Da redação: Sul21
A presidente Dilma Rousseff (PT) ficou irritada com uma nova declaração divulgada por militares da reserva. O comunicado, assinado por 98 oficiais, saiu em defesa do manifesto que havia sido lançado pelos clubes das três Forças Armadas com críticas a Dilma e às ministras dos Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT), e das Mulheres, Eleonora Menicucci (PT).
Na nota mais recente, batizada de “Alerta à nação”, os oficiais da reserva manifestam apoio ao Clube Militar – que reúne integrantes da ativa e da reserva do Exército – por ter divulgado um texto criticando declarações das duas ministras. “Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do manifesto publicado no site do Clube Militar, a partir do dia 16 de fevereiro próximo passado, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo”, ataca a nota.
A declaração foi publicada no site “A verdade amordaçada”, mantido pela esposa do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-CODI de São Paulo e acusado de ter torturado diversos presos políticos.
Dilma considerou o texto uma “afronta” e se reuniu na quarta-feira (29) com o ministro da Defesa, Celso Amorim. A presidente determinou que ele conversasse com os comandos das três Forças Armadas e determinasse punições aos oficiais da reserva que assinaram a nota.
Dilma teria cogitado mandar prender um dos generais, mas acabou mudando de ideia. Amorim falou pessoalmente com dois dos comandantes das Forças, e por telefone com o terceiro, e deixou com eles a escolha da punição a ser adotada, segundo o código disciplinar de cada Força. Os códigos disciplinares do Exército, Aeronáutica e Marinha preveem advertências, repreensões, prisão e até o desligamento das Forças, de acordo com a infração.
Nos dois manifestos, os militares da reserva fizeram duras críticas à Comissão da Verdade, órgão que terá sete integrantes escolhidos pela presidente Dilma para investigar, durante dois anos, os crimes praticados pelas ditaduras de Getúlio Vargas (1937-1945) e dos militares (1964-1985). Dilma deve nomear nos próximos dias os integrantes do colegiado.
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