São Paulo – A greve dos bancários completa nesta terça-feira (5) uma semana, com 7.437 agências paralisadas. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em 2009, os bancários paralisaram 7.222 unidades no auge da mobilização.
De acordo com o balanço da instituição, nas últimas 24 horas, 910 agências aderiram à paralisação, um aumento de 14%. Em relação ao primeiro dia de greve representa um aumento de 92,5%.
“O fechamento de agências cresceu todos os dias desde o início da greve, mostrando o aumento da adesão dos bancários e a força do movimento, apesar das práticas antissindicais adotadas pelos bancos”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
Em São Paulo, Osasco e região há 683 agências bancárias e 13 centros administrativos de portas paralisados e 31 mil trabalhadores em greve nesta terça.
Negociação
Na segunda-feira (4), o Comando Nacional enviou carta ao presidente da Fenaban, Fábio Barbosa, reafirmando a disposição de negociar e buscar um acordo “que atenda à expectativa” da categoria. O documento dos bancários também repudia posturas classificadas de "antissindicais" por parte das instituições financeiras .
“Lembramos que a greve é instrumento legal e que a lei nº 7.783/89 prevê em seu artigo 6º a realização de piquetes como meio de convencimento dos trabalhadores frente à intransigência das instituições financeiras, que se recusam em apreciar com seriedade as reivindicações levadas pela categoria”, ressalta o ofício.
Para a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira a falta de propostas da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) será respondida com mais mobilização da categoria. “Vamos manter a forte mobilização dos bancários. A greve continua até que os bancos retomem as negociações com uma proposta digna aos trabalhadores”, disse Juvandia
“A categoria não sai desta campanha sem aumento real de salários, piso e PLR maiores, além de melhores condições de saúde”, reiterou a dirigente.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região apresentou denúncia ao Ministério Público do Trabalho da 2ª Região contra a prática de contingenciamento dos bancos. O contigenciamento é uma tentativa dos bancos de impedir que os trabalhadores tenham contato com o sindicato e com outros grevistas. A prática mais conhecida é a que obriga os bancários a entrar de madrugada para trabalhar.
Reivindicações da categoria
- 11% de reajuste salarial.
- Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.
- PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
- Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
- Previdência complementar em todos os bancos.
- Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.
- Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização via correspondentes bancários.
- Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.
- Planos de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos.
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