publicado em recortes por Ana Filipa Carvalho
© NewScientist (Brain Atlas Prozac).
É uma fantástica descoberta científica. Uma ferramenta interactiva
que tornará possível um estudo mais aprofundado de certas doenças e a
descoberta de novos tratamentos. Até agora não existia um mapa com tal
rigor, tal detalhe do nosso cérebro. Utilizando imagens por ressonância
magnética e por uma técnica chamada de “imagem de tensor de difusão”, a
partir de dois cérebros humanos, os cientistas fatiaram pequenas partes
destes cérebros de modo a conseguirem extrair ácido ribonucleico (RNA).
Apartir daí foi, efectivamente, possível obter a leitura de 25 mil genes
do genoma humano.
Os cientistas descobriram então 94% de similaridade
bioquímica entre os dois cérebros e que pelo menos 82% de todos os genes
humanos estão presentes no cérebro. Toda esta informação junta permitiu
a criação de um mapa cerebral detalhado, com os cientistas a chegarem
até mil lugares anatómicos específicos no cérebro. Citando Allan Jones,
director executivo do Instituto: “Quando pensamos na complexidade das
funções do cérebro humano e na variedade dos diferentes tipos de células
encontradas dentro do cérebro, não é tão surpreendente ver quanto do
genoma humano é usado para servir o cérebro".
© NewScientist (Lateral View).
Curiosamente, foram usados apenas cérebros masculinos já que, segundo
Allan Jones, os seus dadores morrem mais frequentemente de causas
acidentais ou cardíacas, o que torna a doação para tais experiências
mais frequente. No entanto, Jones prevê que o processo abranja
igualmente o cérebro feminino, havendo a possibilidade de análise de um
mínimo de dez cérebros.
Não é novidade que o cérebro é o órgão mais misterioso do corpo
humano. Por ser o menos estudado e pela sua complexidade, existem ainda
muitas questões pendentes. As fantásticas imagens captadas pelo Allen
Institute poderão ser um passo importantíssimo no deslindar deste
misterioso órgão, levantando o véu acerca de novas zonas cerebrais não
exploradas ou ainda indevidamente estudadas. Fascinante.
© NewScientist (Human Brain).
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