O conflito entre professora e aluno na escola em Viamão movimentou a opinião pública. Olhando sem maior preocupação com os detalhes (que muitas vezes fazem a diferença), minha singela opinião é que se trata de um extravasamento de ódios rancores recalcados. A professora extravasou seu ódio à impotência dos professores, às fragilidades da escola, ao desrespeito e desvalorização indo além da responsabilização, perfeitamente justa, do garoto. Expôs o rapaz (que só gosta de se expor voluntariamente) e chamou-o de “bobo da corte”. A ofensa, é bem verdade, está aquém do que muitos professores costumam escutar de certos alunos e pais. Todavia, os alunos são alunos e os professores... professores. A comunidade solidarizou-se com a professora. Não poderia ser diferente. A sociedade está estressada com o volume de escândalos e impunidade. Diante da transgressão do adolescente, responde com o desejo de vingança contra o mundo injusto e contra as grandes transgressões observa. Os pais do aluno, para se protegerem, identificam na professora a imagem da autoridade que abusa de seus poderes.
No meio de tanta raiva e ressentimento, o bom-senso se perde. Quem colocar as imagens na internet primeiro, sai atirando; quem obtém o apoio da opinião pública e do senso comum, posa de defensor de valores perdidos. E por aí vai. No momento, vivemos a radicalização das posições. Ou isso ou aquilo. Algumas vezes é difícil, e inclusive negativo, tomar posições extremadas num clima de conflito tão emocional. Os pais, optaram por expor o seu filho, perderam na opinião pública. Provavelmente discussões administrativas e jurídicas tomarão lugar do diálogo entre os pais, a escola professores e alunos. Quando chegarmos ( se é que já não chegamos) a esse ponto, dificilmente será possível reconstruir relações quebradas. A pergunta que fica é: o que mais há por trás dos personagens envolvidos nessa história?
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