse em publicar a sua série "Voyages Extraordinaires". O episódio Cinq Semaines En Ballon (1863) garantiu a Júlio Verne a popularidade necessária ao seu estabelecimento como escritor a tempo inteiro e inspirou mais tarde, em 1872, a sua famosa obra La Tour du monde en quatre-vingt jours (A Volta ao Mundo em 80 dias).
Procedendo a uma investigação metódica e rigorosa, Verne começou a escrever romances, geralmente de ficção científica, bastante convincentes e realistas. Em Le Voyage Au Centre De La Terre (1864, Viagem ao Centro da Terra), descrevia uma expedição científica ao núcleo terrestre, antecipando um sonho de muitos investigadores. O mesmo aconteceu com De La Terre À La Lune (1865, Da Terra à Lua), romance que encontraria uma continuação em Autour De La Lune (1870, À Volta da Lua) e em que Verne prefigurava em mais de cem anos a primeira expedição lunar.
O carácter visionário da obra de Júlio Verne pode também ser notado em obras como L'Île Mystérieuse (1874, A Ilha Misteriosa) e Vingt Mille Lieus Sous Les Mers (1869-70, Vinte Mil Léguas Submarinas), romance em que o carismático Capitão Nemo profetizava a pirataria submarina alemã da Segunda Guerra Mundial. Outra das suas previsões foi a invenção da televisão.
Em 1867 visitou os Estados Unidos da América, viajando depois pelo Mediterrâneo. Em 1871 instalou-se em Amiens onde, em 1886 sobreviveu a uma tentativa de assassinato pela mão do seu sobrinho. Atingido numa perna, ficou coxo para o resto da sua vida. Faleceu a 24 de março de 1905.
As obras de Júlio Verne foram mais tarde adaptadas por Walt Disney.

In Infopédia

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Atrás do trio elétrico... o trabalho infantil

Famoso por ser uma das maiores celebrações populares do Brasil, carnaval de Salvador mascara exploração de crianças
Por Ana Maria Amorim e Lucas Ribeiro Prado
Foto de abertura: Adenilson Nunes/AGECOM

Em: Repórter Brasil
O carnaval de Salvador mobiliza anualmente 2 milhões de pessoas, sendo 600 mil turistas, segundo dados da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur). A demanda por mão de obra é expressiva e as atividades vão de ocupações gerenciais ao trabalho informal. Cerca de 93 mil pessoas trabalham durante os festejos, conforme levantamento realizado em 2010 pela Secretaria de Cultura. Destes, 17% trabalham com comércio ambulante. Há jornalistas, cordeiros, profissionais de saúde e seguranças; e há crianças e adolescentes sendo explorados também.
O trabalho é irregular para cerca de 60% dos trabalhadores dessa época. Uma parcela considerável da mão de obra do carnaval é jovem, sendo 19,4% entre a faixa etária de 10 a 24 anos. A pesquisa mostra ainda que o perfil majoritário é masculino, de cor negra, acima de 25 anos e não migrante.
A preocupação com o trabalho infantil durante a maior festa popular do país motiva ações de diversas entidades desde pelo menos 1995. Uma dessas ações é o projeto Blitz Social, da Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad) de Salvador. Em 2011, a Blitz cadastrou 312 crianças e adolescentes que estavam trabalhando nos circuitos de carnaval na cidade.
Já em 2012, o número subiu para 521. Isso, entretanto, não significa necessariamente um aumento da incidência de trabalho infantil durante essa época do ano. Como não há uma clara sistematização e acompanhamento desses dados, eles podem ser interpretados como resultado de uma ampliação dos programas, que estariam alcançando mais crianças e adolescentes.
Combate
“O carnaval é um momento de trabalho”, afirmou a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR) Maria do Rosário, que participou da cerimônia de lançamento da campanha “Solte a Voz no Carnaval”, em Salvador (BA). Com foco no combate à violência sexual e ao trabalho infantil, a iniciativa é desenvolvida em conjunto com entidades estaduais e municipais da Bahia.
Secretária Mara Moraes de Carvalho ressalta a importância de iniciativas para prevenir o trabalho infantil. Foto: Ascom/Sedes


Uma das intenções da mobilização é unir as ações realizadas por diversas organizações e criar um observatório que acompanhe os dados de trabalho infantil e exploração sexual durante a festa. Para a secretária de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza do Estado da Bahia, Mara Moraes de Carvalho, a iniciativa deve integrar autoridades, sociedade e famílias. “A campanha tem dois eixos: o preventivo e protetivo, integrando ações de conscientização e acolhimento para aqueles que precisam trabalhar no carnaval, como os ambulantes, e as crianças encontradas em estado de violação de direitos”, explica.
No caso da Bahia, a campanha enfrenta um desafio maior. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), em 2011 o estado registrou, na semana do levantamento, 363 mil pessoas na faixa etária dos 5 aos 17 anos exercendo algum tipo de trabalho (clique aqui para ver infográfico sobre a incidência de trabalho infantil nas diferentes regiões do Brasil). “A Bahia ainda é, da região Nordeste, o estado que tem os piores índices de trabalho infantil e registro de crianças em situação de risco. Muitas vezes a criança deixa de estudar para trabalhar e compor a renda familiar. Essa cultura ainda é muito forte aqui no Nordeste”, diz a promotora do Ministério Público do Estado da Bahia, Eliana Bloisi.
A criança como sujeito da festa
Na avenida, dentre os tantos blocos que fazem o carnaval de Salvador, está o tradicional bloco afro Ilê Aiyê, que atua na valorização da cultura afro na cidade e promove atividades de inclusão social. Participam crianças que saíram da situação de trabalho infantil para desenvolver atividades socioculturais no próprio carnaval. “Já trabalhei de vendedor de cerveja e de várias outras coisas com minha mãe, meu pai e minha irmã. Depois que entrei para o Ilê, eu nunca mais trabalhei no carnaval. O trabalho da criança tinha de acabar, elas tinham de ter uma oportunidade valiosa”, diz um dos integrantes, de 11 anos. “Eu achava o trabalho valioso, porque, se não trabalhar, não come”.

A atuação do Ilê com jovens e adolescentes envolve 120 crianças. “Um dos pré-requisitos é estar estudando, dedicando um turno à escola e outro às atividades do bloco. O turno integral ajuda a ocupar as crianças com outras atividades que não o trabalho degradante”, explica a coordenadora da Banda Mirim do Ilê Aiyê Jaciara Ferreira.
Integrantes do grupo Ilê Aiyê, que promove atividades de inclusão social. Foto: André Santana SeCul/BA
As lembranças de quando trabalhavam no carnaval expõem a desigualdade no acesso à festa. Outra criança, uma menina de 12 anos, associava a brincadeira na avenida como um benefício do trabalho que fazia antes de entrar para o bloco. “Minhas amigas acham muito divertido trabalhar no carnaval, porque, quando acaba a festa, elas podem subir no palco”, diz.
O relato evidencia que o trabalho infantil compõe a questão central da desigualdade econômica do país, que se reflete em todas as esferas, inclusive no reinado de Momo. O acesso ao lazer chega, antemão, como um anúncio do uso de sua mão de obra, e não como um direito fundamental. Ainda assim, ações como a do bloco Ilê, também realizada por outras entidades carnavalescas, tentam socializar o carnaval com essas crianças, que reconhecem a entrada no bloco como um momento crucial.
Erradicação do trabalho infantil
Segundo especialistas em trabalho infantil, a busca pela erradicação deve envolver diversas esferas da sociedade, pois o problema é decorrente das variadas situações de restrição nas quais as crianças são colocadas: falta de acesso à educação, saúde, lazer etc. O pano de fundo do trabalho infantil, portanto, é a sociedade em que a criança se encontra. “É preciso combater a miséria para se combater o trabalho infantil, pois o trabalho infantil está no centro da miséria. Criança não é mercadoria para ser vendida”, detalha a ministra Maria do Rosário.

Lançamento da campanha “Solte a Voz no Carnaval”. Foto: Ascom/Sedes
Um dos objetivos da iniciativa é justamente desmistificar os argumentos que o senso comum usa para justificar o trabalho infantil, que impõe o conceito “trabalho versus marginalidade” para a trajetória da infância. “É preciso quebrar o mito de que criança tem de trabalhar para não ser ladrão e mostrar que o fato de trabalhar na infância não garante a construção do sujeito no positivo social. A criança deve começar a trabalhar na idade adequada”, defende Maria Moraes.
Educadas sob essa visão, as próprias crianças justificariam o trabalho como algo produtivo, em um contexto em que foram cerceadas do direito à educação, moradia digna e/ou lazer, garantias prescritas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Fazer valer esses direitos é um dos horizontes da nova campanha do estado da Bahia, que pretende trabalhar as ações em conjunto com algumas secretarias, órgãos públicos e organizações não governamentais. Outra medida destacada é o Disque 100, que recebe denúncias de trabalho infantil e exploração sexual durante todo o ano – somente em 2012, registrou 16 mil queixas. A intenção da iniciativa é ampliar a divulgação desse método.
A dificuldade encontrada por quem combate o trabalho infantil é sua invisibilidade. No carnaval, por exemplo, é possível contabilizar as crianças que estão nos circuitos – como vendedoras ambulantes e catadoras de material reciclável –, mas a organização da festa envolve diversas etapas não visíveis ao público, como a confecção de abadás e montagens de barracas, atividades não incluídas nos atuais estudos e levantamentos.
Problema não se limita a Salvador. Na foto, crianças seguram o cordão de bloco em Taguatinga, no Distrito Federal. Foto: José Cruz/ABr

“O trabalho infantil está cada vez mais difícil de ser erradicado. Sua redução está cada vez mais lenta, porque está cada vez mais velado. É preciso criar novas formas de enfrentar o problema”, destaca Paula Fonseca, responsável pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da Organização do Internacional do Trabalho (Peti-OIT).
Para a menina ouvida pela reportagem, o problema não parece tão difícil de ser resolvido: “primeiro os grandes têm de trabalhar para depois a gente trabalhar quando crescer”.

Frank Lloyd Wright e Mies Van Der Rohe: mais semelhanças que diferenças

A boa arquitetura é racional, de bom gosto, evolutiva: a poesia de saber projetar.
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Influenciado inicialmente pelos primeiros trabalhos com Sullivan, FRANK LLOYD WRIGHT oscilava entre a rigidez da ordem clássica que regia o final do século XIX, e a vivacidade da ordem assimétrica. A quebra do raciocínio clássico parte da inspiração que a arquitetura japonesa fornecia, claramente inspirada nas linhas harmônicas e em consonância com a natureza.
Wright desenvolve alguns dos pilares que vem a ser o eixo-base de seu consagrado estilo pradaria: telhados horizontais, que estendem seus longos beirais sobre amplas varandas, marcando a extensão e integração dos espaços internos com o exterior, além de fornecer a sensação de proteção. Os espaços internos passam a ser livres, com uma clara comunicação entre os ambientes. Todas essas linhas suaves desenvolvem-se em torno de lareiras e chaminés centrais, que parecem brotar do solo das pradarias norte-americanas: com isso, fundamentam-se o ideário de Wright, que é com certeza a grande contribuição/conceito dele para a arquitetura, a integração da construção com a paisagem através de uma nítida horizontalidade, sem agredi-la e integrando-se com esta. Com isso, consegue formalizar a “desconstrução da caixa hermética” que eram as construções até ali, promovendo o que seria ao meu ver, um esboço de plantas livres em desenhos assimétricos em xadrez.
Os rebuscados materiais utilizados até então, muitas vezes em desacordo com as possibilidades que os materiais in natura poderiam alcançar, nas mãos de Wright ganham as primeiras fundamentações para o atual conceito de sustentabilidade: o arquiteto passa a utilizar materiais da região, procurando respeitar as formas, cores e potencialidades destes, assim como a cultura local. Com as plantas livres, habitua-se a desenvolver o mobiliário que integra esses ambientes comunicantes.
Fallingwater (Richard A. Cooke/Corbis )
Além da Robie House e da Fallingwater, sua obra-prima, desenvolve trabalhos corporativos onde aparece sua maturidade arquitetônica em prédios como o Johnson Wax (onde o prédio desenvolve-se em torno de uma haste central, como galhos de uma árvore) e seu último trabalho executado, o museu Guggenheim, que tem sua hélice expandindo-se em rampa espiral estendida até o último andar; tem seu interior “aberto”, na verdade coberto por um domus iluminado, conferindo espacialidade e iluminação zenital.

“Menos é mais”, e “Deus está no detalhe” são possivelmente as frases que melhor definem a obra de MIES VAN DER ROHE.
A partir de sua formação e conhecimento de engenharia, Mies desenvolveu um cuidado absoluto no detalhe e a correta utilização de materiais, sempre se utilizou destes e das técnicas mais modernas possíveis, sem ornamentações. Enfatizava a qualidade intrínseca dos materiais, sem revesti-los desnecessariamente.
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Projeta com o apurado conceito da conjunção da arte arquitetônica com o conceito da serialização (sem prejuízo à primeira); “bebeu” na fonte da Bauhaus e foi um de seus diretores. Desenha ambientações típicas de Wright (claramente influenciado); também é um adepto da planta livre e assim faz-se seus projetos, desenvolvendo um conceito de “permeabilidade”, através de grandes panos de vidro, que irá marcar fortemente seus trabalhos.
A residência Tugendhat na República Tcheca e a casa Farnsworth nos EUA (em tempos distintos, 1928 e 1946) mostram muito bem o caráter minimalista e preciso de Mies, onde a permeabilidade citada é marca registrada.
Prédios de caráter público como o Crown Hall do ITT de Illinois, e o edifício Seagram de Nova Iorque sintetizam o ritmo que ele conferia às suas edificações: evidenciou a estrutura, valorizou os materiais e a tecnologia, através de uma simplicidade estrutural aparente, explorando sempre o que de melhor a técnica poderia oferecer. Jamais foi um formalista gratuito, sempre optou pela clareza estrutural a serviço do momento histórico e tecnológico que se vivia em cada projeto desenvolvido.
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Num rápido comparativo, são claras as semelhanças entre as obras de Wright e Van Der Rohe, no que tange o desenvolvimento de plantas livres. Cada um a seu estilo, época e principalmente formação, os projetos residenciais desenvolvem-se com os mesmos conceitos, porém com inspirações diferentes.
Wright é o poeta da integração, da visualização da natureza interior às edificações e sua complexa (e livre) relação com o exterior, sem abdicar dos materiais adequados à região, coisa que Mies também o faz, porém com o que de melhor a técnica e materiais dispunha ao seu redor, abusando dos panos de vidros. Nenhum deles primou pela ornamentação, deixaram sua marca pautada no respeito ao material empregado, à forma do mesmo e ao seu ritmo natural (Mies).
Privilegiaram o funcional e o racional, sem abandonar a poesia característica de suas inspirações, respectivamente: a natureza terrestre e a natureza intrínseca da tecnologia.

Em 1901, nascia a fabulosa Clementina de Jesus



Clementina de Jesus da Silva nasceu em  7/2/1901,na cidade de Valença, RJ e faleceu em 19/7/1987 Rio de Janeiro, RJ. Clementina foi Cantora e  Compositora que se destacou por sua voz singular e por cantar temas populares.
Seu pai foi mestre de capoeira e violeiro. Com a mãe aprendeu os cantos de trabalho, partidos-alto, ladainhas e jongos, assim como corimás e ponto de macumba.
A família mudou-se para o bairro de Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
Ainda menina, aos 12 anos, desfilava no Bloco Moreninhas das Campinas. Três anos depois, já cantava no coro de uma das muitas igrejas do bairro de Oswaldo Cruz. Por essa época, freqüentava as rodas de samba na casa de Dona Maria Nenê. Mais tarde, foi para o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela.
No ano de 1940 casou-se com Albino Pé Grande e foi morar no morro da Mangueira.
Trabalhou muitos anos como empregada doméstica e somente aos 63 anos começou a carreira artística, lançada pelo letrista e produtor Hermínio Bello de Carvalho.
Durante sua vida, recebeu várias homenagens, entre elas a do então Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro, no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, em agosto de 1983. O evento contou com a presença de várias personalidades e artistas, como João Nogueira, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Elizete Cardoso, Orquestra Sinfônica Brasileira, Ala das Baianas de várias escolas de samba, Gilberto Gil, Dona Zica, Dona Neuma, mestres-salas e porta-bandeiras, acompanhados pela bateria da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira.
Em 1985, recebeu do governo francês, através do Ministro da Cultura Jack Lang, a "Comenda da Ordem das Artes e Letras", com a presença de Jorge Amado, Caetano Veloso e Milton Nascimento.
Ficou conhecida como a Rainha Ginga ou Quelé. A primeira homenagem foi dada devido a sua importância e grandeza na música popular, e a segunda devido à corruptela carinhosa de seu nome.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Para Villela, Rubens Paiva foi assassinado por gente ética e honesta

Para Vilella, esse homem foi assassinado por gente ética e honesta
No dia em que o jornal Zero Hora publica documentos que comprovam o assassinato de Rubens Paiva em dependências militares, Guilherme Vilella publica, no mesmo jornal, um artigo intitulado "O silêncio dos soldados". No artigo, o atualmente vereador do PP em Porto Alegre afirma que "É indispensável lembrar que o militar brasileiro, ao revés_no poderou fora dele _,sempre tem conduta exemplar". Para ele, na atualidade "a sociedade brasileira assiste, emudecida, à corrupção, aos escândalos, às distorções de conduta, aos subornos, à falsidade e à falta de compostura política _ e tudo que faz sentir os primeiros 'perfumes' da gradativa putrefação de uma sociedade doente". Na conclusão do artigo, um  tom de ameça: "Sua formação, da escola à caserna, está norteada para a devoção à pátria; para a integridade e para a honestidade pessoais; para a ética; para a hierarquia; para a ordem; e por valores éticos orientadores do seu comportamento moral, pelo resto da vida _ motivo pelo qual, hoje, não tendo sido convocado (sublinhado por mim), pode ser entendido o seu silêncio." Cabe perguntar:  o vereador está sugerindo que os militares sejam chamados para "por a casa em ordem"?
O processo de escandalização da política (para o quê nossos políticos ajudam muito) permite que, por caminhos tortos, monte-se um discurso moralizante e golpista. O vereador Vilella (prefeito de Porto Alegre duas vezes indicado pela ditadura militar) tece elogios irrestritos ao comportamento e à moral "do militar" brasileiro no mesmo dia em que se desmascara uma das maiores mentiras da Ditadura: a pretensa fuga e desaparecimento de Rubens Paiva. O ex-deputado federal pelo PTB nunca realizou uma ação armada, mas era oposição ao Regime Militar. Por isso foi preso, morto e torturado em dependências do exército antes de ser "desaparecido". 
O ex-prefeito biônico contrapõe aos escândalos e à corrupção a suposta superioridade dos militares a quem tanto deve gratidão. A direita brasileira continua a mesma: adula e incita os militares para tutelarem a política.

Estados Unidos vão processar S&P por avaliação de hipotecas

Boa nota dada a papéis lastreados em hipotecas de alto risco contribuiu para a crise financeira global

WASHINGTON e NOVA YORK –O Departamento de Justiça dos Estados Unidos pretende entrar com uma ação contra a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) por causa das notas atribuídas a papéis lastreados em hipotecas em 2007, antes que a crise financeira estourasse. A informação, veiculada inicialmente nos sites dos jornais “New York Times” e “Wall Street Journal”, foi confirmada pela própria agência. A notícia fez com que as ações da McGraw-Hill Companies, Inc., que controla a S&P, desabassem 13,78%, sua maior queda desde a “Segunda-feira Negra” de outubro de 1987, quando o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, despencou 22%.
As ações da Moody’s também foram afetadas: caíram 10,66%. Os papéis da Fitch Ratings, negociados em Paris, não sentiram o baque porque o mercado europeu fecha mais cedo. Apesar do tombo de S&P e Moody’s, o Dow fechou em queda ontem de apenas 0,93%, refletindo mais os temores com a zona do euro. Nasdaq recuou 1,51%.
Seria a primeira ação federal contra uma agência de rating por comportamento supostamente ilegal relacionado à crise financeira. A S&P afirmou em nota que o processo “não teria qualquer mérito factual ou legal”. “O Departamento de Justiça estaria errado em afirmar que os ratings da S&P teriam sido motivados por considerações comerciais, não emitidos de boa-fé.”
Uma fonte disse à Reuters que a ação deve ser anunciada oficialmente nesta terça-feira.
Governo queria indenização de US$ 1 bilhão
O blog DealBook, do “NYT”, afirmou, citando fontes, que o Departamento de Justiça e a S&P vinham discutindo um acordo até a semana passada. Mas as negociações foram suspensas, disseram as fontes, porque o governo queria uma indenização em torno de US$ 1 bilhão. Isso, segundo o DealBook, apagaria o lucro da McGraw-Hill no ano passado, que foi de US$ 911 milhões.
O Departamento de Justiça não comentou o assunto.
O “WSJ” afirmou, também citando fontes, que as procuradorias de vários estados americanos devem se juntar à ação federal.
As três principais agências de classificação de risco, S&P, Moody’s e Fitch, vêm sendo criticadas por investidores, políticos e órgãos reguladores por terem atribuído boas notas a milhares de papéis lastreados em hipotecas subprime (de alto risco), que se provaram impagáveis, arrastando todo o mercado.
As agências de rating são pagas pelas empresas às quais as notas são atribuídas, uma prática que levanta dúvidas sobre conflitos de interesse.
Em janeiro de 2011, a Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira, criada pelo Congresso, afirmou que as agências eram “peças essenciais na engrenagem da destruição financeira” e que foram cruciais para a crise.
Em julho do ano passado, a McGraw-Hill admitiu que o Departamento de Justiça e a Securities and Exchange Commission (SEC, o regulador do mercado americano) estavam investigando potenciais violações de regras na atribuição de ratings pela S&P.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/estados-unidos-vao-processar-sp-por-avaliacao-de-hipotecas-7489876#ixzz2K10Ywj6C
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Justiça manda Universal devolver R$ 74,3 mil a fiel

Igreja alegou que doação que sai
do sustento do fiel é mais significativa
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal confirmou a sentença de primeira instância que condenou a Igreja Universal do Reino de Deus a devolver R$ 74,3 mil a uma fiel que se arrependeu de ter feito tal doação. Não cabe mais recurso jurídico.
De acordo com os autos, a fiel disse ter sido pressionada em 2003 por um pastor a fazer a doação para que pudesse enfrentar na época um processo de separação judicial. Ela já pagava dízimo regularmente. O pastor sumiu da igreja após a doação.

A fiel recorreu à Justiça em 2010 porque se arrependeu da doação por ter perdido do emprego e ficado na miséria e caído em depressão.

A Universal negou que as dificuldades financeiras da fiel fossem consequência da doação. Ainda assim ela se defendeu com o argumento de que “a Bíblia prevê a oferenda a Deus em inúmeras passagens, destacando, na passagem da viúva pobre, que doar tirando do próprio sustento é um gesto de fé muito mais significativo”.

Na condenação de primeira instância, a Justiça destacou fato de a fiel ter dificuldade até mesmo para a compra de alimentos. Concluiu que a sobrevivência e a dignidade da fiel estão protegidas pelo artigo 548 do Código Civil, que determina a anulação de “doação de todos os bens sem reserva sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador”.

Esqueleto encontrado em Leicester pertence ao rei Ricardo III

Imagem do esqueleto de Ricardo III, Universidade de Leicester
Em: Ciência
Mistério com 500 anos foi resolvido. Esqueleto do monarca estava debaixo de um parque de estacionamento.

Um grupo de investigadores britânicos confirmou, nesta segunda-feira, que um esqueleto que tinha sido encontrado em Setembro num parque de estacionamento de Leicester pertence mesmo ao rei Ricardo III.
A descoberta termina com um mistério que tinha mais de 500 anos, em que várias foram as pistas exploradas sobre o destino que teriam tido as ossadas do último rei inglês a morrer em combate. Sabia-se apenas que o seu corpo teria sido transportado do local da batalha, onde morreu, para ser exposto em Leicester e que teria sido sepultado junto uma igreja franciscana – uma pista que deixou de ser possível seguir quando em pleno século XVI a igreja foi demolida em consequência da reforma religiosa.
O rei Ricardo III, que foi descrito por William Shakespeare como um monstro tirano que matou dois sobrinhos, morreu aos 32 anos quando lutava com o seu suposto sucessor, Henrique Tudor, durante a batalha de Bosworth Field, que teve lugar no Centro do país, em 1485. A morte de Ricardo colocou também fim à chamada Guerra das Rosas, com a subida ao trono dos Tudor.
Agora uma equipa de historiadores e de arqueólogos da Universidade de Leicester assegura que o esqueleto encontrado no ano passado, durante umas escavações de uma zona medieval subjacente a um parque de estacionamento, pertence mesmo a Ricardo III, disse à Reuters o coordenador do projecto, Richard Buckley.
A mesma fonte explicou que os vestígios de ADN que foram obtidos através dos ossos coincidem com o ADN da família do monarca. A BBC adianta, ainda, que os ossos revelam dez ferimentos, sendo oito deles no crânio, e que a datação de carbono permitiu situar a morte entre 1455 e 1540.
A confirmação da identidade do esqueleto tornou-se possível porque uma outra equipa de historiadores encontrou uma mulher que é descendente directa da família de Ricardo III e que cedeu uma amostra de ADN. A Universidade de Leicester já informou que os restos mortais do monarca serão sepultados na catedral da cidade.

Django Livre X KKK

Django-Livre-poster-12Nov2012
Django Unchained ou Django Livre é um filme de faroeste e drama, escrito e dirigido por Quentin Tarantino. Estrelado por Jamie FoxxLeonardo DiCaprioChristoph Waltz e Samuel L. Jackson, esse é o 7° filme de Quentin Tarantino. Recebeu cinco indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor FilmeMelhor Ator Coadjuvante (Christoph Waltz), Melhor Roteiro OriginalMelhor Edição de Som e Melhor Fotografia. O titulo do filme originalmente seria The Angel, the Bad and the Wise para homenagear o cineasta Sergio Leone, porém Tarantino resolveu mudar o nome para Django Unchained baseado no filme italiano de 1966, Django, estrelado pelo ator Franco Nero, que faz uma participação no filme de Tarantino.
Todas informações factuais sobre o filme Django Livre você encontra clicando neste link. O que você não encontra é a reação preconceituosa de Spike Lee (“Faça a coisa certa“), em entrevista ao site da revista “Vibe“, contou que se recusa a assistir ao “Django Livre“, alegando que o novo filme de Quentin Tarantino é “desrespeitoso aos seus ancestrais“. É tipo comum de preconceito: “não vi e não gostei“…
“Eu não posso falar sobre isso [o filme] porque eu não vou vê-lo. Tudo o que eu vou dizer é que é desrespeitoso aos meus antepassados. Isso sou eu. Eu não estou falando em nome de ninguém”, afirmou Lee.
O cineasta também escreveu em seu Twitter sobre o filme. “A escravidão nos Estados Unidos não foi um western spaghetti de Sergio Leone. Foi um holocausto. Meus ancestrais foram escravos, roubados da África. Eu os honrarei”, disse.
Estranhamente, parece-me que o filme de Quentin Tarantino faz mais pelo combate ao racismo nos EUA do que todos os filmes de Spike Lee já fizeram. Por que? Porque ele sabe usar a arma da arte massiva: a violência debochada. Ironiza corrosivamente os racistas, assim como nos tinha colocado destruindo a imagem do mal nazista em seu filme anterior, “Bastardos Inglórios“.
Estilizar é dar estilo ou forma estética diferente à história descritiva, no caso, do racismo sulista antes da Guerra Civil nos EUA (1860-1865) – o filme se inicia em 1858. Tarantino representa o combate aos racistas por meio de símbolos do western spaghetti, homenageando não só esse gênero apropriado por diretores italianos, mas também resgatando a imagem do “alemão”, tão depreciada em seu filme anterior. Neste último, um dos “mocinhos” é o extraordinário ator austríaco Christoph Waltz, que tinha sido o oficial nazista em “Bastardos Inglórios”, dessa vez interpretando um culto e cínico alemão “caçador de recompensas”. Ele faz, então, o papel de um investidor “em nome da lei”. Mostra a privatização da segurança pública, quando o Estado estava ausente no território selvagem, onde ainda predominava “a lei do mais forte”. É mais ou menos como hoje, quando governos neoliberais privatizam o sistema penitenciário para a “livre-iniciativa” obter lucro com os presidiários.
Tarantino com grande humor e ironia, dá novos traços estilísticos ao faroeste. Ele se aprimora, requinta-se cada vez mais. Parece-me que ele descobriu sua marca de elaboração de Cinema de Autor. Já aparece na tela explodindo-se!
Quem não entender de alegoria ou, de modo pré-conceituoso, como Spike Lee, “não vê e não gosta“, realmente não vai achar graça no filme. Alegoria é modo de expressão ou interpretação no âmbito artístico e intelectual, que consiste em representar pensamentos, idéias, qualidades sob forma figurada e em que cada elemento funciona como disfarce dos elementos da idéia representada. Foi o método de interpretação aplicado por pensadores gregos (pré-socráticos, estoicos, etc.) aos textos homéricos, por meio do qual se pretendia descobrir idéias ou concepções filosóficas embutidas figurativamente nas narrativas mitológicas. Da mesma forma, foi método de interpretação das Sagradas Escrituras usado por teólogos cristãos antigos e medievais, em que se almejava a descoberta de significações morais, doutrinárias, normativas, etc., ocultas sob o texto literal.
Se até mesmo um texto filosófico é possível ser escrito de maneira simbólica, utilizando-se de imagens e narrativas com intuito de apresentar tropologicamente ideias e concepções intelectuais, por que não fazer um filme divertido, embora ultra-violento, para as “massas ignaras”?! Por meio de suas formas, ele representa uma idéia abstrata de combate aos racistas, matando-os de maneira estilizada! Cada uma das figuras ou ornamentações usadas no filme, conduzidas pelos próprios protagonistas, ilustram o enredo de uma maneira acessível ao grande público, como fossem alegorias de uma escola de samba.
É importante captar o simbolismo que abrange o conjunto da obra. Trata-se de um processo em que o acordo entre os elementos do plano concreto e aqueles do plano abstrato se dá passo a passo. Esta obra artística se utiliza, brilhantemente, dos recursos da figuração ou simbolismo alegórico. São sequências logicamente ordenadas de metáforas que exprimem idéias diferentes das enunciadas comumente: o politicamente correto, o herói do western.
O filme de ação ou aventura é sobre o heróiDjango, um ex-escravo livre, um homem liberto – e sua capacidade de superar os obstáculos formidáveis trazidos por acontecimentos externos alheios à sua vontade. Ele nos fala, i.é, fala ao nosso herói interior, despertando nossos recursos pessoais de coragem, resistência, abnegação, engenho, justamente, para enfrentar os racistas. O herói não precisa de palavras para nos empolgar: seus atos, decisões e reações frente a todos os obstáculos que aterrorizam a nós, na platéia, de enfrentar, convence-nos de seu heroísmo. Os obstáculos são os testes das virtudes do herói: o homem liberto.
Em uma cena de humor impagável, Tarantino retrata o ridículo do nascimento da Ku Klux Klan. Ele sabe, ao contrário de Spike Lee, usar a arma do humor para desmoralizar instituições violentas como as forjadas pelo racismo. A história narrada abaixo, extraída do livro Freakonomics: O Lado Oculto e Inesperado de Tudo que nos Afeta, de autoria de Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner (Rio de Janeiro, Elsevier-Campus, 2005: 57-88), é um exemplo da importância de saber usar essa arma.

BOM DIA! GOOD MORNING!

Ainda lembrando o falecimento de Gene Kelly, aproveito para registrar uma música que representa o máximo de otimismo e alegria pelo novo dia. Além disso, apresenta a mãe da "procesa Leia, de "Star Wars" em plena forma.