Em março, o presidente do STF chamou repórter de "palhaço" e o mandou "chafurdar no lixo"
Foto: Fellipe Sampaio / STF,Divulgação |
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, encaminhou ofício ao vice-presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, pedindo que este reconsiderasse a decisão de manter em seu gabinete uma servidora que atua no tribunal desde o ano 2000.
Adriana Leineker Costa é funcionária efetiva do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e está cedida ao STF. Ela é mulher do jornalista
Felipe Recondo, repórter do jornal O Estado de S. Paulo, que cobre Poder
Judiciário e que foi chamado de "palhaço" por Barbosa em março.
Lewandowski disse que não vai reconsiderar a decisão de manter a
servidora.
Relembre o caso:
> Ministro Joaquim Barbosa ofende repórter que tentava entrevistá-lo
Relembre o caso:
> Ministro Joaquim Barbosa ofende repórter que tentava entrevistá-lo
No ofício, o presidente do STF afirma que a manutenção de Adriana
seria "antiética" pela relação dela com o jornalista. O ofício não cita o
repórter do Estado, tratando-o como "jornalista-setorista de um grande
veículo de comunicação". Sustenta que a permanência da funcionária
poderia "gerar desequilíbrio" na relação entre jornalistas que cobrem a
Corte.
"Reputo antiética sua permanência em cargo de comissão junto a
gabinete de um dos ministros da Casa, além de constituir situação apta a
gerar desequilíbrio na relação entre jornalistas encarregados de cobrir
nossa rotina de trabalho. Estando a servidora lotada no gabinete de
Vossa Excelência, agradeceria o obséquio de suas considerações a
respeito" diz Barbosa no ofício.
Felipe Recondo venceu o prêmio Esso de Jornalismo de 2012, na
categoria Regional Sudeste, com uma série de reportagens em parceria com
Fausto Macedo intitulada "Farra Salarial no Judiciário". Atua no Estado
desde 2007, fazendo a cobertura do Judiciário. Trabalhou na cobertura
do julgamento do processo do mensalão.
Em março deste ano, Barbosa o chamou de "palhaço" e o mandou
"chafurdar no lixo". A agressão ocorreu após o Estado requerer, via Lei
de Acesso à Informação, dados sobre despesas com recursos públicos de
ministros da Corte com passagens aéreas, reformas de apartamentos
funcionais, gastos com saúde, entre outras. Na ocasião, o presidente
pediu desculpas pelo episódio e o atribuiu ao cansaço e a fortes dores
na coluna após uma sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Formada em Direito pelo Centro Universitário de Brasília, Ad
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