Menos imposto é mais emprego
A
declaração do ministro Joaquim Levy, que chamou de “grosseira” a
desoneração da folha de pagamento repercutiu aos quatro ventos e foi
vista como uma crítica à política econômica anterior e um desserviço ao
governo, ao empresário e ao trabalhador. A presidenta Dilma rapidamente
desfez o mal entendido mas a dúvida sobre a importância da desoneração
continua pairando no ar.
Para superá-la, ou pelo menos ter novos elementos para discuti-la,
indicamos a dissertação de mestrado do economista Clóvis Scherer,
pesquisador do DIEESE. A tese de Clóvis se baseia na premissa de que
pagar menos imposto (caso das desonerações) sobre o trabalho criou mais
emprego e fez a renda subir.
O estudo, defendido no fim do ano passado na Universidade de Haia, na
Holanda, resultou de pesquisa em 74 mil empresas divididas em dois
grupos: um que substituiu o recolhimento de 20% sobre a folha de
pagamento por 1% a 2% do faturamento (sistema Simples), e outro que já
optava pelo Simples, pagando alíquota menor.
As empresas seguiam todas um perfil
pré-definido, com no máximo 50 funcionários dos setores de confecção,
parte da indústria têxtil, tecnologia de informação e comunicação e call
center. Outras possíveis variáveis foram isoladas para a obtenção de um
resultado fiel.
A conclusão de Scherer foi que as empresas que optaram pelo incentivo
fiscal tiveram aumento de 15,6% no quadro de empregados em comparação
com as que não o receberam. Nestas, o aumento foi de 2,9%. O estudo
também mostrou que a redução do imposto, aumentou em 1,7 o número de
vaga por empresa. Em números absolutos, a diferença é ainda mais
perceptível: dos 48 mil empregos criados nas empresas pesquisadas 64%
foram naquelas que optaram pela cobrança sobre o faturamento
Os salários também melhoraram
durante o tempo do estudo, tendo um aumento real de 2,3%, mas esse
dado se deve a outros fatores já que os dois grupos tiveram aumento
semelhante na renda de seus funcionários
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