O deputado federal, que seguiu o "plano C" da ex-senadora e deixou PV para se filiar ao PSB, diz à CartaCapital que a candidatura deve ser decidida "lá na frente"
por Marsílea Gombata
Agência Brasil
“Não está decidido ainda que ela será vice. Acho que a questão de vice terá de ser definida lá na frente”, disse aCartaCapital o deputado federal. No fim de semana, ele deixou o PV para acompanhar a ex-senadora na nova empreitada. “A transferência política de votos não é fácil, mas a ideia não é simplesmente transferir votos, e sim construir uma síntese juntos. “
O anúncio de que Marina seria vice do atual governador pernambucano e presidente do PSB, Eduardo Campos, nas eleições à Presidência surpreendeu a todos, uma vez que a ex-ministra do Meio Ambiente aparece em segundo lugar em uma disputa com a presidenta Dilma Rousseff - ela soma 16% das intenções de voto, contra 4% de Campos, na quarta colocação, de acordo com pesquisa Ibope do dia 26. Sirkis, no entanto, avalia o anúncio inicial como um “gesto de grandeza”: “Em uma política marcada pelo mais deslavado individualismo, um gesto desse tipo, de desprendimento é algo que surpreende. É uma decisão revolucionária.”
Questionado se não considera diferentes os projetos políticos do PSB e dos ambientalistas, Sirkis disse que a ex-senadora e Campos começarão um processo de “construção programática” para afinar alguns pontos. “É possível (haver) uma convergência que possibilite uma aliança de governo. Não vai haver uma concordância completa, são visões um pouco diferentes, mas é necessário fazer alianças", disse. Ele ressaltou que a filiação de Marina ao PSB foi feita a fim de garantir sua participação na eleição de 2014. “Se a Marina não fizesse isso, deixaria de ser candidata, seria uma espécie de anticandidata. Alianças eleitorais são feitas por diferentes, em cima de posições compatíveis àquele momento, em relação ao propósito que se busca.”
Plano C. Para o deputado federal e fundador do PV, ao se juntar a Campos a ex-senadora conseguiu “viabilizar um projeto de alternância de poder” e não apenas oposicionista. Ele reconhece, no entanto, que a decisão de se filiar à nova sigla foi tomada de maneira unilateral. “Foi uma decisão solitária tomada pela Marina. Ela concebeu na cabeça dela, imediatamente depois da decisão do TSE. Ela nunca discutiu um plano B”, disse ele sobre a possibilidade de ir para o PPS ou outros partidos que a convidaram, como PEN, PHS e PDT. “O que ninguém previa era o plano C, que ela decidiu ela mais ela. E a grande dificuldade disso foi o processo gradual de convencimento do pessoal dentro da Rede.”
Assim como o deputado federal Water Feldman, ex-tucano, Sirkis deixou o PV para se juntar a Marina e filiar-se ao PSB no fim de semana. A saída da legenda que ajudou a fundar em 1986 se deu na sexta-feira 4, depois de um desentendimento com o presidente nacional do partido, José Luiz Penna. “Saí do PV obrigado. Ele [Penna] quis que eu saísse do partido. Ele é presidente vitalício do PV, e não concordo com esse esquema vitalício."
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