quarta-feira, 6 de março de 2013

Reunião para eleger presidente da Comissão de Direitos Humanos será a portas fechadas

 Por: Leandro Melito - Portal EBC - 


Após os protestos de defensores dos direitos dos homossexuais e dos negros contra a possível eleição do deputado Marco Feliciano (PSC- SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados,  o presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) remarcou a reunião que será realizada às 09h30 desta quinta-feira (07). A reunião será a portas fechadas, só com parlamentares e assessores, não sendo permitida a presença de representantes da sociedade civil.
O presidente da Câmara disseque a escolha dos deputados para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias deve ser respeitada,  que não cabe discussão sobre a indicação do PSC para ocupar o cargo, e defendeu a garantia do direito dos deputados de elegerem o presidente da comissão.
A reunião fechada  gerou protestos do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). “Eduardo Alves e todos aqui estão acostumados a voto de cabresto ou cajado e não gostaram da presença dos movimentos sociais na sessão”, postou o deputado em seu perfil na rede social Facebook. “Espero que os movimentos sociais não se cansem de contestar essa manobra e essa indicação absurda; não se intimidem com sessões fechadas”.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) afirma que houveram durante a reunião  desta quarta uma série de questionamentos que precisam ser resolvidos e considera que a decisão de remarcar a reunião a portas fechadas não solucionará a crise. “A decisão de afastar a sociedade civil, de excluí-la do processo sem tempo hábil para se discutir uma solução não contribui para resolver a crise”, afirmou em entrevista por telefone.
Erika considera que as manifestações que aconteceram na Câmara são uma reação a ameaça de desmoralização que sofre a Câmara. “A ameaça de desmoralização não é apenas da Comissão, mas também do Congresso Nacional e do Brasil devido às relação com organismos internacionais de direitos humanos que tem a comissão”, enfatizou.
A assessoria de imprensa do PSC afirmou que apesar das mobilizações da sociedade civil durante a sessão desta quarta-feira (6), a votação poderia ter sido realizada e confirmou que o Pastor Marcos Felciano será indicado para o cargo de presidente da CDH.
Feliciano foi indicado pelo PSC para presidir a comissão, conforme acordo das lideranças partidárias, mas é rejeitado por movimentos de defesa dos direitos humanos, que o acusam de ter dado declarações racistas e homofóbicas. Uma petição pública contra a eleição de Feliciano para a CDH já conta com mais de 65 mil assinaturas.

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