A decisão da agência de riscos Moody’s, de rebaixar a nota da Petrobras, criou o cenário perfeito para a oposição na mídia e no país recrudescer a campanha que move contra a estatal. À frente o Jornal Nacional (JN) da Rede Globo que, como não poderia ser diferente, na edição de ontem, deu um espaço extraordinário ao assunto. Criou o palco para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) repetir sua catilinária contra a maior e mais emblemática empresa nacional.
O rebaixamento cavado pela torcida da oposição e da mídia e conseguido junto a Moody’s, leva os jornalões da velha e conservadora imprensa nacional a vibrarem com a decisão em suas edições de hoje. Mas, nada de uma cobertura mais séria para com seus leitores. Silenciam sobre o histórico dessas agências de riscos – especialmente da Moody’s – parceiras e sócias da aventura dos derivativos que levou a eclosão em setembro de 2008 da crise econômica mundial que vem até os nossos dias.
Pior, jornalões e toda a nossa mídia conservadora, a pretexto do rebaixamento, traçam cenários catastróficos. Torcem para que o país também tenha notas rebaixadas por agência e acabe perdendo o grau de investimentos para os fundos especulativos – os abutres - em corrida desenfreada comprarem as ações da Petrobras.
Não se conformam com modelo de partilha e 60% de conteúdo nacional
O fato concreto é que o rebaixamento da Petrobras pela agência Moody’s encarece seu crédito e o do país, na medida em que fecha o acesso a várias linhas de financiamento e aperta o cerco contra a estatal e contra a sua política de conteúdo nacional (60% exigidos na exploração do pré-sal) e o atual modelo de partilha (na exploração) estabelecidos pelos governos do PT.
Não precisamos ir longe na análise. Vocês sabem, o verdadeiro objetivo é a privatização da empresa ou a volta aos bons tempos tucanos. Eles já tentaram fazê-lo durante a era de privatarias do governo FHC, lembram-se? Para facilitar, até tentaram mudar o nome da Petrobras para Petrobrax…
Nessa conjuntura salta à vista a importância do ato em defesa da Petrobras realizado na 3ª feira pp., na sede nacional da ABI, no Rio, com a presença do ex-presidente Lula e a mobilização nacional ali proposta.
Objetivo é a privatização da Petrobras ou a volta aos bons tempos tucanos
É evidente, não resta nenhuma dúvida, que a Petrobras e seu acionista controlador, o governo brasileiro, têm todas as condições de sustentar, adequado à nova realidade do mercado global de óleo e gás, o plano de investimentos da empresa – um dos maiores, se não o o maior do mundo. Da mesma forma, não há o menor risco, ela tem tudo para pagar em dia os seus compromissos.
A própria Petrobras e as reservas de óleo que detêm sua capacidade tecnológica única no mundo também e seu quadro técnico (afora a garantia soberana do próprio país sócio-controlador da empresa) são garantias mais do que suficientes do que afirmamos: a Petrobras sustentará seu plano de investimentos e pagará seus compromissos em dia.
Como alinhados acima, são fatos, portanto, que transformam a decisão da Moody’s num ataque especulativo à Petrobras e à soberania do Brasil.
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