Boa nota dada a papéis lastreados em hipotecas de alto risco contribuiu para a crise financeira global
WASHINGTON e NOVA YORK –O Departamento de Justiça dos Estados Unidos
pretende entrar com uma ação contra a agência de classificação de risco
Standard & Poor's (S&P) por causa das notas atribuídas a papéis
lastreados em hipotecas em 2007, antes que a crise financeira
estourasse. A informação, veiculada inicialmente nos sites dos jornais
“New York Times” e “Wall Street Journal”, foi confirmada pela própria
agência. A notícia fez com que as ações da McGraw-Hill Companies, Inc.,
que controla a S&P, desabassem 13,78%, sua maior queda desde a
“Segunda-feira Negra” de outubro de 1987, quando o índice Dow Jones, da
Bolsa de Nova York, despencou 22%.
As ações da Moody’s também foram afetadas: caíram 10,66%. Os papéis da Fitch Ratings, negociados em Paris, não sentiram o baque porque o mercado europeu fecha mais cedo. Apesar do tombo de S&P e Moody’s, o Dow fechou em queda ontem de apenas 0,93%, refletindo mais os temores com a zona do euro. Nasdaq recuou 1,51%.
Seria a primeira ação federal contra uma agência de rating por comportamento supostamente ilegal relacionado à crise financeira. A S&P afirmou em nota que o processo “não teria qualquer mérito factual ou legal”. “O Departamento de Justiça estaria errado em afirmar que os ratings da S&P teriam sido motivados por considerações comerciais, não emitidos de boa-fé.”
Uma fonte disse à Reuters que a ação deve ser anunciada oficialmente nesta terça-feira.
Governo queria indenização de US$ 1 bilhão
O blog DealBook, do “NYT”, afirmou, citando fontes, que o Departamento de Justiça e a S&P vinham discutindo um acordo até a semana passada. Mas as negociações foram suspensas, disseram as fontes, porque o governo queria uma indenização em torno de US$ 1 bilhão. Isso, segundo o DealBook, apagaria o lucro da McGraw-Hill no ano passado, que foi de US$ 911 milhões.
O Departamento de Justiça não comentou o assunto.
O “WSJ” afirmou, também citando fontes, que as procuradorias de vários estados americanos devem se juntar à ação federal.
As três principais agências de classificação de risco, S&P, Moody’s e Fitch, vêm sendo criticadas por investidores, políticos e órgãos reguladores por terem atribuído boas notas a milhares de papéis lastreados em hipotecas subprime (de alto risco), que se provaram impagáveis, arrastando todo o mercado.
As agências de rating são pagas pelas empresas às quais as notas são atribuídas, uma prática que levanta dúvidas sobre conflitos de interesse.
Em janeiro de 2011, a Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira, criada pelo Congresso, afirmou que as agências eram “peças essenciais na engrenagem da destruição financeira” e que foram cruciais para a crise.
Em julho do ano passado, a McGraw-Hill admitiu que o Departamento de Justiça e a Securities and Exchange Commission (SEC, o regulador do mercado americano) estavam investigando potenciais violações de regras na atribuição de ratings pela S&P.
As ações da Moody’s também foram afetadas: caíram 10,66%. Os papéis da Fitch Ratings, negociados em Paris, não sentiram o baque porque o mercado europeu fecha mais cedo. Apesar do tombo de S&P e Moody’s, o Dow fechou em queda ontem de apenas 0,93%, refletindo mais os temores com a zona do euro. Nasdaq recuou 1,51%.
Seria a primeira ação federal contra uma agência de rating por comportamento supostamente ilegal relacionado à crise financeira. A S&P afirmou em nota que o processo “não teria qualquer mérito factual ou legal”. “O Departamento de Justiça estaria errado em afirmar que os ratings da S&P teriam sido motivados por considerações comerciais, não emitidos de boa-fé.”
Uma fonte disse à Reuters que a ação deve ser anunciada oficialmente nesta terça-feira.
Governo queria indenização de US$ 1 bilhão
O blog DealBook, do “NYT”, afirmou, citando fontes, que o Departamento de Justiça e a S&P vinham discutindo um acordo até a semana passada. Mas as negociações foram suspensas, disseram as fontes, porque o governo queria uma indenização em torno de US$ 1 bilhão. Isso, segundo o DealBook, apagaria o lucro da McGraw-Hill no ano passado, que foi de US$ 911 milhões.
O Departamento de Justiça não comentou o assunto.
O “WSJ” afirmou, também citando fontes, que as procuradorias de vários estados americanos devem se juntar à ação federal.
As três principais agências de classificação de risco, S&P, Moody’s e Fitch, vêm sendo criticadas por investidores, políticos e órgãos reguladores por terem atribuído boas notas a milhares de papéis lastreados em hipotecas subprime (de alto risco), que se provaram impagáveis, arrastando todo o mercado.
As agências de rating são pagas pelas empresas às quais as notas são atribuídas, uma prática que levanta dúvidas sobre conflitos de interesse.
Em janeiro de 2011, a Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira, criada pelo Congresso, afirmou que as agências eram “peças essenciais na engrenagem da destruição financeira” e que foram cruciais para a crise.
Em julho do ano passado, a McGraw-Hill admitiu que o Departamento de Justiça e a Securities and Exchange Commission (SEC, o regulador do mercado americano) estavam investigando potenciais violações de regras na atribuição de ratings pela S&P.
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