Dia desses estive no Centro Popular de Compras(CPC). Pouco depois, os vendedores realizaram uma manifestação de protesto (juro que a culpa não foi minha). Eles estão insatisfeitos com a queda nas vendas e os altos preços dos aluguéis.
O camelódromo não é de todo mau. É um trambolho encravado no centro, mas internamente é passável. Minha acurada observação prognostica que, a médio prazo, vai virar um novo Guaspari, ou Hipo-fábricas. Por isso, quem quiser conhecer vá logo como eu fui.
Pois aí é que entra uma observação um tanto cínica do boletim do PRBS. Segundo o jornal, o CPC é um sucesso de público, mas não de vendas. Daí a insatisfação dos neo-lojistas. Ao mesmo tempo, o comércio situado na região do antigo camelódromo parece estar vendendo mais.
Bem, podemos concluir que, assim como este que vos escreve, muitas pessoas foram ver como era o bicho, mas não estão interesadas em comprar nada lá. Aliás, muito do que se vendia no antigo espaço não está mais sendo vendido no espaço novo. Outra conclusão possível é que, se as lojas da Praça XV aumentaram as vendas, gente que comprava dos antigos ambulantes não compra mais. Como o dinheiro não se multiplicou, se uns ganham, alguém vai perder. Por fim, se a renda diminui, como pagar os cerca de R$ 400,00 reais de aluguel dos cubículos, digo, das lojas do camelódromo. Menos receita e mais despesa...o resultado é previsível. O CPC possui um dos m² mais caros de Porto Alegre (por volta de R$ 100,00 o m²). Comparem o valor dos aluguéis em qualquer classificados e constatem por si mesmos.
Não acho que tudo esteja errado. A liberação do espaço da Praça XV foi uma coisa boa. O problema é que já encheram de carros. A ideia não era liberar o centro e diminiuir o fluxo de automóveis? Também não acho que o CPC esteja condenado ao fracasso. Porém, assim como eu, muita gente foi lá só prá ver e camelódromo não é ponto turístico. É por isso que os neo-lojistas estão preocupados. Já eu... estou só olhando, de longe.