Quem tem medo de Ricardo Teixeira?
Por Alberto Dines em 9/7/2010
O presidente Lula foi duro com Ricardo Teixeira, o dono do futebol brasileiro. Mas os jornalões não tiveram a coragem de destacar o pito do mais futebolista dos presidentes brasileiros no super-cartola responsável pela manutenção de Dunga no comando da seleção. Nesta que será a sua última turnê africana, quando ainda estava no Quênia o presidente lamentou o desastre brasileiro perante a Holanda e tentou aliviar as culpas do selecionador.
Na etapa seguinte, Tanzânia, o peladeiro Lula foi mais afirmativo, esqueceu o futebol e foi em cima da política do futebol. Disse que não podia intrometer-se numa entidade privada como a CBF e acabou intrometendo-se ostensivamente ao afirmar que a direção da CBF deveria ser trocada a cada oito anos, tal como acontecia no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo quando foi o seu presidente e líder inconteste.
Poderoso chefão Esta inédita intervenção não mereceria um destaque na capa dos jornais? Claro que merecia, mas foi enfurnada nos cadernos da Copa, atulhados de matérias sobre o embate Holanda-Uruguai. No dia seguinte, nem sombra do que Lula afirmou, como se nada tivesse acontecido e o poderoso Ricardo Teixeira não tivesse sido sutilmente convidado a deixar o comando da CBF depois de 21 longos anos no cargo.
Teria havido uma gestão palaciana para que os jornais não destacassem a declaração, ou o abafamento foi iniciativa dos próprios jornalões? Em qualquer hipótese, fica evidente o "vacilão" da grande imprensa que não se atreve a encarar o poderoso chefão do futebol. Se depois do vexame de 2006 apenas um dos grandes jornais tivesse iniciado uma cruzada pela renovação da CBF nosso país não estaria hoje amargando tamanha desmoralização. Para garantir a Copa no Brasil em 2014, preservou-se Ricardo Teixeira na CBF. A mídia enfrentou Dunga mas não enfrenta quem vai contratar outros Dungas nos próximos quadriênios.
Na etapa seguinte, Tanzânia, o peladeiro Lula foi mais afirmativo, esqueceu o futebol e foi em cima da política do futebol. Disse que não podia intrometer-se numa entidade privada como a CBF e acabou intrometendo-se ostensivamente ao afirmar que a direção da CBF deveria ser trocada a cada oito anos, tal como acontecia no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo quando foi o seu presidente e líder inconteste.
Poderoso chefão Esta inédita intervenção não mereceria um destaque na capa dos jornais? Claro que merecia, mas foi enfurnada nos cadernos da Copa, atulhados de matérias sobre o embate Holanda-Uruguai. No dia seguinte, nem sombra do que Lula afirmou, como se nada tivesse acontecido e o poderoso Ricardo Teixeira não tivesse sido sutilmente convidado a deixar o comando da CBF depois de 21 longos anos no cargo.
Teria havido uma gestão palaciana para que os jornais não destacassem a declaração, ou o abafamento foi iniciativa dos próprios jornalões? Em qualquer hipótese, fica evidente o "vacilão" da grande imprensa que não se atreve a encarar o poderoso chefão do futebol. Se depois do vexame de 2006 apenas um dos grandes jornais tivesse iniciado uma cruzada pela renovação da CBF nosso país não estaria hoje amargando tamanha desmoralização. Para garantir a Copa no Brasil em 2014, preservou-se Ricardo Teixeira na CBF. A mídia enfrentou Dunga mas não enfrenta quem vai contratar outros Dungas nos próximos quadriênios.