Brasília – O representante do Ministério Público do Chile Mário Carroza determinou hoje (15) a exumação dos restos mortais do ex-presidente chileno Salvador Allende (1970-1973). A ordem deve ser cumprida na segunda quinzena do próximo mês. Cercado no Palácio de La Moneda (sede do governo federal) pelas tropas do general Augusto Pinochet, em 1973, Allende morreu aos 65 anos. Há dúvidas se ele foi morto ou suicidou-se.
As informações são da rede de televisão estatal do Chile, TVN, e da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.
Os exames a partir da exumação do corpo têm o objetivo de investigar as causas da morte de Allende. Os restos mortais do ex-presidente serão retirados do Cemitério Geral, em Santiago (capital chilena), e levados para o Instituto Médico Legal. A senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente, vai acompanhar as apurações.
O Ministério Público autorizou a exumação a partir de um pedido feito pela família de Allende no momento que foi reaberto o inquérito para determinar o que provocou a morte dele. Pouco depois da morte, foi feita uma autópsia no hospital militar de Santiago. Na ocasião, a versão oficial foi de que ele se matou com um tiro no queixo.
Em janeiro foi reaberto o inquérito de um conjunto que reúne 725 processos envolvendo denúncias de violações de direitos humanos no período da ditadura militar no Chile (1973-1990). O Ministério Público apresentou uma queixa para cada caso específico e os nomes das vítimas foram retirados do relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação.
No Chile, a ditadura foi uma das mais violentas da América do Sul. A estimativa de organizações não governamentais é que cerca de 3.100 pessoas morreram ou desapareceram nesse período. A ex-presidenta Michelle Bachelet foi uma das vítimas da ditadura chilena. Ela foi perseguida e teve o pai assassinado.
Edição: Lílian Beraldo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua opinião