Hoje é feriado em São Paulo. Os paulistas não trabalham para comemorar... Comemorar o quê? Comemorar a derrota da reação da elite paulista à derrubada da República Velha? Se o movimento de 30 não foi uma revolução, o de 32 muito menos.
A elite paulista mobilizou a si e ao povo para tentar evitar as mudanças institucionais que puseram fim ao poder da oligarquia cafeeira. Até hoje, já como um fato cultural, a dita "Revolução Constitucionalista" acende a auto-estima paulista, promovendo, como é comum em situações desse tipo, a construção de uma identidade acima das diferenças de classe e culturais. Enfim, bem no espírito da "invenção das tradições" de que nos fala Hobsbawn.
Cada elite inventa a tradição que mais lhe convém. Afinal, nõs, sul-riograndenses, não comemoramos a derrota dos farrapos? Volto a esse assunto lá pelo dia 20 de setembro.
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