sábado, 7 de dezembro de 2013

Dois filhos de Marinho e um do general no Panamá? E o outro irmão? O velho sabia?


O Miguel do Rosário, parceiro deste Tijolaço, não descansa.

Aceitou a provocação da polêmica sobre o emprego oferecido ao ex-ministro José Dirceu por um empresário com negócios no Panamá – um paraíso fiscal – e foi buscar os documentos que provam que também os irmãos Marinho também andaram fazendo seus negócios por lá – e na época em que o velho Roberto ainda estava vivo e mandando muito.
Você vai ler a história, mas, como sou mais velho e conheço esta turma, dou logo uma informação: neste ano da Graça de 1984 em que a empresa foi registrada no Panamá, o executivo de confiança de Marinho na área financeira – com poder até sobre o Boni – era Miguel Pires Gonçalves, cujo pai, Leônidas, era o poderoso Ministro do Exército do Governo Sarney.
Miguel era o homem que cuidava da grana e achei estranhíssimo que José Roberto – o mais low-profile dos três Marinhos – estar fora do negócio. O velho não era de fazer isso: o dinheiro era igual, embora o poder não fosse repartido por igual entre os três.
Leia a reportagem de Rosário.

A empresa da Globo no Panamá!

Já que a Globo, por causa do hotel onde Dirceu irá trabalhar, está tão interessada nas empresas do Panamá, seria bom aproveitar a viagem e explicar ao distinto público porque os irmãos Marinho figuraram como diretores de uma firma naquele país. Trata-se da Chibcha Investment Corporation, presidida por José Manuel Aleixo.
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Os irmãos Marinho, todo mundo conhece. Vamos ver quem são os outros.
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Miguel Coelho Netto Pires Gonçalves é hoje diretor-executivo da Fides Ações. Iniciou sua carreira no mercado financeiro em 1979 como Diretor do Banco do Estado do Rio de Janeiro – Banerj. Possui vasta experiência na área de finanças corporativas, na qual atuou como Superintendente Executivo da área administrativo-financeira da TV Globo de 1980 a 1991, e, posteriormente, como Superintendente Executivo da Globopar, de 1991 a 1994. Foi sócio responsável pela idealização e criação do Banco ABC-Roma e participou do conselho de diversas empresas como: Editora Globo, NEC do Brasil, Seguradora Roma e Globo Agropecuária.
Esta parece ser a figura chave para se entender a razão de ser desta empresa panamanenha. Em julho deste ano, o blog do Mello, publicou um post no qual ele é citado. Nenhuma outra quadrilha lucrou tanto no negócio de assalto a banco como a quadrilha da Rede Globo’ – O Pasquim
A edição de 29 de setembro de 1983 do jornal carioca O Pasquim não fez por menos. Chamou o então presidente das Organizações Globo Roberto Marinho de “o maior assaltante de bancos do Brasil”.
“Nos dias 28 de fevereiro e 29 de maio de 1980, sem nenhum registro na crônica policial, foram praticados os dois maiores assaltos a banco da história do Brasil. Em duas operações distintas, o grupo do Sr. Roberto Marinho levantou no Banerj, a juros de dois por cento ao mês, a importância de 449 milhões e 500 mil cruzeiros [aproximadamente US$ 613 mil, BdoM]“.
Na reportagem, O Pasquim demonstrou que, caso Roberto Marinho sacasse o dinheiro na boca do caixa e fizesse uma aplicação financeira no próprio Banerj receberia US$ 3 milhões, em valores da época.
“Nenhuma outra quadrilha, inclusive movimentos terroristas, lucrou tanto no negócio de assalto a banco como a quadrilha da Rede Globo. Só no Banerj expropriou um bilhão e oitocentos milhões de cruzeiros. Em retribuição, Roberto Marinho levou toda a diretoria do Banerj para trabalhar na Globo: Miguel Coelho Neto Pires Gonçalves, Diretor Superintendente do Banerj virou Superintendente da Rede Globo; Antônio Carlos Yazeji, Paulo Cesar da Silva Cechetti e Pedro Saiter (ex-vice-presidente, ex-diretor, ex-gerente geral, todos do Banerj) foram agraciados com pomposas diretorias na Rede Globo.” *
Harry Strunz, aparentemente, é o herdeiro de uma empresa importadora situada no Panamá, especializada em importar produtos norte-americanos.
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Quem é o presidente da firma, Jose Manuel Aleixo? Não descobri nada sobre ele? Será um laranja?
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A ICAZA, GONZALEZ-RUIZ & ALEMAN é uma firma de advocacia que prestou consultoria para a firma.
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Pelo que entendi dos documentos, a empresa foi criada em 1985, logo após o fim da ditadura e dissolvida em 1995, quando o governo FHC assume o poder.
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Domingo Diaz Arosemena é, certamente, o herdeiro de um famoso político panamenho, de mesmo nome, conhecido por ter assumido a presidência da república em 1948 após uma eleição notoriamente fraudada.
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Rodolfo Ramon Chiari Correa é/era presidente da Hercules Entreprise, Inc, empresa sediada no Panamá, aparentemente também já dissolvida.  Número da ficha da empresa no site de Registro Público do Panamá: 336763.
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Talvez não haja nada de ilegal na presença dos irmãos Marinho no quadro diretivo de uma empresa do Panamá. No entanto, como eles são proprietários da mais importante concessão pública de TV do país, creio que é de interesse jornalístico saber em que eles estão investindo no exterior. Ainda mais considerando que, alguns anos depois, os mesmos personagens protagonizaram uma tremenda fraude nas Ilhas Virges Britânicas, ao usarem um artifício ilegal para não pagar imposto de renda.
Além do mais, se a imprensa está tão interessada nos donos de um hotel desconhecido de Brasília, só porque Dirceu vai trabalhar lá, a ponto de viajar ao Panamá para descobrir quem é o presidente da empresa proprietária do hotel, bem poderia usar o mesmo esforço para levantar mais informações sobre os negócios no Panamá da família mais rica do país. *
Os documentos estão no site de Registros do Governo do Panamá. Eu entrei, baixei e publico abaixo:

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