Andando pelas ruas de Porto Alegre, deparamos com cartazes e outdoors do PSOL atacando diretamente PT e PC do B. Uma das peças de anti-propaganda psolista condena PT e PC do B por apoiarem a proposta de mudança do Código Florestal (o que é uma meia-verdade, pois boa parte do PT votou contra o relatório do deputado Aldo Rebelo - PC do B); a outra co-responsabiliza os mesmo partidos pelas dificuldades na saúde pública.
Não penso que qualquer crítica ao PT deva ser respondida com uma condenação ao fogo dos infernos e carimbada como "direita" ou neoliberal, mas acho que o PSOL está fazendo um desserviço à politização do debate eleitoral de 2012. É evidente que o PSOL não está discutindo meio-ambiente e saúde, mas atacando diretamente dois partidos em condições de disputar a Prefeitura de Porto Alegre com o atual Prefeito: o PC do B de Manuela e o PT de Villaverde. Não entro no detalhe das chances de cada um dos candidatos no pleito, mas quero observar que a postura psolista é equivocada e eleitoreira em favor de Fortunati (PDT).
A linha de atacar o PT para disputar a sua base eleitoral vem sendo desenvolvida há anos pelo PSTU, sem sucesso. Um partido como o PSOL, sem chance de chegar à Prefeitura de Porto Alegre, ao menos nesta eleição, e sem ter que responder por qualquer esfera de governo, poderia contribuir elevando o debate político. Poderia ser uma espécie de "consciência crítica", distribuindo suas críticas aos demais candidatos e partidos, de preferência na proporção das responsabilidades de cada um. Porém, o PSOL prefere o caminho de atacar a esquerda "latu sensu", para aproveitar-se do espólio.
Não creio que essa tática leve muitos votos ao PSOL, porém, economizará a munição de Fortunati, que não precisará bater nos adversários porque tem outro partido fazendo o trabalho sujo.
As opções políticas não se definem apenas pelos aliados que temos, mas, também, pelos inimigos que escolhemos.
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