quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

"Torcidas Organizadas": quem financia essa praga do futebol?

Mesmo sendo colorado, não desejo a maldição das organizadas nem mesmo para o Grêmio. É possível que no Internacional exista coisa parecida, mas é no Grêmio, principalmente por conta da tal "Geral do Grêmio", que se consagrou o financiamento dos clubes a gangs organizadas. É correta a aplicação de normas de segurança preventiva e punição aos arruaceiros, porém, é fundamental cortar a fonte que irriga essas ditas torcidas. Sem dinheiro fácil concedido sabe-se lá com que intenções, será bem mais complicado a turba se deslocar para lá e para cá. 

Cabe, também, aos conselhos deliberativos e fiscais dos clubes zelarem pela boa aplicação dos recursos. Ninguém faz farra sozinho. 

O interessante é ver gente que faz discurso pela ética na política e outras coisas do tipo bancar o financiamento dessa praga que são as ditas "Torcidas Organizadas".

Entre tantas coisas que a gente critica na Zero Hora, essa reportagem, cumpre o papel de informar algo que é de interesse não só dos gremistas, mas de todos os que gostam de futebol (e até dos que não gostam).

Dinheiro farto para as torcidas organizadas

Na Geral do Grêmio, houve quem deixasse de trabalhar para viver do dinheiro repassado pela administração de Paulo Odone, presidente do clube até o fim do ano passado. As torcidas organizadas receberam R$ 1,1 milhão em 23 meses. Nenhuma foi mais beneficiada do que a Geral, cujos líderes assinaram os recibos espalhados por estas páginas ao buscar verba no Estádio Olímpico.
Paulo Germanopaulo.germano@zerohora.com.br
(Arte ZH)

Semifinal da Copa do Brasil: R$ 60 mil

A maior quantia que Alemão da Geral buscou no Olímpico entre 2011 e 2012 foi de R$ 60 mil para contratar ônibus que levariam torcedores a Barueri (SP). O Grêmio enfrentaria o Palmeiras, em 21 de junho de 2012, pela semifinal da Copa do Brasil. Responsável por organizar viagens na época, Zóio afirma que oito ônibus partiram de Porto Alegre, cada um locado por R$ 6 mil. Portanto, teriam sobrado R$ 12 mil. ZH ouviu gremistas que pagaram entre R$ 20 e R$ 40 para viajar com a torcida na ocasião, rendendo mais dinheiro à Geral. Alemão contesta: garante que 10 ônibus foram a Barueri e que todo o dinheiro foi investido na viagem.
(Arte ZH)

De avião para Belo Horizonte: R$ 19 mil

Para acompanhar o Grêmio em Belo Horizonte, em um jogo contra o Atlético-MG, em 23 de setembro de 2012, a Geral recebeu R$ 19 mil. Daria para fretar pelo menos dois ônibus, com 44 gremistas em cada veículo.
- Só cinco integrantes da torcida foram para lá, de avião. A passagem de cada um, ida e volta, custou uns R$ 700 - conta Zóio, ressaltando que nunca soube dos R$ 19 mil retirados no Olímpico por Alemão.
Zóio afirma ter visto apenas R$ 6,5 mil. Alemão diz que, além dos gremistas de avião, foram ônibus a BH.
Entre 19 de janeiro de 2011 e 21 de dezembro de 2012, a direção do Grêmio entregou R$ 1,1 milhão para líderes de torcidas organizadas. Mais de 85% do montante foi para os cofres da Geral, dividida no ano passado em dois grupos que se mantêm em guerra até hoje.

Documentos obtidos por Zero Hora comprovam pela primeira vez que um clube gaúcho abasteceu torcidas com subsídios que, em média, passavam de R$ 45 mil por mês. O dinheiro era suficiente para que alguns expoentes da Geral abdicassem de trabalhar e vivessem à custa do repasse de verbas. Afinal, nunca a direção do Grêmio - comandada na época por Paulo Odone - exigiu qualquer prestação de contas ao entregar dinheiro vivo às torcidas.

- Ao oferecer valores às organizadas, o clube fomenta entre os líderes das torcidas uma disputa pelo dinheiro. E com frequência esses líderes apelam para a violência como forma de impor sua autoridade - afirma o promotor José Francisco Seabra Mendes Júnior, da Promotoria do Torcedor do Ministério Público.

Embora na tesouraria do Grêmio a justificativa para os gastos fosse "despesa de viagem da torcida", os chefes da organizada tinham liberdade para usar o dinheiro como quisessem. Parte dos recursos, em vez de ser destinada à contratação de ônibus que transportariam torcedores para acompanhar o time fora de Porto Alegre, costumava ser embolsada por líderes da Geral.

- Era a nossa forma de viver. Achávamos justo que uma parte da grana ficasse conosco, até para podermos nos sustentar - assume Cristiano Roballo Brum, o Zóio, 33 anos, que até o ano passado ocupava o posto de número 2 na hierarquia da organizada.

Em entrevista no dia 6 de dezembro, Zóio afirmou que o lucro era partilhado entre dois líderes de cada grupo da Geral: de um lado, Rodrigo Marques Rysdyk (o Alemão, 35 anos, líder maior da torcida) e seu braço direito, Bruno Pisoni Garcia, o Bruno Cabeludo, 31 anos. De outro, o próprio Zóio e seu aliado mais próximo, Rodrigo Furtado Pedroso, o Dicaprio, 32 anos.

Alemão e Bruno, embora admitam que recebiam dinheiro do Grêmio com frequência, negam ter usado para fins pessoais alguma verba do clube. Ao consultar documentos referentes à última gestão de Odone na presidência, ZH apurou que R$ 310,4 mil foram repassados às organizadas em 2011 e outros R$ 787,2 mil foram entregues em 2012.

Às vésperas de jogos do Grêmio fora de casa, Alemão se apresentava na Central de Relacionamento do Estádio Olímpico para buscar maços de reais acomodados em envelopes pardos. Antes de deixar o estádio com quantias que podiam variar de R$ 2 mil até R$ 60 mil, ele assinava recibos - nove deles ilustram esta reportagem.

Foi Paulo Odone quem inaugurou no Grêmio a política de entregar dinheiro vivo às torcidas. Nas gestões anteriores, no máximo o próprio clube contratava ônibus para as organizadas se deslocarem. Atualmente, na administração de Fábio Koff - eleito no fim do ano passado sob forte oposição da Geral, que fez campanha pela reeleição de Odone -, o repasse de verbas está cortado.

- Nos parece claro que a distribuição indiscriminada de benefícios estimula a criação de feudos poderosos dentro das torcidas - avalia Nestor Hein, vice-presidente de Koff responsável pelo relacionamento com as organizadas.

Boa parte das excursões da Geral para fora do Estado era planejada por Zóio, que mais tarde se tornaria inimigo público de Alemão - em janeiro deste ano, um mês após a pancadaria entre os dois grupos rivais na inauguração da Arena, Zóio invadiu a casa do adversário, em Canoas, para um acerto de contas à base de socos e cadeiradas.

A Zero Hora, simpatizantes da organizada que viajavam com a torcida garantiram ter pago entre R$ 20 e R$ 40 por um lugar nos ônibus - o preço variava de acordo com a importância do jogo. Seria, portanto, mais uma forma de a Geral lucrar. As vendas de assentos ocorriam no antigo Bar dos Borrachos, na Avenida da Azenha.
(Diego Vara/Agencia RBS)

Entrevista

Paulo Odone: "Não era para fazerem o que quisessem com o dinheiro"

Presidente do Grêmio entre 2011 e 2012, período em que as organizadas receberam do clube R$ 1,1 milhão - mais de 85% desse valor foi repassado à Geral -, Paulo Odone diz que preferia dar dinheiro a contratar ônibus para a torcida viajar. O motivo: não envolver o Grêmio em eventuais incidentes nas excursões. Ele admite, no entanto, que recebia denúncias alertando sobre a forma como líderes da Geral usavam os recursos.

os recibos

(Reprodução/Reprodução)
(Reprodução/Reprodução)
(Reprodução/Reprodução)
(Reprodução/Reprodução)
(Reprodução/Reprodução)
(Reprodução/Reprodução)
Recibos obtidos por ZH são assinados por Alemão da Geral e Bruno Cabeludo, líderes da torcida
Eu tinha de me preocupar com o macro do Grêmio e com o esporte. Já chega o que a gente se incomoda com esse troço de torcida. Agora, vou fiscalizar se o cara desviou 200 pilas, 200 mil, 600 mil?
Uma vez, (os líderes da Geral) me pediram dinheiro para oito caras irem de avião a Minas Gerais. Alguém depois veio dizer: ?Não foram oito, foram só dois líderes,e o dinheiro de seis (passagens) eles pegaram.
(Interrompendo) Não tenho esses dados, não tenho esses números. Não fiz nada além de repetir o que era feito na gestão do Duda (ex-presidente Duda Kroeff, que comandou o Grêmio no biênio anterior).
Olha aqui. Em vez de o Grêmio locar um ônibus para a torcida viajar - e assumir a responsabilidade sobre eventuais danos ao veículo -, preferia que o dinheiro fosse dado a eles (líderes das organizadas), para que a responsabilidade ficasse por conta deles. Então, essa diferença é um detalhe. Não vou concordar com a informação de que eu dava dinheiro e o outro (Duda Kroeff) não dava. A questão é a seguinte: a gestão anterior dava condições para a torcida viajar ou não?
Não era para eles fazerem o que quisessem com o dinheiro. Às vezes, me diziam: "Olha, os caras pegaram o dinheiro dos ônibus e não usaram". Mas é a mesma coisa com viagem de avião. Uma vez, (os líderes da organizada) me pediram dinheiro para oito caras irem a Minas Gerais, em uma semifinal que ocorreu lá. Alguém depois veio dizer: "Não foram oito, foram só dois líderes, e o dinheiro de seis (passagens) eles pegaram". Houve essa acusação.
Isso eram denúncias que chegavam a posteriori. Nunca ninguém me disse "olha, está acontecendo isso" ou "vai acontecer". Mas, (contratar ônibus para transportar a torcida) em nome do Grêmio, eu não quis mais fazer. Porque houve uma vez em que a polícia parou um ônibus (que transportava a Geral e foi apedrejado) lá em Curitiba. Eu disse: "Não envolvo mais o Grêmio. O Grêmio não aluga mais ônibus".
Vou dar um exemplo. Quando tem Gre-Nal no estádio do Inter, o Grêmio recebe cortesias (ingressos gratuitos) e repassa para suas organizadas. Quando o Gre-Nal é no estádio do Grêmio, o Inter ganha cortesias e faz a mesma coisa. Eles (líderes da Geral) pediam mil ingressos - e eu não aceitava, eu dava menos, dava 400. O que eles faziam? Eles vendiam parte dos ingressos para pagar a banda que toca com a torcida. Não sei se tu sabes, mas os caras que tocam instrumentos cobram dinheiro, tanto nas torcidas do Inter quanto nas do Grêmio.
Quando dava bronca, eles diziam: "Pô, mas nós temos que pagar a banda". Eu dizia: "Mas como assim?" E isso sempre ocorreu na gestão anterior (de Duda Kroeff) também. Por isso que ocorrem essas brigas. Na inauguração da Arena, eles brigaram com os caras da banda. (Zero Hora apurou que a briga ocorreu entre os dois grupos rivais da Geral; um liderado por Alemão, outro por Zóio). Foi uma briga interna deles.
Mas acho que isso, de darmos dinheiro e eles não usarem (na contratação dos ônibus), ocorreu muito poucas vezes. Eles (líderes da Geral) nos apresentavam os valores dos ônibus para viajar, e a gente pesquisava preços menores. Acabávamos dando metade do que eles pediam. Sempre foi feito isso.
Briga acontece por tudo. Disputa de poder, de liderança, de tudo. Pelo amor de Deus, faz uma matéria completa. Mergulha lá dentro que tu vais ver.
Se eles ficaram com algum dinheiro, foi muito pouco. Porque ninguém dava dinheiro a rodo para eles comprarem as coisas.
Tu estás trazendo um número que eu não conheço. Queres que eu me meta lá dentro, na direção do Grêmio, para olhar? Os caras (da atual gestão, do presidente Fábio Koff) me acusam de tanta coisa, e eu vou lá olhar isso? Entrevista o contador do Grêmio.
Não sei dessas coisas! Eu tinha que me preocupar com o macro do Grêmio e com o esporte. Já chega o que a gente se incomoda com esse troço de torcida. Agora vou fiscalizar se o cara desviou 200 pilas, 200 mil, 600 mil? E tu dizes: "Foi R$ 1,1 milhão, presidente". Porra, eu passei 10 anos tirando o Grêmio do buraco! Eu não conheço esses números.

Liverpool x Grêmio, 26/1/2011

(Diego Vara/Agencia RBS)
No início da gestão Odone, Geral ganha R$ 32,5 mil para viajar ao Uruguai: confronto com a polícia

Grêmio x Canoas, 24/1/2013

(Reprodução/Reprodução)
Os dois grupos que disputam o comando da Geral promovem tumulto no entorno do Olímpico

Gre-Nal, 28/8/2011

(Valdir Friolin/Agencia RBS)
Na arquibancada do Olímpico, membros da Geral brigam com outra organizada gremista, a Máfia

Grêmio x Fluminense, 28/7/2013

(Diego Vara/Agencia RBS)
Após membro da Geral ser agredido pela BM, conselheiros ligados à torcida partem para o ataque

Inauguração da Arena, 8/12/2012

(REPRODUÇÃO TV/REPRODUÇÃO TV)
Zóio, na época o número 2 na hierarquia da torcida, lidera pancadaria contra o grupo do líder Alemão
Quebraram tudo. Eu fiquei em estado de choque, minha pressão baixou muito. E ouvi os caras comentando que aquilo era só o começo.
Funcionária do Bar Preliminar relata confusão envolvendo membros de torcidas organizadas do Grêmio na noite de 6 de novembro.
(Débora Silveira, Especial)

Entrevista

"Me sustento com trabalhos temporários" diz Alemão, líder da Geral

Rodrigo Rysdyk, líder da Geral conhecido como Alemão (à direita na foto), reconheceu sua assinatura nos recibos do Grêmio que comprovam o repasse de verbas à organizada durante a gestão Odone. Garantiu, no entanto, jamais ter embolsado parte do dinheiro. Acompanhado de Ney Martins Neto - que, como ele, é conselheiro do clube, além de membro da Geral -, Alemão comentou os confrontos com o grupo de Zóio (à esquerda).

Torcida ganha força política a cada eleição do clube

Nunca uma torcida organizada foi tão influente no Estado como a Geral do Grêmio. Capaz de decidir votações no Conselho Deliberativo, o crescimento político da Geral desperta cada vez mais interesse entre postulantes à presidência do clube.

Os dois principais líderes da torcida, Alemão e Bruno Cabeludo, se elegeram conselheiros do Grêmio em setembro - outros 13 membros da organizada também têm cadeira no colegiado. Eles formam o Movimento Grêmio da Torcida (MGT), idealizado por expoentes da Geral que buscam poder de decisão dentro do clube. No último pleito, o grupo definiu a votação para a presidência do Conselho: Milton Camargo só venceu César Pacheco por 13 votos graças ao apoio do MGT.

Atual presidente do Grêmio, Fábio Koff sofreu oposição contumaz da organizada ao se candidatar ao cargo, no fim do ano passado, quando a torcida fez campanha pela reeleição de Paulo Odone. Em 14 de outubro de 2012, antes de um jogo contra o Botafogo, integrantes da Geral impediram que Koff circulasse pelo pátio do Olímpico para interagir com eleitores.

Líderes da organizada contam que a estratégia era segurar o candidato no pórtico de acesso ao estádio, onde provocaram uma troca de socos com apoiadores do futuro presidente. Seis dias depois, na véspera da eleição, cartazes ofensivos contra Koff espalhados pelo entorno do Olímpico acirraram o clima. Bastou o novo presidente assumir para os subsídios repassados à Geral nos tempos de Odone serem cortados.

- Não usamos dinheiro do caixa do Grêmio. Em algumas ocasiões, aproximamos as organizadas de patrocinadores que oferecem ônibus em troca de banners nos veículos - diz o vice-presidente Nestor Hein.
Rodrigo Rysdyk, o Alemão ? Sim, óbvio.
Ney Martins Neto ? Se sobrasse alguma coisa, a gente comprava cerveja, lanche. Ou deixava no caixa da torcida, mandava fazer material, arrumava uma bandeira.
Trabalhei desde pequeno na empresa do meu avô: separava e carregava sucata o dia todo. Até que, em 2004, um assaltante entrou lá e matou meu avô. Os amigos que fiz na torcida nunca me deixaram na mão. Me ajudaram com um bico aqui, um trampo ali, até com dinheiro. Me sustento com trabalhos temporários.
É mentira, não tem como fazer isso. Eu seria afastado da torcida. Se ele (Zóio) fez isso, então foi má-fé dele, não minha. Eu sempre fiz o correto.
Se houve disputa por dinheiro, foi por parte deles. Da minha parte, nunca houve.
Quando o clube não nos dava subsídio para viagens, usávamos para acompanhar o Grêmio. Parte do dinheiro era para confeccionar materiais e gerar um fluxo de caixa para manter a torcida. A direção sabia.
A gente cobrava um valor simbólico, uns R$ 20, para o cara não faltar. Porque, se ele botasse o nome na lista e faltasse, tirava o lugar de outro. Precisávamos encaminhar a lista com antecedência para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Mas, no fim das contas, todo mundo entrava sem pagar.
O Grêmio usa a imagem da torcida. Fotos da Geral estampam produtos, como cadernos. A campanha para associar torcedores, passando de 3 mil para 40 mil sócios, foi a torcida que fez. A receita do Grêmio aumentou. Gastos com torcida têm retorno para o clube.

Após trégua, grupos voltaram a se enfrentar

Esse mergulho na política do clube contribuiu para a Geral rachar em dois grupos. Enquanto Alemão se dedicava desde 2005 a uma campanha interna para integrantes da organizada se associarem ao Grêmio - e, dessa forma, fortalecer o grupo votante nas eleições -, o número 2 da torcida, Cristiano Roballo Brum, o Zóio, não queria saber de política e continuava reivindicando ingressos gratuitos da direção.

- A nossa rapaziada, liderada pelo Alemão, nem precisava mais dos ingressos porque a maioria já era sócia. E os nossos conselheiros começaram a enfrentar dificuldades dentro do clube. "Vocês já ganham pilhas de ingressos e vêm reivindicar mais coisas no Conselho?", diziam. Só que a turma do Zóio, que é um pessoal mais pobre, de vila, não queria pagar mensalidade, queria viver dos ingressos para sempre - conta um membro da Geral.

O ápice da desavença eclodiu na inauguração da Arena, em 8 de dezembro de 2012, quando Zóio comandou uma pancadaria na arquibancada. Em janeiro deste ano, ele invadiu a casa de Alemão - e, três semanas depois, os dois grupos se enfrentaram no entorno do Olímpico, em uma selvageria que terminou com 31 torcedores proibidos de frequentar estádios.

Embora Zóio esteja afastado da organizada, as duas alas da Geral seguem promovendo tumultos. Na noite de 6 de novembro, antes de Grêmio x Atlético-PR, dezenas de torcedores entraram em confronto e destruíram, com garrafadas e pedradas, parte da fachada do Bar Preliminar, onde se reuniam os aliados de Zóio. Uma funcionária do estabelecimento, na época grávida de oito meses, passou mal:

- Quebraram tudo. Eu fiquei em estado de choque, minha pressão baixou muito. E ouvi os caras comentando que aquilo era só o começo.

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