©Amnistia Internacional Mexico
Em 26 de setembro, 43 estudantes desapareceram após terem sido atacados a tiros pela polícia e depois por indivíduos não identificados em Guerrero, México. Até hoje o paradeiro dos estudantes permanece desconhecido.
Os jovens estudavam em uma Escola Normal Rural, em Guerrero, e tinham viajado para Iguala para participar de um protesto relacionado à educação no país. Em um determinado momento, no caminho de volta, a polícia abriu fogo contra os ônibus que levavam os estudantes.
Seis pessoas foram mortas e 20 ficaram feridas. Cerca de 25 estudantes foram presos pela polícia, alguns conseguiram escapar. 43 foram sequestrados e permanecem desaparecidos.
Os assassinatos, a privação arbitrária da liberdade e a situação das pessoas desaparecidas e feridas constituem violações graves dos direitos humanos que não devem permanecer impunes.
Uma investigação do caso foi iniciada. No entanto, devido ao histórico de investigações fracassadas, impunidade e corrupção, incluindo a infiltração de elementos do crime organizado na polícia, a Anistia Internacional teme que o trabalho de investigação possa ter sido comprometido.
Parentes dos estudantes desaparecidos relataram à Anistia Internacional que falta sensibilidade, cortesia e respeito no trato com eles por parte dos investigadores estaduais designados para o caso.
Este tipo de abuso agrava as violações de direitos humanos que os familiares vivem e desencoraja as famílias a avançar em suas reivindicações por justiça.
A Anistia Internacional exige que a Procuradoria Geral da República do México faça uma investigação completa, imediata e imparcial do caso, descubra o paradeiro dos estudantes, dê apoio e mantenha os familiares dos estudantes informados do andamento da investigação.
Este caso não é único no México, onde os sequestros e desaparecimentos são uma prática comum em um contexto em que as autoridades muitas vezes se mostram coniventes com gangues criminosas.
Mais de 26 mil pessoas foram desaparecidas no México entre 2006 e 2012, a maioria das quais pelas mãos das forças de segurança ou de gangues criminosas. No entanto, a falha na investigação dos casos de desaparecimentos forçados no país impede que os verdadeiros números sejam conhecidos.
O caso de repete
Em dezembro de 2011, os estudantes que protestavam em uma estrada próxima à capital do estado de Guerrero foram atacados pelas polícias estadual e federal, resultando na morte de dois estudantes.
Pelo menos 24 pessoas foram torturadas e sofreram outros maus-tratos. Os policiais e superiores responsáveis pelos abusos nunca foram responsabilizados, incentivando o clima de impunidade.
Saiba mais:
Relatório “Confronting a nightmare: Disappearances in Mexico”, sobre desaparecimentos no México, em inglês ou espanhol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua opinião