O governador Tarso Genro enviou nota ao RS Urgente criticando e
qualificando como “equivocada” a abordagem feita pelo jornal Zero Hora
sobre a remuneração e indicação de conselheiros das estatais. Tarso
afirma:
A reportagem parte do pressuposto que as pessoas indicadas para a
composição dos conselhos não possuem qualificação para exercer as
funções. Além disso, e mais grave, deixa em segundo plano a informação
que estes colegiados e a remuneração aos seus integrantes estão
previstos em lei e sequer são obra do atual governo. Portanto, não
existe nem imoralidade nem ilegalidade, como a matéria deixa a entender.
A mera exposição de pessoas e de suas respectivas remunerações, somada à
repercussão de formadores de opinião e potencializada nas redes
sociais, levou o cidadão a uma leitura parcial sobre o tema.
Cito dois exemplos que sustentam o entendimento de que houve “má fé”,
como afirmei em entrevista ao Conversas Cruzadas, na forma de
publicação da reportagem: no Facebook de ZH a matéria recebeu a chamada
“Conselheiros de Bolsos Cheios”, já a jornalista Letícia Duarte, na
premissa que antecedeu sua pergunta sobre o tema no Conversas Cruzadas,
disse que o pagamento das remunerações aos conselheiros “soava como
escândalo”. Ressalto que a expressão “má fé” foi dirigida à forma de
apresentação da reportagem. Os exemplos referidos, como no caso da
manifestação da jornalista, são apenas conseqüência.
Este tipo de matéria está muito em voga num certo jornalismo
“pós-moderno”, nos dias de hoje: usar uma verdade factual disposta de
forma milimétrica para despertar preconceitos e produzir “escândalos”; é
uma espécie de “pegadinha” política. Esta reportagem foi
excepcionalmente feliz neste objetivo, pois o preconceito foi despertado
na voz da própria colega de trabalho do autor da matéria, que já
iniciaria tratar a questão como um escândalo de governo.
Na nota, Tarso Genro também explicita quais são os critérios de
indicação do governo para a composição destes conselhos no setor
público:
São critérios políticos e técnicos. Todas as pessoas indicadas
possuem experiência no setor público e estão acostumadas a compor
colegiados dentro das estruturas partidárias, sindicais,
administrativas, etc. Elas representam o governo dentro dos conselhos e,
por isso, possuem a confiança do governador para gerir e fiscalizar,
principalmente no que se refere ao vínculo sadio que as empresas
estatais devem ter com as políticas públicas. Pessoas com experiências
diversificadas são essenciais para o processo de formulação e discussão
de idéias. É importante salientar que estas pessoas não substituem os
conselheiros técnicos nem os órgãos de controle destas empresas.
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