Presidenta
do Instituto, Vanessa Petrelli Corrêa, deu palestra no
Congresso Internacional de Desenvolvimento, no RJ
John Kennedy
Costa, em IPEA
A
mudança na dinâmica do crescimento no Brasil foi o tema da
conferência proferida pela presidenta do Ipea,
Vanessa Petrelli Corrêa, no primeiro Congresso Internacional de
Desenvolvimento, promovido pelo Centro Celso Furtado, de 15 a 17 de
agosto. A palestra da presidenta estava inserida no tema geral do
evento, A crise e os desafios para um novo ciclo de desenvolvimento,
e ocorreu na quinta-feira, 16. Grandes nomes foram convidados, como
Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Social (BNDES), Tania Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Bresser-Pereira, da Fundação Getúlio Vargas, Carlos
Pinkusfeld, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Luiz
Gonzaga Belluzzo, da Universidade de Campinas (Unicamp). A palestra
de encerramento, na sexta, 17, ficou a cargo de Maria da Conceição
Tavares.
Com
auditório cheio, Vanessa falou sobre a experiência brasileira de
crescimento inclusivo no período 2004-2011, que se deveu à
combinação de três fatores. O primeiro foi o cenário
internacional favorável. O segundo foi a dinâmica redistributiva
interna, por meio de aumentos do salário mínimo, das transferências
públicas de renda e do crédito às famílias. Por fim, foi
fundamental o papel do Estado na coordenação e no financiamento dos
investimentos privados, complementados por investimentos públicos.
“Inicialmente, o crescimento foi puxado pelo setor externo, mas
após 2006, ele foi puxado pelo mercado interno, uma especificidade
brasileira”, informou ela.
De
acordo com os dados recentes, o crescimento médio real da economia
brasileira entre 2004 e 2011 foi de 4,3% ao ano, quase o dobro,
portanto, da média observada nas duas décadas imediatamente
anteriores — e pouco menos de dois terços da média observada
entre 1947 (o primeiro ano para o qual existem dados oficiais) e
1980.
Segundo Vanessa, o crescimento puxou a arrecadação, o que gerou aumento da carga tributária e possibilitou mais transferências de assistência e previdência às famílias, além do aumento do salário mínimo. Tudo isso mudou a dinâmica interna da economia brasileira. Afinal, a arrecadação tributária após 2004 passou a crescer não pela criação de novos tributos ou aumento de alíquotas, mas devido ao aumento do emprego, da formalização do mercado de trabalho, da lucratividade das empresas e do crescimento da economia em geral. “Em uma próxima pesquisa que devemos divulgar em breve, o Panorama das Finanças Públicas, vamos informar o aumento da carga tributária por setor”, revelou a presidenta do Ipea.
Segundo Vanessa, o crescimento puxou a arrecadação, o que gerou aumento da carga tributária e possibilitou mais transferências de assistência e previdência às famílias, além do aumento do salário mínimo. Tudo isso mudou a dinâmica interna da economia brasileira. Afinal, a arrecadação tributária após 2004 passou a crescer não pela criação de novos tributos ou aumento de alíquotas, mas devido ao aumento do emprego, da formalização do mercado de trabalho, da lucratividade das empresas e do crescimento da economia em geral. “Em uma próxima pesquisa que devemos divulgar em breve, o Panorama das Finanças Públicas, vamos informar o aumento da carga tributária por setor”, revelou a presidenta do Ipea.
A
arrecadação tributária maior tornou possível utilizar isenções
tributárias como instrumento de políticas de desenvolvimento
produtivo e permitiu a ampliação dos gastos sociais e dos
investimentos públicos sem aumentar o endividamento público. Para a
presidenta do Instituto, o crescimento inclusivo envolve políticas
sociais universais, disponibilidade de crédito para as famílias e
para as empresas, crescimento da renda e do consumo, e investimentos
privados, coordenados pelo Estado e complementados por investimentos
públicos. “Mesmo com a piora do ambiente externo, o governo tem
condições de reverter o quadro”, disse Vanessa, que acredita no
avanço do modelo brasileiro de crescimento inclusivo, apesar dos
vários desafios.
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