"Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa" Guimarães Rosa
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Lavagem de dinheiro faz Itália vetar cartões no Vaticano
Turistas não podem usar na Santa Sé cartões de crédito e de débito
O Banco Central da Itália vetou o uso de cartões de crédito e débito no
Vaticano porque a instituição financeira da Santa Sé é suspeita de estar
sendo usada por alguns de seus correntistas para lavagem de dinheiro.
Entre eles estariam terroristas, traficantes e mafiosos.
Uma fonte do governo italiano disse à Reuters que a medida foi
necessária porque o Banco do Vaticano não respeita a regulamentação para
impedir a lavagem de dinheiro. “Ele [o banco] não segue a legislação
internacional bancária e financeira, além de não ter uma supervisão
adequada.”
O Banco do Vaticano, obviamente, não apoia as atividades de criminosos, e
é por isso que há suspeita de que ele resiste em adotar a transparência
para não revelar a destinação de recursos e o fluxo financeiro da
Santa Sé, que é o menor Estado do mundo.
Além disso, se vier à luz os nomes e as organizações criminosas que
supostamente usam o sistema financeiro do Vaticano, haveria uma maior
perda de credibilidade do Igreja Católica e do papa Bento 16, que vive a
pregar moralidade para o mundo.
O bloqueio dos pagamentos eletrônicos, que começou em dezembro, dará
prejuízo de milhões de dólares ao Vaticano, porque os turistas que
visitam seus museus e igrejas só podem usar dinheiro vivo, não havendo
portanto a facilidade de pagamento proporcionada pelos cartões.
As pressões internacionais para que o Banco do Vaticano adote balanços
objetivos, sem camuflagens, aumentaram em 2012, quando o Conselho da
Europa descobriu enormes brechas nas contas do Instituto para as Obras
da Religião, que é o nome oficial da instituição financeira. Entre
outras irregularidades, existem correntistas ocultos.
O Vaticano já tinha tentado colocar em ordem a contabilidade do seu
banco no início da década de 80, contando com a colaboração do italiano
Roberto Calvi, conhecido como “banqueiro de Deus”.
Em 1982, Calvi foi encontrado morto em Londres, enforcado na Ponte Blackfriars. Até hoje a causa da morte não foi desvendada.Com informação da CNN, entre outras fontes
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