Se a lógica urbana continuar evoluindo como está, caminharemos para a barbárie. A reflexão é do geólogo Rualdo Menegat, professor do Instituto de Geociências da UFRGS e doutor na área de Ecologia da Paisagem. Nossa conversa partiu do Morro Santa Teresa, alvo de um projeto de lei do governo estadual que pretende alienar ou permutar uma área de quase 73 hectares, e se ampliou para o futuro da civilização. Na avenida Padre Cacique, quase em frente ao Beira-Rio, fica a entrada da área em questão. Ele se estende até as antenas das emissoras de televisão, no topo, com a vila Cruzeiro por um lado e mais adiante o Museu Iberê Camargo. Ali se abriga a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase, ex-Febem).
Parte da paisagem da cidade de Porto Alegre, Menegat vê na área valor cultural e ambiental. Ela contém vegetação ainda original, com espécies ameaçadas de extinção, nascentes e cursos d’água. Como não há legislação específica para esse tipo de terreno, existe o risco de entregar o espaço para a iniciativa privada, podendo haver a aprovação posterior de projetos de construção grandiosos, mas que em nada acrescentem à cidade. “Nós já somos 4,5 milhões de habitantes numa enorme plataforma de concreto que não precisa mais de edificações”, afirma. Tudo isso, para Rualdo Menegat, é fruto de uma cegueira que ameaça a vegetação, a cidade como um todo e o futuro da civilização.
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