O ator Caio Blat esteve em
Suzano em um evento promovido pela prefeitura durante o qual participou
de uma roda de conversa com a juventude e contou um pouco da sua
trajetória de vida, a experiência no teatro, cinema e televisão.
Sua
premiada carreira começou precocemente, primeiro fez comerciais de
publicidade aos 8 anos, depois atuou em novelas, só então chegou ao
teatro. Quanto aos estudos, preferiu fazer faculdade de direito ao invés
de artes cênicas, pois a intenção era a de ampliar sua cultura e
conhecimento. Entrou na USP, mas não concluiu o curso.
Cinema não chega aos pobres
Quando foi fazer o filme Bróder morou por um tempo no bairro de Capão Redondo em São Paulo, foi lá que percebeu que o cinema não chega até as pessoas da periferia, o público que atinge é restrito, o motivo a seu ver é porque não existem salas disponíveis nestes lugares, o ingresso é caro e o filme brasileiro fica uma semana em cartaz e sai para dar lugar aos filmes da indústria americana.
Quando foi fazer o filme Bróder morou por um tempo no bairro de Capão Redondo em São Paulo, foi lá que percebeu que o cinema não chega até as pessoas da periferia, o público que atinge é restrito, o motivo a seu ver é porque não existem salas disponíveis nestes lugares, o ingresso é caro e o filme brasileiro fica uma semana em cartaz e sai para dar lugar aos filmes da indústria americana.
Esquema para fazer sucesso
Ele foi produtor de seus últimos filmes, por isso descobriu qual era o esquema da distribuição, e Caio indignado disse "é uma coisa que me deixou enojado, me deixou horrorizado".
Ele foi produtor de seus últimos filmes, por isso descobriu qual era o esquema da distribuição, e Caio indignado disse "é uma coisa que me deixou enojado, me deixou horrorizado".
"No
cinema a distribuição é predatória, ainda é um monopólio", disse Caio,
"são pouquíssimas empresas distribuidoras e o que elas fazem é
absolutamente cruel, elas sugam os filmes, não fazem crescer, sugam para
elas, são grandes corporações".
Ele
disse, "ia ao Vídeo Show, no programa do Serginho Groisman e outros.
Achava que era um processo natural de divulgação, foi quando descobri
que estas coisas são pagas. Quando vou ao programa do Jô fazer uma
entrevista isso é considerado merchandising, não é jornalismo".
A
Globo faz estas ações de merchandising, inclusive em novelas, e fatura
para a Globo Filmes. Comenta Caio, "Ela cobra dela mesma". Ele notou
que este é uma espécie de "kit" para que o filme aconteça e seja
exibido em dezenas de salas em todo o Brasil. Se por acaso os produtores
não aceitarem esta imposição, a Globo não levará ao ar nada do filme
em nenhum de seus veículos, nem no eletrônico, nem no impresso, Caio
completa, "Se não fechar com a Globo Filmes, seu filme morreu"
No
contrato de distribuição, Caio detalha, fica estabelecido que o
primeiro dinheiro a entrar da bilheteria do filme é para pagar a Globo
Filmes, "É um adiantamento que estamos fazendo. Olha o que eles estão
dizendo! Adiantamento fez quem realizou o filme, investiu muito antes".
Ele pergunta, "O que a Globo faz? Quanto ela gastou para fazer este
"investimento"? Nada. O programa deles tem que acontecer todos os dias,
eles precisam de gente para ser entrevistada, finaliza sobre este tema.
Jornalismo que é propaganda disfarçada
Sem contar o lado ético, que no capitalismo é apenas retórica, chega-se a primeira conclusão que tudo que é exibido na televisão, uma concessão pública, é propaganda, ora em formato de comercial, ora como merchandising, isto é, dentro do programa e até em estilo jornalístico. Outra conclusão é que a TV gera lucro em outros negócios para seus concessionários que nada tem a ver com a atividade fim da concessão.
Sem contar o lado ético, que no capitalismo é apenas retórica, chega-se a primeira conclusão que tudo que é exibido na televisão, uma concessão pública, é propaganda, ora em formato de comercial, ora como merchandising, isto é, dentro do programa e até em estilo jornalístico. Outra conclusão é que a TV gera lucro em outros negócios para seus concessionários que nada tem a ver com a atividade fim da concessão.
Lei limita propaganda
Nas leis, que completam 50 anos, de números 52.795/63, art.67 e 88.067/63, art.1, art 28, 12, D, está escrito o seguinte: Limitar ao máximo de 25% (vinte e cinco por cento) do horário da sua programação diária o tempo destinado à publicidade comercial. Pelo visto, ela claramente não é cumprida na programação que vai ao ar.
Existem também canais que passam promoção de vendas o tempo, neste caso, além da lei citada, também deixam de cumprir o princípio constitucional : Art. 221 - A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
Tudo leva a crer que estas questões são graves o suficiente para suspensão das outorgas das emissoras infratoras.
Nas leis, que completam 50 anos, de números 52.795/63, art.67 e 88.067/63, art.1, art 28, 12, D, está escrito o seguinte: Limitar ao máximo de 25% (vinte e cinco por cento) do horário da sua programação diária o tempo destinado à publicidade comercial. Pelo visto, ela claramente não é cumprida na programação que vai ao ar.
Existem também canais que passam promoção de vendas o tempo, neste caso, além da lei citada, também deixam de cumprir o princípio constitucional : Art. 221 - A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
Tudo leva a crer que estas questões são graves o suficiente para suspensão das outorgas das emissoras infratoras.
Por
isso, e por muitas outras coisas, é preciso que este tema da
democracia da mídia seja discutido no país e o Marco Regulatório da
Comunicação, após ampla consulta pública, encaminhado o mais rapidamente
ao Congresso, sem o qual a Liberdade de Expressão com diversidade e
pluralidade continuará seriamente prejudicada.
Assista ao vídeo do bate papo, a questão da mídia começa a ser colocada com 12'53"
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua opinião