Em primeiro lugar é preciso concordar que a Arena do Humaitá é uma grande obra e a maior alegria do século do time que vai jogar nela. Em segundo lugar, é preciso reconhecer que, independente de identificação clubistica, trata-se do maior símbolo da especulação imobliária da história recente de Porto Alegre. Ao longo dos anos, essa situação vai se dissolver e a obra em si prevalecerá sobre o seu real significado.
A OAS é uma grande empreiteira de obras públicas (e privadas também). Em troca da construção da Arena, ganharam todo o terreno do antigo Olímpico e mais as adjacências da Arena. Receberam da Câmara Municipal o direito de construirem acima dos limites do atual Plano Diretor. Ganharam, além disso, as vantagens fiscais das "obras da Copa", mesmo que a Arena não vá sediar jogos da Copa.
Agora, a mídia cobra dos poderes públicos que construam a infraestrutura dos arredores da Arena, pois a OAS, ganhou o direito de construir sem nenhuma contrapartida ao Município. Isso é vergonhoso. As construtoras assinam contratos leoninos com os clubes de futebol, em troca da construção de novos estádios/arenas e não se comprometem com nada além da exploração do espaço por longos anos. Com o Inter não foi muito diferente, mas a extensão das vantagens da Andrade Gutierrez acabaram sendo menores, por força das circuntâncias. Já a OAS, obteve terrenos valorizadíssimos (na Azenha) e em processo de valorização (no Humaitá). Essa valorização vai aumentar ainda mais a partir dos investimentos públicos (há emendas pedindo R$ 60 milhões para a infraestrutura da região da Arena).
E assim caminha a humanidade. Somos vítimas (gremistas e colorados) das formas mais predadoras do capital e nos prendemos a rusgas completamente insignificantes. Quem ganha são os mesmos de sempre e sem o desgaste dos políticos.
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