quarta-feira, 1 de maio de 2013

Jovens são agredidos na Cidade Baixa, em Porto Alegre

Polícia já identificou quatro pessoas que fazem parte de grupo que praticou violência

Jovens são agredidos na Cidade Baixa, em Porto Alegre Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal
Chutes e pontapés ficaram marcados no rosto, pescoço e costas Foto: Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Letícia Costa e Matheus Piovesan
As marcas de agressão no corpo de dois jovens estão registradas em fotografias. São roxos no rosto, no pescoço e nas costas resultantes do preconceito de um grupo de jovens ao ver um casal homossexual abraçado no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.
O caso aconteceu na madrugada de sábado quando sete pessoas pararam em um bar na Rua José do Patrocínio antes de seguir para uma festa, por volta da 1h30min. Enquanto esperava as amigas irem no estabelecimento, Luan Hoffmann, 19 anos, começou a ser xingado e agredido com chutes e pontapés.
— Estava abraçado no meu namorado e um grupo de nove, dez pessoas chegaram me empurrando e me derrubaram.Meu amigo foi me ajudar e acabou se machucando mais do que eu. Tinha uma menina que ficou nos ameaçando com uma faca — lembra.


Após agredirem os dois, o grupo fugiu. Hoffmann mora há um ano na Capital, veio fazer um curso de comissário de bordo e nunca havia passado por preconceito em Porto Alegre.
— Pelo que o delegado falou, só fomos um aperitivo para eles — lamenta.
Ainda durante o fim de semana, o delegado Paulo Cesar Jardim, titular da 1ª Delegacia da Polícia Civil e coordenador do Grupo de Combate ao Neonazismo e Segregação Racial no Estado, se deteve em tentar identificar os suspeitos da agressão.
Luan ficou com marca da violência no rostoFoto: Arquivo Pessoal
Nesta segunda-feira, quatro pessoas foram apontadas como parte do grupo. Nesta terça, as amigas de Hoffmann reconheceram três homens por fotografias no sistema. Quando a investigação for concluída, os suspeitos podem ser acusados de crime de homofobia, formação de quadrilha, lesão corporal grave ou até mesmo tentativa de homicídio.
— Não houve provocação, eles apanharam pelo simples fato de serem homossexuais. Ainda não definimos a que grupo os agressores pertencem, mas tudo indica serem neonazistas. Identificamos os suspeitos com base nos depoimentos e conhecimento que já temos, e eles serão chamados para depor — explica o delegado.
Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre, a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), considera o caso gravíssimo.
— Temos que fazer uma audiência para ver como estão as investigações destes grupos neonazistas, que corriqueiramente fazem agressões contra homossexuais e negros. É a expressão da prática homofóbica — afirma.

De: Zero Hora leticia.costa@zerohora.com.br e matheus.piovesan@zerohora.com.br


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