Dr. Jetson Luís Franceschi chegava às 7h, estacionava seu BMW junto de uma Unidade Básica de Saúde, batia o ponto e saía para atender em sua clínica particular; no Facebook, atacava o programa do governo que leva médicos a regiões carentes do Brasil, alegando que "não faltam médicos, falta governo!"
Médico brasileiro preso por só bater ponto atacava Mais Médicos (Brasil 247)
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Uma notícia lamentável. Um médico, que deveria trabalhar três horas
por dia numa Unidade Básica de Saúde (UBA) do Paraná, não cumpria seu
horário para atender seus clientes particulares. Enquanto isso, fazia
duras críticas ao programa Mais Médicos, do governo, afirmando que há
“incompetência do PT” e que “falta governo”, e não médicos no País. A
notícia foi dada por Fernando Brito, no blog Tijolaço. Leia a íntegra:
Médico preso por só bater ponto fazia campanha contra o “Mais Médicos”
É triste ter de voltar a isso.
Mais uma denúncia, desta vez resultando em prisão em flagrante, sobre um médico que só comparecia ao posto público de saúde onde
“trabalhava” apenas para bater o ponto.
O Dr. Jetson Luís Franceschi chegava às sete da manhã, estacionava
seu BMW, junto da Unidade Básica de Saúde do Bairro Faculdade, em
Cascavel (PR), batia o ponto e saía para atender em sua clínica
particular. Perto de dez da amanhã, voltava ao posto, passava algum
tempo e saía.
Não fez isso eventualmente, para atender algum compromisso, uma emergência, como poderia acontecer e seria até compreensível.
Era sistemático, diário.
O mês inteiro.
O Dr. Jetson mantém uma página no Facebook.
Nela, quase todos os dias, posta fotos e textos atacando o “Mais
Médicos”, o governo e a qualidade dos médicos estrangeiros, em especial
os cubanos.
O Dr. Jetson pode ser um bom médico e tem o direito, querendo, de ser médico apenas em consultório particular.
Mas não tem o direito de ocupar “ausente” um lugar que precisa ser
ocupado por alguém que possa estar presente para atender mulheres – e
gestantes, ainda por cima.
E muito menos de criticar e agredir quem está disposto a fazê-lo.
Menos ainda de, com um caso destes, ajudar a formar na população um
conceito sobre os médicos que eles – inclusive a maioria dos que são
contra o Mais Médicos – não merecem.
O problema da saúde brasileira não é o de médicos “picaretas”. Muito
do que dizem os adversários do Mais Médicos sobre precariedades na rede
de Saúde é verdade e é um déficit histórico que vai custar a ser
resolvido.
E um bons caminhos é que haja médicos nas Unidades Básicas de Saúde como aquela em que o Dr. Jetson deixava abandonada.
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