quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A (indi)gestão de Porto Alegre



Uma das marcas do Governo Fortunati
Porto Alegre vive problemas sérios de gestão. Não vou ficar nos detalhes, mas apenas em fatos imediatos que expressam o problema que tem raízes profundas no modo em que o governo municipal foi composto e é conduzido: limpeza pública, conservação da cidade e equipamentos culturais .
A coleta de lixo é sempre um ponto fraco em qualquer gestão. As gestões da Administração Popular conseguiram estabelecer um padrão de limpeza que é referência ainda hoje. Ainda que no último governo  encabeçado pelo PT tenha havido dificuldades na área, nunca se chegou ao ponto em que estamos hoje. A conteineirização do lixo é uma ideia boa com aplicação deficiente. Porém, onde o lixo não é colocado em conteineres a situação tornou-se caótica. O gerenciamento de contratos é tão importante quanto o controle das licitações. Mas gerenciamento não é o forte da gestão Fortunati. O prefeito fica bravo quando criticam seu governo, mas é a pura verdade. É só apertar um pouquinho que o Fortunati, com todo a sua imagem de conciliador e amante do diálogo, descamab para o lado do que o PT tinha de pior: ataca a imprensa e quem estiver à sua volta com uma virulência desproporcional à crítica.
O problema é que o lixo é a ponta mais visível de um problema generalizado na cidade: a gestão dos serviços e a conservação da cidade vão de mal a pior. Fortunati nomeou a Srª Ana Pellini em um alto CC da Procempa para fazer o que deveria ser do dia-a-dia da administração: cuidar do conserto das calçadas. E a SMOV, faz o quê? Fortunati cria grupos de trabalho em profusão para responder sem dar resposta e assim vai levando.
No âmbito dos equipamentos culturais, Fortunati já prometeu (talvez seja a última de tantas promessas) entregar o Auditório Opus, aliás, Araújo Vianna, no mês de aniversário de Porto Alegre (março de 2012). Mal ele prometeu isso, a Justiça manda fechar o Sambódromo e a Usina do Gasômetro por não respeitarem a legislação contra incêdio. Isso pra não falar da falta de ar-condicionado no Renascença.
A situação é crítica. A mídia portoalegrense toca no assunto pra não dizer que não disse nada, mas o assunto aparece como um problema "da cidade" e não da prefeitura.
Dá pra ver que há muita coisa a ser enfrentada para tornar Porto Alegre uma cidade mais habitável. Algo mais que "uma nova atitude", ou "um novo jeito de fazer política". É preciso saber o que tem que ser feito, e fazê-lo.

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