sábado, 10 de julho de 2010

Lula é o único figurão que enfrenta Ricardo Teixeira

Quem tem medo de Ricardo Teixeira?
Por Alberto Dines em 9/7/2010
O presidente Lula foi duro com Ricardo Teixeira, o dono do futebol brasileiro. Mas os jornalões não tiveram a coragem de destacar o pito do mais futebolista dos presidentes brasileiros no super-cartola responsável pela manutenção de Dunga no comando da seleção. Nesta que será a sua última turnê africana, quando ainda estava no Quênia o presidente lamentou o desastre brasileiro perante a Holanda e tentou aliviar as culpas do selecionador.
Na etapa seguinte, Tanzânia, o peladeiro Lula foi mais afirmativo, esqueceu o futebol e foi em cima da política do futebol. Disse que não podia intrometer-se numa entidade privada como a CBF e acabou intrometendo-se ostensivamente ao afirmar que a direção da CBF deveria ser trocada a cada oito anos, tal como acontecia no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo quando foi o seu presidente e líder inconteste.
Poderoso chefão Esta inédita intervenção não mereceria um destaque na capa dos jornais? Claro que merecia, mas foi enfurnada nos cadernos da Copa, atulhados de matérias sobre o embate Holanda-Uruguai. No dia seguinte, nem sombra do que Lula afirmou, como se nada tivesse acontecido e o poderoso Ricardo Teixeira não tivesse sido sutilmente convidado a deixar o comando da CBF depois de 21 longos anos no cargo.
Teria havido uma gestão palaciana para que os jornais não destacassem a declaração, ou o abafamento foi iniciativa dos próprios jornalões? Em qualquer hipótese, fica evidente o "vacilão" da grande imprensa que não se atreve a encarar o poderoso chefão do futebol. Se depois do vexame de 2006 apenas um dos grandes jornais tivesse iniciado uma cruzada pela renovação da CBF nosso país não estaria hoje amargando tamanha desmoralização. Para garantir a Copa no Brasil em 2014, preservou-se Ricardo Teixeira na CBF. A mídia enfrentou Dunga mas não enfrenta quem vai contratar outros Dungas nos próximos quadriênios.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

"Revolução de 32", ou reação das elites?

Hoje é feriado em São Paulo. Os paulistas não trabalham para comemorar... Comemorar o quê? Comemorar a derrota da reação da elite paulista à derrubada da República Velha? Se o movimento de 30 não foi uma revolução, o de 32 muito menos.
A elite paulista mobilizou a si e ao povo para tentar evitar as mudanças institucionais que puseram fim ao poder da oligarquia cafeeira. Até hoje, já como um fato cultural, a dita "Revolução Constitucionalista" acende a auto-estima paulista, promovendo, como é comum em situações desse tipo, a construção de uma identidade acima das diferenças de classe e culturais. Enfim, bem no espírito da "invenção das tradições" de que nos fala Hobsbawn.
Cada elite inventa a tradição que mais lhe convém. Afinal, nõs, sul-riograndenses, não comemoramos a derrota dos farrapos? Volto a esse assunto lá pelo dia 20 de setembro.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O emprego jovem em Portugal e a crise europeia

O relatório anual sobre o mercado de emprego da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) diz que mais de metade dos jovens trabalhadores (até aos 24 anos) em Portugal tem um trabalho precário, o que vem confirmar outro estudo, revelado este ano pelo Banco de Portugal e que concluía que em cada dez empregos criados, nove são precários.  Portugal está apenas abaixo da Espanha, Alemanha e Polónia no que respeita à precariedade no emprego jovem.
Já no que respeita ao fosso entre os maiores e os menores salários, apenas a Coreia do Sul ultrapassa Portugal, que se torna assim no segundo país mais desigual da OCDE e com o maior fosso salarial da União Europeia.
A precariedade e os falsos recibos verdes estão em destaque esta quinta-feira na agenda parlamentar. A petição "Antes da Dívida Temos Direitos", com que os trabalhadores a falso recibo verde denunciaram a cobrança de dívidas à segurança social, recolheu mais de doze mil assinaturas e sobe hoje a plenário.
Bloco de Esquerda e PCP apresentarão igualmente iniciativas no sentido de solucionar o problema com que se debatem milhares de trabalhadores precários, alguns dos quais com a conta bancária já penhorada. "Ao não lhes ser reconhecido qualquer contrato laboral, com prejuízo claro dos seus direitos, estes trabalhadores são obrigados a suportar sozinhos a totalidade da contribuição para a Segurança Social, muito embora sejam falsos trabalhadores independentes, premiando, deste modo, as entidades empregadoras que os compeliram a aceitar o estatuto de prestadores de serviços e que assim se demitem das suas responsabilidades sociais mesmo em relação à própria Segurança Social", diz o projecto de lei do Bloco.
O Bloco defende que o Estado deve corrigir esta injustiça e que para isso  "os dados da Segurança Social devem ser cruzados com a Declaração do Modelo 10 ou com a declaração trimestral do IVA, para os contribuintes que facturem mais de € 10 000 anuais, informando, em caso de discrepância de elementos, a Autoridade para as Condições do Trabalho".  Os movimentos que promovem a petição afirmaram em comunicado que "adiar uma resposta a esta situação é comprometer o futuro e as expectativas de milhares de pessoas, é continuar a penalizar milhares de vidas em dificuldades depois de décadas de precariedade ilegal, em nome da protecção dos verdadeiros incumpridores ou de uma qualquer lógica de curto prazo". "O parlamento tem todas as condições para virar uma difícil página com décadas para tantos trabalhadores e tantas trabalhadoras", conclui o texto subscrito pelo FERVE, Precários Inflexíveis, Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e Apre!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A vítima julgada pela imprensa

Por Ligia Martins de Almeida em 6/7/2010, no Obertvatóroa da Imprensa
Eliza Samudio provavelmente vai fazer parte de uma estatística que coloca o Brasil acima do padrão internacional: o assassinato de mulheres (são dez por dia no nosso país) por motivos torpes. Elisa – por enquanto considerada desaparecida – é a ex-namorada (ou amante, como preferem alguns jornais e revistas) do goleiro Bruno, do Flamengo.
O estudo Mapa da Violência no Brasil 2010 mostra que as taxas de assassinatos femininos no Brasil são mais altas do que as da maioria dos países europeus, cujos índices não ultrapassam 0,5 casos por 100 mil habitantes, mas ficam abaixo das nações que lideram a lista, como África do Sul (25 mulheres em cada 100 mil). No Brasil são 4,2 mulheres por 100 mil habitantes: "Quanto mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher", diz a psicóloga Licursi Prates em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo (4/07/2010). Segundo o estudo, mulheres são mortas por questões domésticas: os assassinos são atuais ou antigos maridos, namorados ou companheiros. "Por serem ocorrências domésticas, às vezes a prevenção é mais difícil", disse a delegada Elisabete Sato, chefe da divisão de Homicídios do DHPP, ao jornal.
O caso de Eliza Samudio poderia até não vir a ser parte das estatísticas de mulheres assassinadas, mas já figura entre os dados de agressão. Em outubro de 2009, ela foi entrevistada pelo jornal Extra, do Rio de Janeiro, depois de prestar queixa de agressão (por parte do goleiro Bruno). Na época, grávida de cinco meses, ela declarou ter sido drogada e espancada pelo goleiro, que teria feito ameaças de morte a ela – e suas amigas – caso fizesse denúncia de maus-tratos por parte dele (e seus amigos).
A notícia, então, não repercutiu. Afinal, tratava-se apenas de mais uma mulher agredida pelo companheiro. Nem o fato do agressor ser uma celebridade, tão ao gosto da mídia, causou repercussão maior.
Intimidação "de arma em punho" A história de Eliza só virou manchete depois do seu desaparecimento e foi capa de Veja desta semana. Uma história sórdida, onde não há mocinhos. Ao falar da moça, a revista mostra Eliza como uma "maria chuteira" (mulheres que estão sempre atrás de jogadores de futebol) e termina, por meio da análise de um psicólogo, dizendo que ela sofria (ou sofre) de um distúrbio chamado transtorno de personalidade dependente. Como explicou à Veja o psicólogo Antonio de Pádua Serafim, do Hospital das Clínicas de São Paulo, "a pessoa passa a ser dominada por pensamentos obsessivos pautados pela ameça de perda e tenta, a todo custo, reconquistar o objeto do desejo". Dava a impressão de que era uma daquelas matérias em que a vítima era analisada, julgada e condenada. Como no tempo em que os homens matavam mulheres, alegavam legítima defesa da honra e saíam impunes do tribunal.
Mas, felizmente, a revista escapou dessa armadilha ao falar do goleiro Bruno. O goleiro, entrevistado pela revista, declarou ter conhecido Eliza numa orgia ("Tinha mulher, homem, amigas dela, jogadores, uma p.... Essas festas são comuns no nosso meio.") e disse: "Rezo para que Eliza apareça. Quando isso acontecer, se eu for o pai, vou brigar pela guarda, porque abandonar uma criança é coisa que não se faz." Concedido o direito de defesa, a revista fala do acesso de fúria do jogador quando Eliza ameaçou tornar púbica a gravidez e diz, no condicional, que ele "teria intimidado a ex-amante de arma em punho".
Motivo torpe Mas, de toda a matéria especial de Veja, talvez o melhor seja o box "Famosos acima da lei". Logo no início, diz que "Bruno Fernandes é o terceiro jogador do rubro-negro a protagonizar um caso de polícia nos últimos meses". Todos, segundo a revista, "tratados com a complacência habitualmente reservada aos jogadores famosos pegos em flagrante desvio de conduta". Depois de citar os casos envolvendo jogadores, a revista conclui: "Diante de tanta naturalidade perante comportamentos que beiram o banditismo, parece natural que alguns craques ajam como vêm agindo – como se estivessem acima da lei."
Talvez essa complacência policial explique por que a delegacia encarregada do exame toxicológico feito em Eliza em outubro (para saber se ela tinha sido forçada a ingerir medicamento abortivo) só agora tenha sido divulgado. Errou a polícia, mas errou também a imprensa, que não deu a menor importância à denúncia feita por Eliza quando ela dizia que tinha sido drogada pelo jogador que, segundo ela, se declarou capaz de matá-la e ficar impune "porque sou frio e calculista". Se Veja tivesse se dado ao trabalho de assistir à entrevista da moça ao jornal Extra, ainda hoje disponível no YouTube, o tom de toda a matéria poderia ter sido outro. Talvez a revista tivesse mostrado uma jovem assustada, e não apenas a moça promíscua que teve, como ponto alto de sua carreira, a participação em um filme pornô de título impublicável.
A revista também esqueceu de dizer que, seja qual for o comportamento, Eliza – ou qualquer outra pessoa – não poderia ser espancada ou morta por motivo torpe.

terça-feira, 6 de julho de 2010

CPI da Kátia não achou irregularidade NENHUMA no MST. E ela quer prorrogar

O Conversa Afiada reproduz as conclusões e as recomendações do relatório da CPI do MST, montada por Kátia Abreu e Ronaldo Caiado, como parte do processo de criminalização do MST.
Essa é a terceira CPI que se monta contra o MST.
Gastam dinheiro, tempo, e concluem a mesma coisa: o MST não rouba.
A propósito, as organizações ligadas à Confederação Nacional da Agricultura da senadora Kátia Abreu recebe, do Governo Federal, VINTE E CINCO VEZES – clique aqui para ler – mais dinheiro do que o MST.
Já se esgotou o prazo desta CPI.
A Senadora Kátia, porém, quer prorrogá-la por mais seis meses.
Deve ser para arranjar uma “crise” que ajude a malograda candidatura do jenio.
Afinal, o jenio mandou a polícia garantir a posse das terras griladas pela Cutrale no interior de São Paulo.  
O interessante é que a Senadora Kátia não costuma frequentar as  sessões da CPI.
Leia as conclusões e as recomendações do relator Gilmar Tatto, do PT/SP:

Fogaça, o mesmo papinho de sempre

Pilatos continua o mesmo. Fala, fala e não diz nada. Com esse papinho ele já ganhou a Prefeitura de Porto Alegre duas vezes. Até quando a falta de opinião vai vencer as eleições?

Yeda arrepiou carreira

Yeda não foi ao debate da RBS. Se era pra não ir, por que participou das reuniões preparatórias?
O bom foi que não foi preciso aguentar a maluca falando do seu país das maravilhas.

Declaração de bens muito estranha

Direto do Tomando na Cuia
Olhando a declaração de bens de Yeda Crusius publicada hoje no PIG eu fiquei com uma dúvida: ou ela é irreal ou demonstra incompetência na gestão de seus gastos. Uma professora universitária de economia, que ja foi deputada federal (R$ 25 mil ao mês), e que hoje recebe quase R$ 30 mil reais por mês na condição de governadora, apresenta uma declaração de bens quase franciscana é, no mínimo, estranho. Vocês não acham ??? A casa de Yeda parece que desvalorizou muito no mercado imobiliário (ahahahaha).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Inédita condenação por "bullying" no RS

A 6ª Câmara Cível do TJRS proferiu interessante e inédito julgamento sob a relatoria da desembargadora Liége Puricelli Pires, em caso envolvendo indenização pela prática de bullying pela Internet.
O autor, da cidade gaúcha de Erechim, ajuizou ação contra o provedor de Internet Terra e Solange Fátima Ferrari, mãe do menor de idade responsável pelas ofensas, alegando que foi criado  um fotolog (espécie de saite com imagens) com suas fotos com a finalidade de ofender, atrelando fatos e imagens de caráter exclusivamente pejorativo.
A relatora entendeu que a prática de "bullying" é ato ilícito, haja vista compreender a intenção de desestabilizar psicologicamente o ofendido, o qual resulta em abalo acima do razoável, respondendo o ofensor pela prática ilegal.
Leia mais aqui. 

Argentina à frente do Brasil

Em tempo de Copa, há coisas mais importnates em que o Brasil deveria estar à frente da Argentina.
Direto do videVERSUS:
Em Córdoba, começa primeiro julgamento de ex-ditador argentino
O ex-ditador argentino Jorge Videla voltou na sexta-feira ao banco dos réus pela primeira vez desde 1985, em audiência sobre o fuzilamento de presos políticos em prisões da Província de Córdoba durante o regime militar. As principais acusações pelas quais Videla será julgado são as de crimes contra a humanidade cometidos na Unidade Penitenciária de Córdoba durante a ditadura. Videla, de 84 anos, será julgado junto com outros 24 acusados, incluindo o ex-chefe militar Luciano Menéndez, condenado à prisão perpétua em outros dois julgamentos recentes.
O ex-ditador foi levado há um ano e meio a uma prisão da unidade militar de Campo de Mayo, depois que o juiz federal Norberto Oyarbide revogou sua prisão domiciliar, e é processado, entre outras causas, pelo sequestro de menores durante a ditadura. O ex-ditador argentino Jorge Videla vai enfrentar outra corte judicial a partir do dia 10 de agosto pelo sequestro e assassinato de um estudante durante a ditadura. O julgamento contra o primeiro dos quatro governantes da ditadura argentina (1976-1983) acontecerá na Província de Santiago del Estero, a 1.100 quilômetros de Buenos Aires. A data foi fixada pelo Tribunal Oral Federal de Santiago del Estero, que levará adiante o processo pelo sequestro e assassinato do estudante Cecilio Kamenetzky, ocorrido em 1976. Além de Videla, na causa também são acusados os ex-comandantes Antonio Domingo Bussi e Luciano Benjamín Menéndez, que em 2008 foram sentenciados a prisão perpétua pelo desaparecimento em 1976 do senador peronista Guillermo Vargas Aignasse. Também estarão no banco os ex-policiais Moussa Acaso Curi, Ramiro do Vale López Veloso e Miguel Tomás Garbi, acusados dos crimes de privação ilegítima de liberdade, tortura, homicídio qualificado e formação de quadrilha.

Só 5,7% das escolas têm Ideb maior que 6,0

Do site do IHU
Em todo o Brasil, apenas 5,7% das escolas públicas do ensino fundamental alcançaram 6,0 no Ideb, nota vista como sinônimo de qualidade. Seis é a média registrada em países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e foi adotada pelo MEC como objetivo para ser alcançado no País até 2021.
A reportagem é de Ligia Formenti e Marta Salomon e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 05-07-2010.
No segundo ciclo do ensino fundamental (da 5.ª a 8.ª série), só 109 escolas (0,3%) atingiram índice 6,0. Delas, 28 estão no Estado de São Paulo e só uma na capital: a Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo. Das 34.643 instituições analisadas nessa etapa, 6 tiraram nota maior do que 7,0. Deste grupo, três são colégios militares: de Santa Maria (RS), de Salvador (BA) e de Campo Grande (MS).
Para secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, os resultados não surpreendem. "O aumento das escolas com bom desempenho será gradativo. Sabíamos que, nesta terceira edição, o grupo de excelência ainda seria reduzido", admitiu. Ela também considera esperado o destaque dos colégios militares, cujos alunos são submetidos a uma seleção prévia. "Alunos dessas instituições têm perfil diferenciado porque passam por um processo seletivo."
Nos anos iniciais do ensino fundamental, de 1.ª a 4.ª séries, mais escolas obtiveram nota maior ou igual a 6,0 -foram 3.235 escolas, ou 6,7% do total. Neste caso, nenhuma está localizada na cidade de São Paulo. As dez melhores do País nessa etapa ficam fora das capitais. Técnicos do MEC avaliam que há uma probabilidade de as escolas terem bom desempenho se estiverem em comunidades com nível de renda e escolaridade mais elevado, mas essa não é uma condição indissociável para a qualidade da educação.
De 1.ª a 4.ª séries, 19 escolas tiveram nota acima de 8,0; 10 delas são do Estado de São Paulo. A mais bem colocada também é paulista: Escola Municipal Aparecida Elias Draibe, em Cajuru. Concentração. Algumas cidades se destacam por concentrar várias escolas de qualidade. Para a etapa de 1.ª a 4.ª série, Sobral, no Ceará, é um excelente exemplo nordestino, região com as piores notas gerais: 38 das 39 escolas obtiveram nota 6,0 ou mais. Em números absolutos, a cidade do Rio de Janeiro é a primeira, com 73 colégios com Ideb 6,0 ou mais, seguida por Curitiba, com 56.
Entre os bolsões de qualidade, uma outra cidade paranaense aparece. Apenas na rede municipal de Joinville, Santa Catarina, estão seis escolas das escolas de 5.ª a 8.ª série com nota superior a 6,0. Em São José dos Campos, São Paulo, estão outras quatro.
Com todos os dados do Ideb 2009 em mãos, técnicos do MEC partem agora para uma análise mais profunda das experiências de sucesso, com o objetivo de multiplicá-las. "A média obtida na escola não pode ser considerada isoladamente. Temos de levar em conta o nível socioeconômico dos estudantes das instituições", afirma Maria do Pilar.
Como tradicionalmente o desempenho dos alunos é melhor em lugares mais ricos, o MEC deve estudar com atenção casos de sucesso em locais com índice econômico mais baixo. "A ideia é tentar aprender com essas experiências, identificar estratégias novas que possam ser replicadas em outras instituições", conta.
Um trabalho recente feito com Unicef em escolas localizadas em regiões mais pobres com bom aproveitamento escolar identificou pontos em comum. "Essas escolas apresentavam excelente direção e projeto pedagógico, professores engajados, alta participação da comunidade", diz Maria do Pilar.