Da Redação
A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria
do Rosário, afirmou nesta segunda-feira (8) que a Câmara dos Deputados
deve encontrar uma solução para o caso do deputado Marco Feliciano
(PSC-SP), que preside a Comissão de Direitos Humanos desde março. De
acordo com ela, o pastor incita a violência e o ódio, o que é “ilegal.”
“A Câmara certamente encontrará uma solução, ou o próprio Ministério
Publico, porque incitar a violência e o ódio no Brasil é uma atitude
ilegal, é uma atitude inconstitucional e as autoridades também estão
sujeitas às responsabilidades da lei”, ressaltou Maria do Rosário em
discurso feito no lançamento de uma exposição no Congresso Nacional
sobre o Holocausto.
“Jamais uma etnia, uma religiosidade, uma forma de existência pode
perceber-se superior às demais formas de existência humana. Estamos
vendo aqui, em uma exposição sobre o Holocausto, o resultado do ódio, da
intolerância e do desrespeito humano ao próximo, seja do ponto de vista
étnico ou religioso”, disse.
A ministra também afirmou que as declarações do pastor precisam ser
pensadas pelas autoridades, apesar de o governo não ter o costume de
interferir nesse tipo de situação. “Sem dúvidas, as declarações que
motivam a intolerância devem ser pensadas com muita responsabilidade
pública por todas as autoridades publicas e por todo o país, porque o
Brasil conquistou a convivência entre os diferentes como grande aspecto
da democracia brasileira e dos direitos humanos”, garantiu.
“É lamentável que a cada dia nos deparemos com mais um
pronunciamento, mais uma intervenção que incita o ódio, a intolerância, o
preconceito. Já ultrapassa as barreiras de uma comissão da Câmara dos
Deputados, diz respeito a todos nós como brasileiros e brasileiras”,
completou.
Desde que assumiu a presidência da comissão, no início de março,
Marco Feliciano passou a ser alvo de manifestações devido a comentários
considerados racistas, homofóbicos e sexistas. Ativistas de movimentos
sociais, principalmente envolvidos com o movimento gay, pedem que ele
renuncie. Ele nega que seja preconceituoso e afirma que não vai
renunciar.
Vídeo de culto envolve Feliciano em mais uma polêmica
Começou a circular neste domingo (7) à noite um vídeo do pastor
durante um culto evangélico no qual ele diz que o cantor John Lennon foi
morto por “afrontar a Deus”. “Ninguém afronta a Deus e sobrevive para
debochar”, declarou.
Feliciano disse que a morte de Lennon foi uma espécie de justiça
divina, e que os três tiros que o atingiram teriam sido disparados em
nome do “Pai, do Filho e do Espírito Santo”. “Eu queria estar lá no dia
em que descobriram o corpo dele. Ia tirar o pano de cima e dizer: ‘me
perdoe John, mas esse primeiro tiro é em nome do Pai, esse é em nome do
Filho e esse é em nome do Espírito Santo’”, afirmou.
Em seguida, ele citou uma declaração que o músico teria dado, que
teria sido o motivo pelo a “vingança divina” caiu sobre Lennon. “John
Lennon estava olhando para as câmeras e disse: ‘Nós Beatles somos uma
nova religião’. A minha bíblia diz que Deus não recebe esse tipo de
afronta e fica impune”, disse.
De acordo com a assessoria de imprensa do deputado, as imagens são de
um culto realizado em 2005, mas o vídeo foi postado no Youtube neste
domingo.
De: Sul21 Com informações do G1, do Terra e do Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua opinião